segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Enquanto isso, na sala da justiça...

Esta semana, depois de duas noites sem dormir por conta dos horários nos vôos de JPA/BSB (imagino que uma homenagem sarcástica das companhias aéreas ao local onde o sol nasce primeiro...), tive algumas idéias muito interessante sobre a minha tese. A professora Edna Brennand - ah, vocês não sabiam? Ela é minha professora no PPGE - andou me enlouquecendo na sua disciplina Seminários dos Estudos Culturais, que objetivamente pretende construir as bases epistemológicas das nossas dissertações e teses. Apresentamos a estrutura de nossos trabalhos, e, infelizmente, ela não conseguiu encontrar meu objeto, meu foco e minhas bases epistemológicas em nenhuma das minhas propostas. Como boa aprendiz de Chapolim Colorado (não contavam com minha astúcia) e brasileira da gema (não desisto nunca), fiquei empacada nas últimas semanas em crise acadêmico-existencial-culturalista, até que consegui vislumbrar a minha estrutura. Sim, eu acredito na inspiração como ponto de partida e no trabalho árduo para a realização.Todos nós temos nossos lampejos de genialidade, mas confesso que o meu foi provocado pelo meu ego abalado. Eu estou realmente apaixonada pelo meu trabalho, mas não estava encontrando sustentação sequer para defendê-lo. Com fôlego renovado, começo a escrever o meu capítulo de metodologia que servirá como trabalho final da disciplina. Mais uma vez, assim como no mestrado, saio do óbvio com a dificuldade de estruturar uma metodologia muito mais complexa do que no mestrado, já que estou trabalhando com a perspectiva dos Estudos Culturais.Vamos ver onde isso vai dar, pois pretendo me qualificar em março (exatamente um ano após o ingresso no doutorado).


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As pessoas me perguntam com consigo dar conta de tantas coisas ao mesmo tempo, mas o fato é que só está sendo possível conciliar o trabalho com o doutorado, porque eu coordeno o pró-licenciatura (meu objeto de estudo), dou aula da disciplina Educação a Distância e todos os trabalhos que oriento estão relacionados com o assunto. Resumindo, tudo que eu faço hoje, todas as minhas atribuições perpassam meu objeto de estudo no doutorado. Se eu coordenasse um curso diferente e assumisse disciplinas fora do foco de estudo, estaria mesmo em palpos de aranhas (como dizia minha avó). O risco que eu corro hoje é ficar uma pessoa de um assunto só, e acabar enjoando da EAD de forma definitiva. Mas que fique registrado: isso só pode acontecer depois que eu concluir meu trabalho e passar em algum concurso. Só depois eu posso virar uma monja budista ou ficar correndo pelada em alguma comunidade alternativa vegetariana. Até lá, tome as novas tecnologias!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

UAB 2.0: Fórum de Geografia

Esta semana, estive em Brasília para participar de uma reunião com os coordenadores dos cursos de Geografia, Filosofia, História, Artes e Música a distância. Foram dois dias de reunião com muitas sugestões sobre a construção destes projetos. É muito interessante observar que os problemas locais são os mesmos de todos. Conheci pessoas ótimas que estão trabalhando com a EAD pelo Brasil todo. Tivemos um pouco de tudo, divertimento, cansaço, estresse, saia justa, desencontro,soluções, comparações, enfim, os elementos que fazem parte de toda boa reunião que se preze. A Professora Eugênia da UFRN teve a oportunidade de questionar o Professor Celso sobre a minuta do documento do MEC para a formação de professores que faz referência ao "preferencialmente presencial", um debate que meu colega Fernando Pimentel já tinha colocado no blog dele. A resposta foi evasiva incluindo expressões como "para vencer resistências, contemplar todos os segmentos", finalizada com um "não se preocupem com isso". Você entendeu? Não? Nem eu! Nestes momentos eu sou obrigada a apelar para aspectos filosóficos sobre a contradição humana, os paradoxos da sociedade e podemos escolher Gadamer, Marx, Gramsci, Giddens, ou qualquer outro que nos salve neste momento e torne a nossa existência mais zen e menos conflituada... De qualquer forma, fizemos avanços importantes e colocamos em pauta algumas questões pontuais no que diz respeito aos procedimentos metodológicos da Geografia. Vamos ver como será o desenrolar destas ações. A foto que ilustra este post é de todos os colegas da Geografia que participaram do evento.

domingo, 12 de outubro de 2008

Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica

O edital para a seleção 2009 do Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica da UFPE, já está disponível. São 25 vagas e as inscrições estarão abertas do dia 20 de outubro ao dia 07 de novembro. Ou seja, dá tempo para preparar um projeto voltado para as linhas do programa. A linha Educação Tecnológica aborda temas relacionados com a investigação sobre as relações entre a comunicação e a educação; os artefatos tecnológicos (TV, Vídeo, Software, Internet) e a educação; as abordagens de ensino e de aprendizagem que se utilizam destes artefatos tecnológicos e o papel do professor, o aluno e o conteúdo de referência; e sobre a relação entre os programas de ensino on-line e ensino a Distância e a avaliação destes programas. A lista com o nome dos professores e os procedimentos de inscrição estão disponíveis no site. Esta é uma excelente oportunidade para quem está estudado o tema e encontra dificuldade em adequar seu objeto nos mestrados em educação existentes. Conheço muitas pessoas que estão apresentando seus projetos nos mestrados de Letras, Ciência da Informação ou Ciência da Computação porque não encontram espaço na educação. É uma pena, pois precisamos muito de pesquisas nesta área, mas na perspectiva da educação. Acredito que este mestrado da UFPE surgiu como uma resposta aos modelos curriculares estagnados da pós-graduação em educação, e deveria servir como um indicador para a necessidade de flexibilizar as linhas de pesquisa.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Diálogos da Semana

Durante esta semana ouvi vários diálogos engraçados ou talvez por já estar livre dos meus compromissos acadêmicos, eu esteja levando a vida de forma mais light e divertida. De qualquer forma, reproduzo alguns deles para quebrar um pouco a formalidade do blog:Uma grande amiga está pesquisando para o seu doutorado uma figura importante da política local. Ela, como todos os mortais, andou passando por poucas e boas em seu casamento. Conversando sobre a pesquisa ela disse encontrou várias cartas de amor na documentação pesquisada e já colocou no seu trabalho. Surpresa, eu perguntei:


- Mas e a esposa dele, já morreu?
- Não, mas eu preciso abordar esta questão para a construção das múltiplas identidades dele.
- Mas ela não vai ficar chateada?
- Mulher, se eu pude agüentar os chifres que já levei, porque ela também não pode?
- Bom. Isso é verdade... E em nome da ciência! - concluí às gargalhadas.
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Meus alunos estão planejando a festa de formatura em grande estilo, e como pagação de mico total, vão tirar fotos para o convite de formatura em pleno domingo, no principal cartão postal da cidade com os trajes de formatura na cor escolhida, vermelho. O problema é que vai haver segundo turno na cidade, em uma disputa acirrada com os ânimos exaltados, onde um dos candidatos usa a cor vermelha, enquanto o adversário usa a amarela. Heloíse, a organizadora da formatura lembrou do problema, preocupada:


- Gente, já pensou se Rômulo resolve fazer uma passeata no açude na hora da foto e dá de cara com todos nós vestidos de vermelho? Vai sobrar pancada para todo mundo!

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Reencontrei meus alunos do semestre passado no corredor, e um deles me diz:- Aí professora, passou em primeiro lugar no doutorado e nem disse nada para a gente!


Henrique, com sempre gaiato e que nunca deu muita bola para minha disciplina ou para o meu trabalho como professora, arremata:


- É eu também vi... Vou até colocar no meu currículo que fui aluno da senhora, inclusive com link para o resultado!
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Terça-feira eu estava com a macaca, e embalada por três aulas consecutivas, fui explicar em detalhes o trabalho final para a turma:-Não vai ser fácil não, vocês vão criar o material em hipertexto, organizar os conteúdos, inserir um texto base, criar a avaliação, apresentar a aula e depois postar no Moodle, blá,blá,blá. Ah, sim, e ao final, os professores da rede pública vão fazer o curso e vocês serão os professores.Durante o meu discurso enfático, os olhos dos alunos foram se arregalando e dava para notar a cara de surpresa de todos. Continuei esbravejando feito uma louca: - Pois é pessoal, eu não dou prova, mas vocês vão ter que trabalhar e não adianta me apresentar qualquer coisa não, o material tem que ter qualidade, e mais blá,blá,blá... Por fim, um não agüentou:


- Pelamordedeus, onde desliga esta mulher?
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Esta foi contada por meus alunos mais sérios: Professor X estava dando aula, e como sempre, sai do assunto e começa a falar abobrinhas sobre gibis e super-heróis. Empolgado, diz ser fã do super-homem. Um dos alunos, só para implicar diz que o super-homem não está com nada, que gosta mesmo é do Wolverine. O professor, diante dos olhos incrédulos dos alunos, tira o óculos em uma imitação do Clark Kent e abre a camisa. Pasmem, leitores, por baixo da blusa tinha uma roupa do super-homem!!! Fala sério, pior do que usar a roupa do super-homem como underwear é mostrar isso em plena sala de aula repleta de marmanjos na Universidade, né não?

Finito!

Finalmente terminei o artigo da disciplina Teorias da Educação, ministrada pelos professores Adelaide Dias, Zé Neto e Jorge Hermida. Oh, yeahhhh! Tive um trabalhão,foram três semanas de muita leitura para a construção do texto que quase derreteu minha mufa...Eu escrevi exatamente o que eu queria a partir de idéias que surgiram durante a aula. Depois de muito quebrar a cabeça, o título final ficou "Concepções de Aprendizagem e o Uso da Tecnologia na Educação a Distância: Das Máquinas de Ensinar ao Conceito de Aprendizagem Colaborativa". Fiz um percurso a partir das máquinas de ensinar de Skinner, a ecologia cognitiva e groupware de Lévy, concluindo com a contribuição de Vygostsky para o conceito de aprendizagem colaborativa. Juntar os três autores no fio condutor da educação a distância não foi tarefa fácil, mas o resultado final valeu muito a pena. Eu estava tão cansada que pedi para minha querida amiga Diva fazer a revisão do texto.Diva é um arraso em revisão de textos e estilo, eu só confio nela para este trabalho. A quantidade de "a partir de, ou seja" que precisava de substituição dava quase para escrever mais dez textos...Quando eu terminei o artigo, só conseguia pensar em como é interessante quando usamos de forma efetiva os debates realizados em sala de aula para aprofundar ainda mais um determinado assunto. Eu já falei várias vezes aqui no blog sobre minha satisfação de ser professora, mas também reconheço que o bom resultado como aluna, reforçando o trabalho dos professores, é igualmente gratificante. Não sei qual será a nota e, sinceramente, nem me importa. O que me motivou foi a consideração pelos professores e meu interesse pelo tema.Depois de muita reflexão, sou movida hoje exclusivamente pelos meus próprios critérios de aprovação, o resto é só formalidade...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Seleção Mestrado e Doutorado PPGE/UFPB

Saiu o edital com as normas para a seleção do mestrado e doutorado em Educação da UFPB.As inscrições estão abertas até o dia 31 de outubro e são 60 vagas para o mestrado e 23 (?) para o doutorado, distribuídas em cinco linhas de pesquisa. A grande novidade este ano é a publicação de um quadro com a disponibilidade de vagas por professor, tornando o processo bem mais transparente.O edital traz também a sugestão de bibliografia para os candidatos. Como este blog busca o compartilhamento de informação e socialização do conhecimento, vou sugerir três leituras básicas que não estão no edital para quem quiser concorrer na linha 5 (estudos culturais). São leituras fundamentais para enfrentar a prova escrita da linha. Provavelmente não foi colocada na bibliografia para identificar o grau de familiaridade do candidato com os autores da área. Rá, não contavam com a eficiência de nossa rede blogueira! Quanto ao estranhamento das 23 vagas para o doutorado, não me perguntem, eu sou apenas a mensageira(quem sabe é um número cabalístico ou é o resultado de uma matemática complicada de número de professores x vagas x alunos x a distância entre Marte e Saturno ou sei lá mais o quê).De qualquer forma, quem quiser tentar a seleção pode começar a correr contra o tempo. Quem tiver alguma dúvida ou precisar de qualquer informação, pode postar uma mensagem aqui no blog.


SILVA, T.(org.) O que é, Afinal, Estudos Culturais? Belo Horizonte: Autêntica, 2000.


HALL, S. Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais.Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.


LÉVY,P. As Tecnologias da Inteligência - O Futuro do Conhecimento na Era da Informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

Resultado da ANPAE

Está disponível a lista dos trabalhos aprovados no encontro realizado pela ANPAE que acontecerá em Natal nos dias 17, 18 e 19 de Novembro. Neste evento, eu vou participar como co-autora do trabalho de minha orientanda da especialização, Graça Barros, no GT 3 (comunicação, linguagem e gestão do conhecimento), com o título INTERATIVIDADE E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA REFLEXÃO SOBRE OS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM. O evento é recomendado pela Capes e como sempre, não será sacrifício nenhum visitar Natal novamente.Vou aproveitar a viagem para fazer algumas entrevistas para minha tese de doutorado que está começando a ganhar corpo, embora ainda pareça um frankstein desconjuntado.

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