terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Em 2009...

Chegando ao final de 2008, um balanço das atividades é sempre interessante, não como um processo de acúmulo de riquezas, mas sim como uma reflexão crítica do que foi positivo e o que precisa ser melhorado. Vamos ver:


Coisas que me fizeram feliz:
1. Orientar nove monografias de especialização na UEPB, cinco no Senac e três na graduação da UEPB;
2. Participar da comissão científica do Cobesc com o convite da Professora Rossana;
3. Finalizar o livro Didática e o Ensino de Geografia com Sônia;
4. Apresentar trabalhos no Simpósio de Hipertexto e na Anpae com Graça Barros;
5. Ser aprovada no doutorado e cursar quatro disciplinas;
6. Escrever o artigo sobre a Web 2.0, as Máquinas de Ensinar e a Educação a Distância;
7. Participar do evento dos coordenadores de Geografia a distância em Brasília.
8. Conhecer Cristiano, Alásia e Manuel no doutorado e conviver mais de perto com minha orientadora, Sônia;
9. A inauguração da Secretaria de Educação a Distância da UEPB;
10. Meus alunos maravilhosos, verdadeiras jóias na esperança de uma educação de qualidade.
Coisas que me estressaram:
1. Fazer o concurso de substituto mais uma vez;
2. Cursar disciplinas com professores "nothing to say" no doutorado (perda de tempo minha e deles);
3. Dar aula até dez horas da noite e dirigir de Campina para João Pessoa;
4. A certeza de que o ser humano não falha em sua mesquinhez e desonestidade.
Coisas para melhorar em 2009 (ou promessas de campanha):
1. Não aceitar muitas orientações ou orientandos fora do meu foco de pesquisa;
2. Organizar melhor o meu tempo para estudar, trabalhar e descansar;
3. Ir ao médico e ao dentista com mais regularidade e freqüentar a academia;
4. Ler todos os textos do doutorado;
5. Me organizar melhor para publicar trabalhos com meus orientandos;
6. Parar de fazer o trabalho dos outros, à César o que é de César;
7. Trabalhar mais no grupo de pesquisa.
Coisas para fazer em 2009:
1. Ajudar na publicação do livro sobre Ambientes Virtuais da Sônia;
2. Finalizar o livro da disciplina Novas Tecnologias e Educação;
3. Fazer um curso de Francês express para a prova de proficiência;
5. Fazer a qualificação até julho;
6. Defender a tese até o final do ano.

Fica ainda em suspenso fazer uma plástica depois de amamentar Mariazinha (não por necessidade, mas por vaidade), trocar de carro (não por vaidade, mas por necessidade), fazer um concurso para professor efetivo (nem por vaidade nem necessidade, mas por direito). E, finalmente, uma questão de honra para minha verve carioca: definitivamente eu preciso aproveitar melhor a praia, tão perto da minha casa e tão inacessível nesta vida corrida.A foto deste post é da praia que fica à 500 metros da minha casa... Feliz 2009 para todos nós!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Janela com Tramela

Eu visitei minha avó materna poucas vezes na minha vida, em parte porque ela morava no interior e porque os vínculos da minha mãe com a família eram precários. Meu contato com ela aconteceu apenas até a minha adolescência, na minha fase adulta nunca mais voltei a visitá-la. A casa em que ela morava era uma típica casa de interior, com poucas janelas de madeira com tramela, chão de cimento vermelhão e porta dividida em duas metades, a metade inferior sempre fechada para evitar a entrada dos bichos. Eram muitos bichos, porcos, galinhas, marrecos, etc. Eu era alérgica e todas as vezes voltava da casa da minha avó coberta de bolhas provocadas pelas picadas dos insetos. Hoje, em minhas viagens para o meu trabalho em Campina Grande, sempre vejo várias casas idênticas a da minha Vó Ana, e sempre me pergunto porque as pessoas ainda usam o sistema de tramela (ou taramela) como trinco das janelas. É como se as pessoas se recusassem a experimentar outro modo de vida, diferente do que elas conheceram. Percebo como uma reafirmação das raízes através da resistência ao novo. No fim do dia, o cheiro de mato queimado me traz imediatamente as lembranças daquele tempo, quando se usava o fogão fora da casa em uma área aberta porque a fumaça do fogão à lenha não permitiria a cozinha dentro de casa. Na semana passada, visitei um assentamento do movimento sem terra em um município próximo. Foi uma tarde muito agradável e tirei fotos das construções exatamente iguais as imagens do meu passado. Eu, Sônia e Alásia, passamos uma tarde que nem parecia trabalho, e foi muito interessante entrar no túnel do tempo e relembrar as texturas, o cheiro e as cores de um modo de vida do interior, tão distante de minha realidade atual.Voltamos de lá cheia de idéias para colocar em prática, variando da alfabetização de adultos até projetos de inclusão digital. A parte mais engraçada do dia foi quando tivemos que atravessar o rio de carro e Sônia, com medo da profundidade, se dispôs a atravessar o rio a pé para garantir que o carro não afundaria e nem seria arrastado pela correnteza. Nada vai apagar da minha memória nossas risadas ao ver nossa orientadora vadeando e segurando seu vestido na altura dos joelhos enquanto a profundidade só aumentava. Nós, que não valemos uma rosquinha furada, registramos este singelo momento em uma linda fotografia. A única razão de não compartilhar este momento mágico aqui no blog, é a certeza de que ela nos cortaria em pedacinhos...Foi um fechamento quase mágico de um ano tão difícil, mostrando que a vida é feita destes momentos pequenos de felicidade. Feliz Natal para todos!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Trabalhos da Graduação

Minha experiência em orientações esteve concentrada até hoje em monografias de especialização. Eu não faço parte de nenhum programa de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado como professora, mas atuo na graduação e na especialização em diversos cursos. No meio deste ano conclui a orientação de vários trabalhos com alunos de especialização e não foi uma tarefa fácil, principalmente porque vários alunos estavam há muitos anos sem estudar. Na última sexta-feira foi o dia das defesas dos meus alunos de graduação (Licenciatura em Computação) e fiquei surpresa com os resultados obtidos nos trabalhos. Embora estes alunos sejam inexperientes do ponto de vista da pesquisa, suas dificuldades são compensadas com a facilidade de leitura e estrutura na sistematização do conhecimento. Basta um único direcionamento e eles prontamente compreendem onde queremos chegar e conseguem concluir a atividade proposta com desenvoltura. As apresentações foram excelentes, todos seguros e desenvoltos, passaram a certeza de que estudaram horas para estar ali. Meus três orientandos realizaram pesquisas em diferentes áreas do uso da tecnologia na educação: Daniell Wagner pesquisou o perfil dos blogs educacionais, Thyago Ferreira pesquisou o telecentro como instrumento de inclusão digital e social e Heloise Santos (foto) se debruçou sobre o uso da informática em crianças com dificuldades de aprendizagem. Todos eles trouxeram contribuições importantes e surpreendentes sobre suas pesquisas. No trabalho sobre blogs, verificou-se que a maior parte dos professores blogueiros atua na escola pública e o número de links nos blogs educacionais para outros blogs ainda é muito pequeno (a média é menos de dez links), dificultando a formação de redes. No trabalho sobre telecentros, foi apontado que o discurso oficial do telecentro está centrado na formação de mão-de-obra, mas 64% dos frequentadores querem usar o telecentro para o acesso livre em sites de redes sociais e informação. Heloise verificou que o desempenho dos alunos nas aulas de informática é muito superior ao da sala de aula convencional, e que alunos considerados problemáticos pela professora polivalente, são considerados normais pelos professores de informática.Depois deste resultado, quero duzentos orientados de graduação, pouco importando seu valor limitado na pontuação do lattes ou nos relatórios de produtividade docente. Para quem tem Academicard, um trabalho bem feito não tem preço...

sábado, 20 de dezembro de 2008

Autores e Revisores

A edição do meu livro e de Sônia Pimenta, Didática e o Ensino de Geografia, ficou pronta esta semana e eu não podia deixar de fazer um comentário sobre a construção do texto. Em primeiro lugar, não se trata de um livro comum, o tema não é ficção nem tampouco pode ser considerado como um livro didático. O grande desafio era transformar todo o nosso conhecimento sobre o assunto em um material leve, que dialogasse com o leitor o tempo todo. Pesquisar, selecionar material, apresentar nosso ponto de vista sobre o assunto na perspectiva da aprendizagem, foram tarefas bem complexas... Neste contexto, surge o trabalho dos revisores, que analisavam a proposta das aulas, a estrutura e a linguagem. Aí, o desafio era outro, o foco estava centrado em ter tranqüilidade para ver as correções realizadas e lidar com aquilo de forma construtiva e motivadora. O que parecia tão claro estava confuso, os objetivos truncados, a apresentação nada acrescentava, o resumo resumia o texto em excesso e a auto-avaliação mais parecia uma atividade... As primeiras aulas pareciam um texto egípcio com tantas marcações, mas é uma satisfação enorme chegar ao final do livro e receber uma aula com elogios e poucas correções.Conheço algumas pessoas que não aceitam que seu texto seja alterado, sei de uma amizade que terminou por causa disso, e sei também que nossa cultura criou uma premissa falsa de que as pessoas cultas não cometem erros quando escrevem. Isso é uma bobagem sem tamanho, vejo o trabalho de revisão como um conhecimento técnico de pessoas que estudaram muito sobre o assunto. Da mesma forma que alguém pode tirar uma dúvida comigo ao rabiscar um mapa, eu posso apresentar um texto para uma pessoa da área rever e apontar as construções textuais mais adequadas. Agora, cabe aqui uma ressalva: nem todas as pessoas que possuem esse conhecimento técnico serão bons revisores. A revisão tem a ver também com estilo, com o que a pessoa entende como linguagem e o respeito ao formato pessoal que cada um imprime ao seu texto. Poucas pessoas fazem isso com desenvoltura, eu tive a sorte de conhecer a Professora Divanira Arcoverde que faz este trabalho com maestria. Ela e Rossana Delmar foram as revisoras de todo o trabalho de produção de material da UEPB, e posso dizer com conhecimento de causa: elas tiraram leite de pedra em alguns momentos! Como diz um amigo meu, é impossível transformar um texto ruim em algo bom, mas é possível transformar um texto truncado em algo que possa ser lido com coerência. Eu respeito muito o trabalho de revisão porque acredito que não seja fácil ficar do outro lado, tentando apontar o melhor caminho para o autor. A dificuldade é conseqüência de dois fatores:o primeiro, ter que captar o ritmo e o estilo de texto do autor e quais os melhores caminhos para melhorar o resultado final, o segundo é a incompreensão de alguns autores sobre a necessidade e a importância deste trabalho. Alguns se ressentem, como se ainda fossem crianças em sala de aula sendo punidos pela professora.Divanira sempre diz que a construção deste material é repleta de idas e vindas, por isso é um processo tão demorado. Eu percebo como um diálogo entre autores e revisores que trabalham juntos para o sucesso do resultado final. No meu caso, agradeço por ter tido as duas aparando as arestas e permitindo que eu me ocupasse com minha função principal: desenvolver o conteúdo nos prazos exigidos pela edição e manter minha integridade física e mental!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos...

Esta semana foi um filme do Almodóvar, aconteceu tanta coisa inacreditável que somente um filme kischt retrataria com fidelidade os acontecimentos. Já encomendei meu vestido de oncinha para entrar no clima... Alguém pode estar pensando: bah, quanto exagero, imagina se a vida de uma pacata professora que trabalha com educação pode ser agitada? Se ainda fosse química ou medicina, vá lá, pois poderia explodir um laboratório ou alguém morrer. Mas... licenciatura? Pois bem, somente nesta semana nós tivemos uma separação turbulenta, um affair secreto descoberto, uma mentirosa patológica desmascarada (eu disse desmascarada, as demais podem suspirar aliviadas), um tutor para ser substituído,uma professora muuuiiito zangada com nossos constantes atrasos, um professor com material atrasado para edição, problemas de saúde na família (bem sérios por sinal), um relatório importantíssimo para o CNPq precisando ser refeito (quando os prazos já expiraram) e last, but not least, as fatídicas planilhas do MEC. Ahhhh, as planilhas do MEC... Se você já fez alguma, ficará imediatamente solidário comigo. Se não fez, não imagina a loucura que é trabalhar com vinte e três planilhas diferentes que tratam exatamente da mesma coisa! Eu e Eliane (minha coordenadora) refizemos um mesmo ofício quatro vezes! E pior, ele ainda está errado! E pior ainda: está errado porque eles nos enviaram informações erradas! Parece uma brincadeira sádica, onde eles nos enviam planilhas com fórmulas secretas erradas inúmeras vezes para testar nossa paciência e perseverança. Será vencedor aquele que resistir ao suplício até o fim... Resultado: a pobre da Eliane estressada por solicitar a assinatura da Reitora inúmeras vezes no mesmo documento, enquanto eu estou com uma crise de gastrite e com tantas aftas na boca que não consigo comer há vários dias. O preço deste inferno para quem tem Mastercard? Um repasse insignificante em termos de orçamento para dois semestre de curso e a certeza absoluta que eu preciso ampliar meu vocabulário de palavrões para continuar aguentando o tranco.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Três Dias...

Todo mundo pensa que o maior trabalho quando se escreve um livro é produzir o texto, certo? Errado! Escrever o texto é só o começo de uma longa e tortuosa batalha entre revisão, editoração, ficha catalográfica, ISBN, entre outras coisas. Estou há três semanas tentando conseguir o ISBN e por razões impublicáveis, só consegui resolver o problema esta semana. Os sete leitores que acompanham esse blog (incluindo a minha mãe) sabem que eu elogiei bastante a edição de um dos capítulos do meu material, a Aula 10. Como dizem por aí, não se pode elogiar. Acordei hoje com o seguinte e-mail: "Ola Ana A aula Di_En_Geo_A02-Elementos da Didática: Os Diferentes Métodos de Ensino voltou para edicao, pois se passaram TRES DIAS e foi tida como aula sem correcao. Mais informacoes, entre em contato com a Revisao Tipografica. Atenciosamente..." Não sei se vocês repararam nos três dias em caixa alta, foi impossível não lembrar do filme "O Chamado" (você tem sete dias - seven days...), ou então o desenho animado da Pequena Sereia (você terá três dias para fazer o humano se apaixonar por você...). Obviamente não consegui fazer a revisão em três dias, basicamente porque a aula foi disponibilizada na quinta-feira e eu tinha mais três aulas para revisar.Descobri, tarde demais, que eles contam o fim de semana nos três dias de prazo. Partindo do princípio que fui punida como criança e não tenho poderes sobrenaturais para editar um material que não posso acessar, resolvi deixar para lá. Eis que algumas horas depois recebo outro e-mail:"Ola Ana ATENCAO!!! O(A) SENHOR(A) TERA 3 DIAS PARA CORRIGIR A AULA ENVIADA, CASO NAO CORRIJA A AULA VOLTARA AUTOMATICAMENTE PARA A EDICAO. Uma aula foi enviado para seu ambiente virtual para a sua aprovacao". Bom, sou eu ou vocês também perceberam um tom ameaçador na mensagem? Não sei o que me chamou mais atenção, a caixa alta (gritando comigo) ou o negrito (que deve significar gritos histéricos). Nada motivador, não? Respirei fundo, procurei me lembrar de meu método zen de convivência pacífica e ao invés de continuar fazendo a revisão, passei aqui no blog para debafar. Corro um sério risco do pessoal da edição descobrir e mandar um gângster quebrar as minhas pernas. E o pior, não porque eu reclamei dos e-mails, mas porque eu desperdicei um bom tempo da revisão escrevendo no blog! Juntando o prazo dos dois e-mails, eles deveriam mudar o tom cavernoso para seis dias... Você tem seis dias...

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