domingo, 31 de maio de 2009

Entre Moleskines e Corrupios

Eu sempre quis ter um moleskine, e para quem não liga o nome à pessoa, são aqueles livrinhos de anotações que cabem no bolso do paletó, do tipo usado por Indiana Jones. O problema na aquisição do meu objeto de desejo, é que eles são muito caros porque são importados. Através do Twitter (quem diria, hein?) descobri um blog lindo de morrer, chamado Corrupiola - experiências manuais, com uma produção de moleskines artesanais lindinhos. Até aqui tudo normal em nossa sociedade de informação e conhecimento,blá, blá, (CASTELLS, 2002), mas depois de escolher e comprar os meus moleskines, chamados pela artesã de corrupios, recebi o pacote pelo correio com os moleskines embalados com capricho e um cartão que agradecia o apoio ao artesanato e que esperava que eu gostasse do produto. Não era um cartão padrão, era uma mensagem escrita pela pessoa que me vendeu o produto, uma forma carinhosa e simpática de concluir a venda e conquistar o cliente. Recapitulando: twitter, blog, produtos artesanais, venda pela Internet, envio pelos correios, cartão com mensagem pessoal, capricho na confecção e envio dos produtos. Resultado: inovação, divulgação e, é claro, muito sucesso!

Fim do Senaed

Ontem chegou ao fim a maratona de palestras e atividades do 7 Senaed. O balanço geral é positivo, principalmente pela iniciativa em inovar na construção de eventos dessa natureza. A tecnologia está aí para ser utilizada em favor do compartilhamento e colaboração, e um evento que se propõe a realizar uma série de atividades incorporando uma diversidade de ferramentas tão grande, aponta para um caminho possível no (bom) uso da rede. Algumas coisas não deram certo, o próprio AVA deu pau em alguns momentos com as irritantes mensagens de erro e considerando a relativa estabilidade do Moodle, foi uma surpresa. Como experiência positiva, posso citar a palestra da Patrícia Behar no Aulavox, e o grupo de discussão no Yahoo sobre estilos de aprendizagem organizada pela Daniela Barros. Não participei de todas as atividades para fazer uma avaliação completa, mas de todas que eu vi, essas foram as que mais bombaram. Infelizmente, também vi alguns equívocos, como um vídeo onde a palestrante afirmava coisas como "o aluno da EAD sempre foi um aluno excluído, mas o perfil está mudando e hoje já temos alunos normais". Normais para quem, cara pálida? É um lapso, é claro, obviamente a pessoa é muito mais consistente, mas uma vez gravado e no YouTube, a besteira fica para sempre... As atividades no Moodle foram mornas, mas talvez tenha sido em função da participação de muitos neófitos querendo informações sobre coisas básicas da EAD. Todos esses encantos e desencantos apontam para uma conclusão: a ferramenta utilizada não interfere grande coisa no sucesso de uma atividade, o que vai definir mesmo é o poder de fogo do mediador e a qualidade dos participantes. Mas isso todo mundo já sabe... Ou não?

domingo, 24 de maio de 2009

Na Rede do Senaed

Arf,arf,arf... A onomatopéia serve para ilustrar como estou me saindo na tentativa de acompanhar os cinco cursos disponíveis no AVA da ABED, ouvir as palestras em MP3 e assistir as palestras em webcast. Isso sem falar no twitter... Contabilizando de forma bem superficial, são dezesseis fóruns para opinar, debater, apresentar, discutir, sei lá mais o que. Para completar, um dos professores resolveu colocar tarefas para os participantes! Será que existe dispensa do trabalho para acompanhar eventos virtuais? Não pude deixar de rir sozinha ao perceber que precisaria de muito mais tempo (nem parece que trabalho com EAD) para ler os textos, participar das discussões e fazer os downloads dos vídeos (ah, sim, falha número um, os vídeos são imensos, sem banda larga de um mega não dá para ser feliz!). Minha avaliação até o momento é que tudo está muito confuso, mas como experiência já vale a pena. Não consegui participar das atividades no Second Life e nas outras propostas, não existe um eixo centralizador das atividades além da programação.Só hoje descobri que tinha um espaço de debate do Orkut. Achei estranho não receber nenhuma mensagem, seja por e-mail ou no próprio ambiente. Enfim, para um evento que privilegia a comunicação e interação, as ferramentas estão deixando a desejar. Para quem não viu o avatar esquisitão do ambiente do evento, a imagem dele está ilustrando o post. Os olhos dele acompanham o mouse, mas ao invés de um efeito especial legal (cool), o resultado fica mesmo é assustador (freak). O usuário diante da figura com cara de apresentador de jornal das oito da noite, tem duas alternativas: pode morrer de rir ou sair correndo. Difícil mesmo é ficar indiferente ao avatar...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Tocando Violino no Convés do Titanic...

A analogia do título do post com o comportamento apático dos professores foi feita em uma reportagem sobre "nativos digitais" do Jornal O Globo. Segundo o especialista consultado na reportagem, os pais e os alunos estão sentindo falta de uma resposta mais incisiva da escola sobre o uso das tecnologias na educação. É bem interessante caracterizar como apatia o comportamento dos professores frente às inovações tecnológicas.


- Coordenadores de escola, educadores e diretores estão apáticos. A escola é teórica, mas o vetor digital, que não está sendo levado em consideração, transformou a sociedade de forma radical. É como afinar o violino no convés do Titanic - diz Faustini.


No outro lado da moeda, ou melhor, da rede, o presidente e CEO do Google, Eric Schmidt, disse para mais de seis mil graduandos da Universidade da Pennsylvania que eles precisam encontrar as respostas que realmente importam, vivendo uma vida analógica por um tempo.

- Desliguem os seus computadores. Vocês precisam mesmo desligar seus telefones e descobrir tudo que há de humano a sua volta - disse Schmidt - Nada é melhor do que segurar a mão de um neto que dá os primeiros passos.


Bom, para alguns falta a inserção no mundo digital, para outros a recomendação é justamente inversa, voltem para o mundo analógico... Se estamos vivendo como migrantes pendulares, indo e vindo de uma realidade para outra, a recomendação da vovó é ainda mais pertinente: o melhor caminho é o do meio, no qual prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém!

domingo, 17 de maio de 2009

Seminário Nacional da ABED Online

Será realizado, entre 23 e 31 de maio, o 7º Seminário Nacional ABED de Educação a Distância - SENAED. O foco do evento é a diversidade de meios para a realização da mediação pedagógica a distância, que resultou na escolha do tema “Polifonia na Docência e Aprendizagem Online”, envolvendo os diversos canais e as diversas vozes que participam da educação online. Para revelar na prática como as múltiplas ferramentas podem ser utilizadas, o evento envolverá inúmeras atividades síncronas e assíncronas em diversas plataformas, como: listas de discussão por email, ambientes virtuais de aprendizagem, redes sociais, blogs, wikis, podcasts, vídeos, videoconferências, rádio, televisão, games e mundos virtuais. Será uma experiência interessante, e acredito que algumas ferramentas vão funcionar muito bem e outras, nem tanto. Avaliar as razões para o sucesso e o fracasso de cada uma delas será um exercício interessante para se (re)pensar o seu uso.Uma outra questão que promete incendiar os debates é o interesse especial que será dedicado à formação para a docência online e ao personagem “tutor”, incluindo sua contratação, remuneração, formação e qualificação. Mas o que me interessa mesmo, além das aitividades disponíveis no ambiente virtual, é a discussão do papel do MEC na regulação da EaD e a situação da UAB - Universidade Aberta do Brasil, já que as últimas declarações do Professor Litto sobre o assunto foram bem ácidas.Além disso tudo, as atividades envolverão palestrantes e moderadores que se destacam na prática e reflexão sobre EaD, contando com o apoio de diversos polos distribuídos pelo país. Os trabalhos e palestras apresentados durante o evento, assim como o resultado das discussões e construções coletivas, serão publicados no primeiro número da Revista da ABED, a ser lançada durante o 15° CIAED. Para finalizar, o evento será gratuito e já estão disponíveis várias atividades interessantes no ambiente virtual do evento. Só não reparem no cara esquisito que eles colocaram como avatar do "assistente online", são os excessos da tecnologia...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Mesa Redonda em Patos

Eu fui convidada para participar de uma mesa redonda na I Mostra de Iniciação Científica e Extensão da UEPB/Patos. O tema da mesa redonda era Educação e Tecnologia e o objetivo do evento era despertar os alunos para o desenvolvimento da pesquisa e extensão. Isso tudo seria óbvio se não fosse um Campus novo, com apenas três cursos, no interior da Paraíba e longe para chuchu (são 350 km do litoral). Eu aceitei o convite da Professora Lívia Campos(que sempre foi muito atenciosa e gentil) porque sei o quanto é difícil começar um trabalho do zero em condições pouco favoráveis. Fiquei surpresa com o que encontrei lá, e foi isso que motivou esta postagem. Para começar a palestra era à noite, eu trabalhei o dia inteiro e fui encontrar a minha companheira de viagem, a Professora do CEFET/AM, Andrea Mendonça. Fomos nos conhecendo no carro, ela é muito jovem, cheia de energia e super inteligente, doutoranda em computação na UFCG. A estrada estava o ó, maltratada por causa das chuvas, o que fez a viagem parecer ainda mais interminável. Comentei com a minha companheira de viagem que esperava pelo menos ter uma platéia de trinta alunos para valer a pena. Quando chegamos lá, encontramos uma recepção calorosa e uma mesa cheia de comidinhas gostosas do nordeste (sim, aqui o pessoal come muito, a mesa é sempre farta, ao contrário do que pensamos aí no sul...). Antes da palestra estava acontecendo uma mostra com os trabalhos dos alunos, coordenados pelo professor Dante Passos. A movimentação era intensa e a participação dos alunos era significativa, mas como eles estavam espalhados em vários espaços, não pude dimensionar a quantidade real de participantes. Na hora da palestra, todas as cadeiras estavam ocupadas, quase duzentas pessoas lotaram o auditório improvisado para ouvir o nosso blá, blá, blá. Para vocês terem uma idéia do meu referencial, quando a UFPB traz um convidado internacional, cheio de firulas, não se consegue ter uma platéia maior do que quarenta pessoas! Pois o povo todo ficou até o final, fizeram perguntas (inclusive os professores da Universidade), aplaudiram, discordaram e participaram como há muito tempo eu não via. São os futuros professores das pequenas cidades ao redor da Universidade querendo aprender. E muito! Voltamos no mesmo dia, cheguei em casa de madrugada, morta de cansaço, mas com a alma lavada e o coração leve, na certeza de que esse mundo ainda tem jeito. Basta ir aonde o futuro professor está...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Movimento Digital: É Hoje!

O Senador Azeredo Mala sem Alça continua querendo empurrar goela abaixo dos cidadãos um projeto substitutivo sobre crimes na Internet. O projeto está para ser votado na Câmara de Deputados e seu objetivo é criminalizar práticas cotidianas na Internet, tornar suspeitas as redes P2P, impedir a existência de redes abertas, reforçar o DRM que impedirá o livre uso de aparelhos digitais. Resumindo: tornar a internet um panóptico idealizado por Foucault, em Vigiar e Punir. Entre outros absurdos, o projeto quer transformar os provedores de acesso em uma espécie de polícia privada, que vigiará a conduta criminosa, subversiva e moral dos internautas, e nós sabemos que estes conceitos podem variar bastante de acordo com a conjuntura. Não faz muito tempo na história do nosso país que andar com um livro de Marx embaixo do braço era motivo de prisão e tortura. Portanto,compañeros, vamos apoiar a mobilização contra o projeto que será realizada hoje na Assembléia Legislativa de São Paulo, a partir das 19h, e será transmitido em streaming para todo o país pela web. E como não podia deixar de ser, O Ato também terá cobertura em tempo real pelo Twitter e pelo Facebook.Como dizem por estas bandas, muito massa!


# Alguém aí pode vasculhar a vida do saltitante Senador Azeredo, principalmente nos fatos relacionados com caixa dois de campanha e financiamento de Marcos Valério, para ocupar esse homem e ele deixar a Internet em paz?

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Tudo o que você queria saber sobre o Twitter...

Tenho acompanhado de perto as publicações sobre as tendências da educação a distância, principalmente entre os autores europeus. Existe um movimento interessante que aproxima cada vez mais o ensino presencial e a modalidade a distância no uso de estratégias para reinventar a escola. A mobilidade é a palavra de ordem, associada com a portabilidade e mix de ferramentas para turbinar a aprendizagem. Eu não costumo ficar impressionada com modismos ou com ferramentas que não tem uma utilidade clara e definida para a educação. O Twitter é uma dessas ferramentas sobre a qual todo mundo está curioso em usar, mas pouca gente sabe realmente para o que serve. Duas abordagens bastante esclarecedoras sobre o Twitter caíram na rede esta semana, alimentando ainda mais a minha certeza de que o uso do Twitter pode ser um caminho possível na EAD. Uma delas foi na seção de tecnologia do jornal O Globo, com o sugestivo título A Real Utilidade do Twitter, onde os números impressionam e a sua contextualização é bem interessante, além de apresentar várias ferramentas para incrementar o seu Twitter. Outra abordagem é o post arrasa quarteirão do Alex Primo intitulado Ferramentas para tirar o máximo do Twitter, onde ele detalha e experimenta as ferramentas que foram construídas a partir do Twitter. A postagem esclarece pontos importantes, a página inicial e as ferramentas básicas do Twitter são uma porcaria e não servem para quase nada, mas as ferramentas criadas para potencializar o uso do Twitter dão outra dimensão ao seu uso. São vários exemplos, TweetDeck, Tweepular,Twitnest, todos com recursos bem interessantes que apontam para um uso bem mais complexo do que ele aparenta ter. O Twitter é definitivo e importante porque mostra o poder da arquitetura de participação e inteligência coletiva, e é exatamente por isso que estou tão interessada em pesquisar mais sobre ele, me parece um excelente exemplo do poder da aprendizagem colaborativa na rede. Pegando a deixa do "what are you doing", estou acompanhando os flashes do curso Mídias Locativas do André Lemos, na UFBA.

sábado, 2 de maio de 2009

Os Muppets e a Cibercultura

Em tempos de análise das mudanças promovidas pelo virtual em nossas vidas, vemos de tudo um pouco, dispositivos móveis, hipermídias, mídias locativas, autoria, entre outros temas. A questão das ferramentas que permitem a autoria, especificamente os blogs, é muito interessante porque ao mesmo tempo em que viabiliza a participação e exposição de qualquer sujeito através do texto (ou imagens), também expõe os conflitos desta visibilidade, notadamente nas questões de cópia de outros textos e a aceitação de comentários. Muitos blogueiros usam o dispositivo da moderação de comentários como um sistema de controle para decidir o que pode ou não ser publicado em seu blog. Mais do que uma simples ferramenta para evitar visitantes indesejados, vejo a moderação como uma forma autoritária de dizer ao outro "eu escrevo o que penso neste espaço, mas a sua participação só será permitida se eu desejar". É um pouco do modelo que usamos em sala de aula, quando damos voz aos nossos alunos apenas no momento de nossa conveniência, embora estejamos sempre reclamando da falta de participação. Pensando nisso, encontrei esse vídeo com a opinião dos dois ricaços dos Muppets sobre o mundo virtual e o nosso lugar nele (a tradução está logo abaixo do vídeo e para interromper o som dos slides é só clicar no ícone do som no canto superior esquerdo do slide).



- A Internet é uma cultura completamente diferente, não é?
- Você disse tudo, todas as coisas aqui são seguidas imediatamente por comentários sarcásticos e respostas safadas.
- Sim. Finalmente estamos no lugar ao qual pertencemos!

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