sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Tudo que você queria saber sobre Skinner...

...mas não tinha coragem de perguntar! Na reunião do grupo de estudos discutimos Skinner e foi bem interessante observar a reação do grupo. Tivemos de tudo: amor, ódio, tédio, desconhecimento, entusiasmo, entojo, enfim, uma variedade tão grande de sentimentos que caberiam todos em um caleidoscópio emocional. Antes que vocês pensem que sou uma behaviorista dentro do armário, esclareço que escolhemos começar por Skinner porque praticamente todas as teorias relacionadas com educação e tecnologia passam pelas máquinas de ensinar, de forma declarada ou involuntária. Então, se vamos discutir as teorias da aprendizagem na EAD, vamos estudar qual foi a primeira proposta efetiva para a aprendizagem mediada por tecnologia. Acabamos discutindo o lado B do Skinner que poucos conheciam, surgiram as preocupações com a diversidade, a figura do professor como opressor, a necessidade de se oportunizar o ensino em iguais condições para todos, enfim, aspectos pouco discutidos do autor que precisam vir à tona se vamos falar sobre EAD de forma realista. Afinal, de projetos construtivistas que usam e abusam de questionários no Moodle, já estamos cheios! Foi uma tarde muito produtiva, concluímos que muitas práticas utilizadas hoje em dia são mais conservadoras do que a caixa de Skinner e usam a roupagem tecnológica para disfarçar o tradicionalismo. A próxima etapa será discutir Piaget, estabelecendo uma relação entre as etapas do desenvolvimento humano e sua possível relação com aprendizagem mediada por tecnologia.

domingo, 24 de outubro de 2010

Próximo encontro do grupo de estudos

Na próxima terça feira, dia 26/10, teremos reunião do grupo de estudos EAD na Formação de Professores. A proposta é discutirmos o papel das teorias da aprendizagem na educação a distância e vamos começar com as teorias tecnológicas da educação na figura de Skinner. Vamos discutir os três primeiros capítulos do livro Tecnologias do Ensino, enfatizando as práticas que ainda são recorrentes em sala de aula e que estão presentes no texto. Boa leitura e até lá!


Referência:SKINNER, B.F. Tecnologia do Ensino. São Paulo: Editora EPU, 2006.
Capítulo 1: A Etimologia do Ensinar
Capítulo 2: A Ciência da Aprendizagem e a Arte de Ensinar
Capítulo 3: Máquinas de Ensinar

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eventos na última semana

As semanas estão puxadas, muitos eventos, defesa de trabalhos, pesquisa para fazer e artigos para concluir... Semana passada a equipe de formação do Programa UCA-PE participou do 3º Seminário Um estudante, um computador, realizado na última quinta-feira. O evento aconteceu na UFPE e contou com a presença de palestrantes da USP, UFRJ, UNDIME Nordeste e Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. O coordenador do Programa UCA em Pernambuco, professor Sérgio Abranches, apresentou a proposta de formação de professores que está sendo realizada no Estado e os primeiros impactos do laptop educacional nas escolas. Surgiram muitas questões: a adaptação das máquinas para a educação inclusiva, a possibilidade de aquisição dos equipamentos através do pregão do Governo Federal, a necessidade de formação dos professores, a política de inclusão digital nas escolas, entre outras questões abordadas pelos palestrantes e participantes do evento. O seminário foi patrocinado pela Intel e a revista A Rede fez a cobertura do evento. Ontem participei da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na UFPE, com a mesa redonda "Primeiras reflexões sobre os impactos do Projeto Um Computador por Aluno para a comunidade e para a escola". Pensei que não teríamos público, mas vários alunos participaram, todos muito interessados no processo de implementação do programa UCA em Pernambuco. Foi bem interessante, o professor Paulo Gileno falou sobre o histórico do UCA e suas primeiras impressões enquanto eu abordei a formação dos professores e os impactos na prática pedagógica. Missão cumprida, agora preciso voltar ao artigo que estou escrevendo antes que a rainha de copas da minha consciência grite cooortem a cabeça!

domingo, 17 de outubro de 2010

Manifesto em defesa da educação pública

Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.
Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.
Esse “choque de gestão” é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da Rede Pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.
Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de “tró-ló-ló” de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.
Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.
No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de “engavetador geral da república”. Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Blog sobre a pesquisa Letramento Digital

Parece um clichê, mas este blog ficou pequeno demais para tratar de assuntos tão variados. Eu quero contar coisas específicas da minha pesquisa, como consegui o financiamento, os procedimentos burocráticos, os entraves e as surpresas. Enfim, o cotidiano e os bastidores da pesquisa científica financiada. Percebo que muitos alunos passam pelo mestrado (e até mesmo o doutorado) angustiados com suas hipóteses e resultados, simplesmente porque partem da premissa que na pesquisa nada pode dar errado. Bem, lamento decepcioná-los, mas quase tudo dá errado durante a pesquisa. Escolas se fecham durante a observação, os sujeitos se recusam a participar das entrevistas, documentos torna-se inacessíveis e dados aparecem como um emaranhado de informações indecifráveis. A única possibilidade de chegar ao final com um trabalho sério é ser honesto e manter a perseverança inabalável. É uma espécie de fé científica (se é que isso existe) que nos mantém íntegros até o final. Quem espera que uma pesquisa seja apenas harmonia e felicidade o tempo todo está no caminho errado, a ciência serve para quebrar os nossos próprios paradigmas e nos mostrar que o caminho é árduo, mas é possível ser trilhado. Por isso tudo, fiz um blog para tratar apenas dos percalços da pesquisa e mostrar que 99% é trabalho árduo e apenas 1% é inspiração e epifania. Acredito em insights porque tive vários ao longo da minha vida, mas a ideia mais incrível do mundo só resistirá se estiver estruturada em um contexto com organização e muita disciplina. O ícone está aí ao lado, é só clicar e conhecer um pouco do nosso cotidiano.

domingo, 10 de outubro de 2010

Não é feitiçaria, é metodologia!

Enquanto a baixaria rola solta na corrida presidencial, todos nós seguimos com as atividades normais do cotidiano. Na última sexta-feira, tivemos uma atividade da disciplina Seminários de Pesquisa no mestrado. O Edumatec tem uma proposta bem interessante para os Seminários, os alunos são agrupados por área de pesquisa e apresentam o desenvolvimento da sua dissertação para os colegas e professores da linha de pesquisa. Assim, os alunos mais antigos contribuem com a apresentação do percurso escolhido, coleta/análise de dados, enquanto os mais novos apresentam os primeiros passos para a construção do seu trabalho. O tema do nosso encontro foi a análise de conteúdo como metodologia de pesquisa e surgiu uma questão interessante: qual é a diferença entre questionário com questões abertas e a entrevista semi-estruturada? Os alunos apontaram o meio utilizado, o formato, a abordagem, o modo de aplicação e uma das professoras resumiu: o questionário é fixo, não permite a intervenção ou a inferência do pesquisador. Não é possível, por exemplo, desdobrar uma questão, solicitar ao entrevistado que explique melhor uma passagem obscura ou que detalhe uma resposta. Diante da expressão de insegurança dos alunos, não tive dúvidas: - Pessoal, um exemplo prático é o casal Bonner entrevistando os candidatos à presidência da república. Quando é com o Serra, eles aplicam um questionário com perguntas fixas previamente estabelecidas, mas quando é com a Dilma, eles fazem entrevista e interferem o tempo todo. Sacaram a diferença? Todo mundo entendeu, até quem não vota no PT!

sábado, 9 de outubro de 2010

Notícias do Grupo de Estudos

No primeiro encontro do nosso grupo de estudos surgiram algumas questões interessantes para a nossa discussão sobre a EAD. Uma das lacunas apontadas pelos alunos é a falta de um maior aprofundamento nas teorias de aprendizagem que dão suporte ao uso das tecnologias na educação. Embora as concepções de aprendizagem sejam discutidas no âmbito de seus pressupostos, falta ainda um debate mais consistente sobre a sua aplicação. É relativamente comum encontrarmos concepções construtivistas ou socioconstrutivistas nos projetos pedagógicos dos cursos a distância, mas... o que acontece na prática pedagógica? Assim, ouvimos as demandas do grupo e vamos iniciar as leituras com um pouco de Skinner, Piaget e Vygotsky para esquentar os tamborins. Queremos chegar nas teorias utilizadas pelo pessoal de comunicação para realizar as pontes necessárias com a educação. O nosso próximo encontro está agendado para o dia 26/10, a partir das 13h. Vamos tentar usar o recurso da twitcam para dialogar com o pessoal que está distante e quer participar do grupo. Vamos ver o resultado da experiência na próxima reunião.
# Semana que vem vamos publicar os links para os textos, o mais difícil é encontrar artigos online para encaminhar as leituras.

sábado, 2 de outubro de 2010

Porque eu voto em Dilma

Amanhã teremos a incrível oportunidade de votar em uma mulher para presidente do Brasil. Mais do que somente uma questão de gênero, uma mulher de esquerda que lutou pela liberdade na época da ditadura. Eu poderia justificar o meu voto a partir da análise da melhoria e inclusão no ensino superior, realidade que eu conheço de perto. A expansão das vagas, a interiorização dos campus, o investimento na EAD, o PROUNI, os inúmeros concursos para professor das universidades federais (inclusive o que garantiu a minha vaga em uma delas)... Eu poderia falar sobre a importância de uma mulher presidente quando os dados mostram que uma mulher é agredida a cada hora por seus companheiros, maridos ou namorados. Poderia também falar sobre a competência de Dilma como gestora nos inúmeros cargos que assumiu (quem conhece a gestão do governo Lula de perto sabe que ela é a grande executora dos seus projetos). Mas nada disso importa. O que me faz votar em Dilma é o fato de eu ter saído do Rio de Janeiro e ter me surpreendido com a profunda miséria e carência que existia no interior nordestino. A minha formação em Geografia na linha marxista não me preparou para o que era a realidade nos grotões dominados pelo coronelismo. Pessoas em situação de extrema pobreza, entregavam os seus títulos ao candidato para ganhar cinco reais e ter o que comer no dia (é isso mesmo, eles entregava o título e sequer iam votar no dia da eleição!). Foi exatamente a melhoria na vida destas pessoas - a profunda transformação em suas vidas com o resgate da dignidade e da cidadania - que me fez considerar o Lula o melhor presidente que o nosso país já teve. A representação para estas pessoas de ter um presidente nordestino e operário mudou a forma como elas percebiam o mundo. E o mais importante: é algo que ninguém nunca mais vai tirar! É exatamente por esta razão (e não olhando para o meu próprio umbigo) que vou votar 13 amanhã. Quero Dilma presidente!

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