sábado, 31 de julho de 2010

A Ciência na Escola

De tempos em tempos aparece um cientista pop, uma espécie de Professor Pardal com uma incrível capacidade de atrair corações e mentes. Em meados dos anos 1980, Carl Sagan era a grande referência, nos anos 1990 apareceu o Stephen Hawking e sua breve história do tempo e, atualmente, a estrela da hora é Michio Kaku. Eu poderia incluir o nosso representante brasileiro, Marcelo Gleiser, mas não tenho certeza se ele se enquadra no perfil pop, assim como Sheldon Cooper - do seriado "The Big Bang Theory"- está fora do ranking por razões óbvias (apesar do episódio com seu debate sobre a teoria das cordas ter me esclarecido muito mais do que muitas palestras sobre o tema). Todos eles escreveram livros tentando tornar a ciência mais "acessível" ao grande público, deram entrevistas em programas de televisão e saíram com frequência em jornais e revistas. A entrevista do renomado físico popstar Kaku traz algumas questões interessantes sobre o que é a ciência, sobre a necessidade de sua permanente divulgação e os seus benefícios para a humanidade. Kaku é categórico ao afirmar (ainda que exageradamente) que a ciência é a única fonte de progresso e das melhorias para a humanidade. Embora eu discorde da neutralidade da ciência e sua capacidade de mudar o mundo sempre de forma positiva, estou de acordo que ela precisa ser acessível. Isso significa que a ciência tem que fazer parte da Educação Básica, o objetivo no ensino das disciplinas da grade curricular deveria ser a sistematização do conhecimento e a construção do pensamento científico. Quando eu estava escrevendo a minha dissertação, eu usava o verbo "achar" a torto e a direito até que um dia o meu orientador me disse: ou você tem certeza e afirma, ou vai embora! Ora, eu passei todo Ensino Fundamental, o Ensino Médio, a Graduação e uma Especialização sem que nenhum professor me corrigisse. Eu "achava" e ganhava dez, quase sempre... Poderíamos pensar que hoje é diferente, afinal os tempos mudaram. Mudaram mesmo, porque os professores continuam repetindo mecanicamente os livros didáticos e não dão conta do volume de informação (muitas equivocadas) que os alunos trazem em suas pesquisas no mundo virtual. Não se consegue sistematizar o volume de informações, as informações não são transformadas em conhecimento e metodologia parece o nome de uma doença de pele que ninguém sabe bem como curar. Enquanto isso, na minha cidade natal, os gestores públicos estão colocando técnicos dentro das salas de aula com cronômetros (deve ser para calcular em quanto tempo eles vão f* de vez com a educação). Kaku está certo, é preciso difundir a ciência para os leigos, mas seria bem melhor se ela fosse propagada ainda na Educação Básica. Aí sim, poderíamos produzir ciência e cientistas.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Trilha Sonora

Se a minha vida fosse um filme, nas últimas semanas a trilha sonora teria My Lover´s Gone (Dido) e Passive (A Perfect Circle). Aiai...


# Pensando bem, tem cada cabrunco doido e sem noção atravessando a minha vida de vez em quando que a trilha sonora de Alice (filme do ano, sem dúvida!) poderia ser mais adequada em alguns momentos...



sábado, 24 de julho de 2010

TEDx: Como Aprender Apesar da Escola

Spreadability: Capacidade de ser Propagado

Já faz um tempinho que acompanho o trabalho de Cristóbal Cobo e sempre soube que ele é "o cara". As contribuições de Cobo para a inserção das tecnologias digitais na sociedade são fantásticas e percebo que ele vem despontando como uma referência acadêmica mundial. A presença dele no TED é um bom indicativo, mas o trabalho da Flacso-México também é um exemplo das importantes contribuições de Cobo. Uma questão que ele levanta é a capacidade de ser propagado, ou spreadability, um conceito interessante sobre as novas regras do jogo nas definições sobre o papel das empresas e dos consumidores que modifica também a concepção da propriedade intelctual, já que reconstruir, alterar e redistribuir o conteúdo da mídia, é agregar valor. É possível ler mais sobre o assunto aqui, mas o que eu gostei mesmo foi a aplicação do conceito de spreadability nas principais universidades com a difusão da produção acadêmica. Segundo Cobo, "a perspectiva apresentada é um mapa de tendências da web e hoje os canais digitais estão usando universidades e centros de pesquisa ao redor do mundo para se conhecerem. Como mostrado na apresentação (abaixo), cada vez mais (mas também muito irregular) instituições de ensino estão adotando estratégias para melhorar a propagação e divulgação aberta do conhecimento. Embora na fase beta, é suficiente para mostrar que o show deve continuar, não importa quem está no comando". Bom, não preciso nem dizer como estamos longe desta discussão em nossa academia...


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Tagarelando

Nos últimos dias hospedei duas alunas do curso de Pedagogia da UFPE que vieram participar do I Congresso Internacional da Cátedra da Unesco de Educação de Jovens e Adultos, em João Pessoa. Ontem aqui em casa parecia até a "casa das sete mulheres" (contado com as moradoras, convidadas e até um exemplar canino fêmea) e fiquei animada com a possibilidade de cozinhar para mais gente. Fiz um sanduíche de forno com molho de queijo que é melhor do que muitas pizzas que existem por aí e aproveitei para testar a receita de uma sobremesa chamada "Pandowdy de maçã à moda antiga", do blog Technicolor Kitchen. Voltar a cozinhar é um alento para o meu coração depois de tantos dias difíceis e fui muito bem recompensada com uma mesa repleta de conversas agradáveis, risadas gostosas e pessoas jovens animadas com a vida. Isso sim, senhores, c'est la vie!

domingo, 18 de julho de 2010

Notícias do UCA

Estamos trabalhando a todo vapor para realizar a formação do Programa Um Computador por Aluno em Pernambuco e na Paraíba. Desde a semana passada a nossa equipe tem se deslocado para fazer a formação dos professores em vários municípíos. Tivemos a abertura da formação em João Pessoa (PB), Pedra (PE) e esta semana uma força tarefa está em Caetés para concluir os trabalhos. Um dos grandes desafios (além do óbvio que é a apropriação tecnológica) é consolidar a formação de uma rede de colaboração entre os pesquisadores, multiplicadores e professores. A nossa opção foi utilizar ferramentas da web 2.0 que estimulem a autoria e a colaboração como blogs e fóruns, ao invés de insistir em plataformas ou sites fechados (que funcionam apenas como emissores de informação). Assim, temos o site institucional como um portal para outras ferramentas como blogs, wiki, FAQ e fóruns de discussão com diferentes tópicos sobre o programa. A expectativa é que os professores participem mais dos espaços informais, ficando mais à vontade e estimulados para desenvolver a sua autoria na rede. Começamos a nossa experiência agora, vamos ver os resultados em breve.

sábado, 17 de julho de 2010

3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação

Estão abertas as inscrições para o 3º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação que vai acontecer nos dias 02 e 03 de dezembro, em Recife. O foco do evento deste ano é a utilização das Redes Sociais como ferramentas potencializadoras do ensino e da aprendizagem (vai dar pano para manga, portanto, podem começar a costurar). Reproduzo o texto da Karla Vidal, uma fofa que só conheço virtualmente: O Núcleo de Estudos em Hipertexto e Tecnologias na Educação da Universidade Federal de Pernambuco (Nehte/UFPE) e a Associação Brasileira de Estudos de Hipertexto e Tecnologia Educacional (Abehte) promovem a terceira edição do Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação. Programado para acontecer nos dias 02 e 03 de dezembro deste ano, no Centro de Artes e Comunicação da Universidade, o evento abre espaço para apresentação de pesquisas empreendidas em diferentes áreas do conhecimento científico, sendo eixo central dos debates a relação entre Hipertexto e Educação. Em 2010 o evento chega a sua terceira edição levando ao público o resultado de pesquisas concluídas e revelando os caminhos percorridos pelos estudos em andamento nas mais variadas áreas que utilizam as tecnologias digitais de informação e comunicação para desenvolvimento de novas formas de aprendizagem. Com foco na utilização das Redes Sociais, como ferramentas potencializadoras do ensino e da aprendizagem, o Simpósio visa contribuir para o desenvolvimento de mais este tema específico de pesquisa. As inscrições para apresentação de trabalhos já estão abertas e podem ser feitas no site do evento. Como forma de estímulo à divulgação de pesquisas, todos os inscritos que tiverem trabalhos aprovados para o evento estarão automaticamente filiados à Abehte e terão a primeira anuidade subsidiada pelo valor da inscrição no evento. Sócios da Abehte, que efetivaram sua filiação até junho deste ano, terão desconto no valor da inscrição.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Voltando à Vida

Retornei ao mundo durante a semana, participei de reuniões, capacitação, paguei contas, fiz pareceres e orientações. Uma característica minha (porque segundo um professor meu, as pessoas não tem defeitos e qualidades, elas tem características) é transformar a minha fragilidade em força. No momento em que tudo parecia desmoronar, eu consegui encontrar forças no apoio incondicional que recebi de muitas pessoas. Nossa, e quantas pessoas! Amigos próximos ou virtuais, antigos ou recentes, no trabalho ou na padaria, a solidariedade que eu recebi foi indescritível. As pessoas que tem menos fé podem achar que estou sugestionada, mas tenho certeza de que o carinho, as palavras e as orações de todos me fizeram muito bem. Estou tranquila, o desespero, a angústia, a desolação, todos os sentimentos ruins passaram e ficou apenas a saudade com a certeza de que as coisas vão melhorar. Vou diminuir as atividades que exigem muito de mim no próximo semestre para me dedicar mais a minha filha, vou cuidar mais da saúde, das leituras e do lazer. Tenho muito que agradecer aos meus queridos e queridas, pois o mais importante na minha vida é poder estar de volta!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Revista Em Teia

O Edumatec lançou a sua revista eletrônica, criada para abordar temas relacionados com a Educação Matemática e Tecnológica, contemplando também as áreas afins. O primeiro número apresenta artigos de professores convidados que intercambiaram o debate acadêmico nos dois primeiros anos de funcionamento da pós-graduação. Segundo a comissão editorial, a revista científica eletrônica EM TEIA (Revista de Educação Matemática e Tecnológica Iberoamericana) "é um periódico quadrimestral, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica - EDUMATEC do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco. A Revista tem por objetivo divulgar pesquisas científicas concluídas na área de Educação Matemática e Tecnológica e áreas conexas. Constitui-se em um espaço de socialização de estudos, favorecendo a interlocução entre pesquisadores em relação às problemáticas no campo da Educação Matemática e Tecnológica tendo como eixo o debate contemporâneo dessas áreas". E por falar em pós-graduação, já está disponível o edital para as inscrições em disciplinas isoladas que serão ofertadas no próximo semestre. Eu e a Professora Patrícia Smith estaremos juntas com a disciplina Introdução à Educação a Distância. As aulas acontecerão nas terças, das 14 às 18h, mas existem várias opções de disciplinas em diferentes horários. Cursar disciplinas isoladas é uma excelente oportunidade para se familiarizar com o discurso acadêmico da área.

Mapa Wi-Fi


É interessante como as demandas promovem o surgimento de serviços. A ferramenta Mapa Wi-Fi informa a localização das redes wi-fi nas principais cidades, classificando-as em acesso livre, acesso restrito e acesso pago. No meu navegador a página apresentou alguns problemas ao carregar os scripts, mas não testei em outros navegadores ainda.

domingo, 4 de julho de 2010

Simples, assim...

Parece um clichê, mas é verdade, um dia você está fazendo planos, rindo, conversando e, no outro, tudo acabou. Sem possibilidade de argumentação, reclamações ou revisão. Não dá tempo para nada, só em filme americano as pessoas conseguem se despedir, pedir perdão, contar o segredo revelador... Não é assim na vida real, aqui não deixam você ver seu marido (mesmo que ele esteja piorando), não existe compaixão ou solidariedade. Quer dizer, existe sim, mas só depois da morte, quando já não adianta mais nada... Eu sempre penso em todos os cenários possíveis na minha vida com caminhos alternativos, mas nunca pensei nesta possibilidade. Revendo a nossa história, posso dizer que não era para terminar assim (ou, pelo menos, não devia terminar assim). Tentamos fazer um funeral discreto, com velório em João Pessoa e enterro rápido, mas foi impossível (tentamos vírgula, eu não tive condições sequer de pensar na palavra enterro). A notícia foi divulgada nas rádios, colocaram carro de som nas ruas e tudo fugiu ao controle. O velório foi no teatro da cidade, alunos e professores viajaram de Campina Grande para prestar uma última homenagem. E que homenagem! Meninos e meninas com 15 anos, abalados, tristes, que fizeram questão de se despedir do professor. Toda a tortura e o peso do momento se dissolveram nas palavras daqueles meninos, no discurso do Diretor de Ensino do IFET e na bela música cantada pela professora de Matemática que trouxe de suas raízes judias um belo poema para fazer a sua homenagem. O maior estresse, além de ouvir e ver pessoas indesejadas, foi a pressão para levar a minha filha ao enterro. Céus, ela não tem cinco anos ainda! Mais uma vez percebo o choque de culturas, aqui a presença de crianças nos enterros é uma prática comum e as pessoas insistiam que se ela não visse o pai iria ter problemas terríveis pensando que foi abandonada. Desde o primeiro momento em que conversei com ela, na mesma hora ela compreendeu que não o veria mais e chorou copiosamente até dormir.Sinceramente, não acredito que materializar uma cena tão terrível a ajudaria em alguma coisa. No meio do caos, ainda é preciso respeitar a crença dos outros e ser firme para que os outros respeitem a sua. Firme, enquanto tudo dentro de você parece desmoronar... Ao final de tudo, a tarefa mais difícil: voltar para casa e enfrentar a ausência e o vazio. O mais surpreendente é que seguimos vivendo, respirando, andando, comendo, porque não há mais o que fazer, é preciso viver.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Hora de Partir

Estou escrevendo aqui porque nos últimos anos fiz muitos amigos virtuais através do blog e vários amigos e conhecidos do meu cotidiano me acompanham por aqui. Ontem, sem uma explicação racional e viável para a compreensão humana, perdi meu companheiro e pai da minha filha de cinco anos. Não consigo encontrar uma justificativa, ele foi internado e medicado e por uma razão misteriosa, seu corpo não reagiu aos medicamentos. Já fiz o mais difícil, contei para minha filha que ela iria crescer sem o pai por perto, e só quem viu a ligação entre os dois pode entender a extensão do meu sofrimento. Sigo juntando os pedaços, buscando seguir em frente e entender os mistérios que a vida nos reserva.

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