quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Temporada (exaustiva) de publicações

 

Os últimos seis meses foram intensos e com muito trabalho para produzir, gerenciar e publicar artigos. Como editora da Revista Em Teia, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica (UFPE), acompanhei a organização do número temático Veredas Digitais: Caminhos para implementação de bases e diretrizes na Tecnologia Educacional e a publicação do último número regular da revista de 2024. O número temático foi coordenado por dois doutores egressos do Edumatec, Caio Túlio Costa e Raphael França. A experiência como editora de uma revista acadêmica sem apoio financeiro, em formato de acesso aberto, tem sido muito difícil por diferentes motivos. Encontrar avaliadores para os artigos submetidos é um desafio, as pessoas estão sobrecarregadas, o trabalho envolve muita responsabilidade e o reconhecimento profissional da atividade é praticamente inexistente. Esse não é um problema exclusivo do sistema acadêmico brasileiro, em outros lugares do mundo existe muita apreensão sobre o formato de gestão das revistas científicas.


Em agosto, participei de um evento em Curitiba (I CIFOP - Congresso Internacional sobre a Formação do Pesquisador) e mediei a apresentação da professora Barbara Grant, da Universidade de Auckland, Nova Zelândia, sobre publicações acadêmicas no mundo e as questões do capitalismo acadêmico. Ela mencionou especificamente as dificuldades dos editores em relação aos pareceristas e a falta de qualidade dos artigos submetidos, além dos problemas das revistas predatórias. Foi uma palestra muito rica e me senti menos solitária no mar de dificuldades como editora. O conteúdo da palestra e as ações de mediação serão transformadas em um livro que será publicado no próximo ano.

Pessoalmente, publiquei um artigo na revista Texto Livre, da UFMG, uma revista com Qualis A1 muito bem estruturada e organizada. O artigo foi resultado de uma pesquisa sobre a cultura maker e a educação no Brasil, intitulado "Fab Lab e educação no Brasil: as ações de disseminação da cultura maker na educação básica e no ensino superior". O artigo apresenta elementos interessantes sobre o uso do Ciclo de Saldaña para análise com o apoio do software Atlas TI. 


Em parceria com os meus orientandos, vários artigos foram submetidos em periódicos e apresentados em congressos. No número temático da Revista Em Teia, sou coautora do artigo de Emanuel Silveira que apresentou o resultado de sua tese defendida no primeiro semestre com o título "Percepção docente sobre o Ensino Remoto Emergencial e conexões com o processo de Reconfiguração Digital da Escola"

Todo esse esforço está atrelado ao fechamento da quadrienal, avaliação da CAPES dos programas de pós-graduação de todo o país e das revistas científicas que é realizada a cada 4 anos. O ano de 2024 está terminando como um ano de muito trabalho e expectativa para um próximo um pouco mais leve e com maior apoio para a realização das nossas ações.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Lançamento de livros na semana de abertura do EDUMATEC

 Ontem fizemos o lançamento dos livros na semana de abertura das atividades do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica - EDUMATEC, no auditório do Centro de Educação da UFPE. Apresentamos os livros e conversamos sobre os processos de editoração de um livro, a necessidade de publicações qualificadas para o programa, possibilidades de criação de livros técnicos e outras questões que surgiram.

Além dos livros que eu já tinha divulgado aqui, tivemos também a apresentação do livro Letramento Estatístico no Contexto de Dados Reais, organizado pelos professores Carlos Eduardo Monteiro e Liliane Carvalho, ambos da Linha de Processos de Ensino e Aprendizagem em Educação Matemática. A apresentação que fizemos no lançamento está disponível a seguir para quem tiver interesse em conhecer os livros.

terça-feira, 23 de julho de 2024

domingo, 21 de julho de 2024

Livro Cultura Maker e Pensamento Computacional na Escola

Publicar artigos como resultado de pesquisa faz parte do processo e é necessário, mas quando conseguimos produzir uma publicação que sirva para outros públicos, é melhor ainda! O livro "Cultura Maker e Pensamento Computacional na Escola: Sugestão de Atividades para a Educação Básica" é um guia prático com uma série de atividades criativas e interativas que visam despertar a curiosidade, a capacidade de resolução de problemas e o espírito colaborativo dos alunos. O livro é resultado de uma extensa pesquisa financiada pela Pró-reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco e da pesquisa de pós-doutorado de Dagmar, que eu supervisionei. Ele oferece atividades maker detalhadas, com objetivos claros, materiais necessários e etapas de execução, além de sugestões de adaptações para diferentes faixas etárias e níveis de conhecimento. O livro está disponível gratuitamente, basta clicar aqui.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

E-book Cultura digital e educação: pesquisas em novos cenários


 Depois de uma longa espera, foi lançado o nosso livro Cultura digital e educação: pesquisas em novos cenários, no formato digital. Organizado com a minha parceira de tarefas impossíveis, a querida Thelma Panerai, o livro foi financiado com recursos do PROAP, do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica da UFPE - EDUMATEC, como parte do planejamento estratégico para melhorar os indicadores de publicação. 

Ao longo dos seus 16 capítulos, são abordados objetos de pesquisa relacionados com os diferentes cenários da cultura digital. "O propósito deste ebook é ampliar e enriquecer as áreas de estudo relacionadas com a cultura digital e a educação, integrando os processos formativos humanos. Nesses processos, surgem questionamentos, dúvidas, reflexões, estudos teóricos, práticas em sala de aula e construção e reconstrução de conhecimentos, buscando-se atender, de modo criativo e autoral, às transformações que ocorrem na sociedade contemporânea. O ebook reúne uma série de textos teórico-metodológicos que promovem uma convergência de mentes, de instituições e de perspectivas e que dão visibilidade a aspectos importantes relativos ao ensino superior e à educação básica, demonstrando a importante vinculação entre conteúdos científicos e pedagógicos". 

O livro digital está disponível para acesso gratuito no portal da Editora da UFPE, é só clicar aqui. Boa leitura!

sábado, 27 de abril de 2024

Conclusão das (inúmeras) defesas de mestrado e doutorado no EDUMATEC

Ontem finalizei as defesas dos meus orientandos e o que aconteceu nos últimos dois meses está muito distante da rotina comum da pós-graduação. A principal diferença é que os concluintes do doutorado foram alunos que ingressaram no programa exatamente no primeiro ano da pandemia e enfrentaram toda a pressão das incertezas não apenas relacionadas à pesquisa e às aulas, mas também às incertezas da doença, das vítimas e da vacina, que nunca chegava a tempo para nos proporcionar um pouco mais de tranquilidade e normalidade. Houve muitas perdas nesse percurso: vidas de pessoas queridas, trabalho, renda, sanidade, saúde... 
 
É exatamente por causa desse cenário tão caótico e doloroso que estou escrevendo este texto. Caio, Emanuel, Jaciane e Jonara não são apenas nomes de doutorandos (e agora doutores), são vidas que foram afetadas diretamente ou indiretamente por um contexto que continuará a ressoar por muitos anos em nossas vidas, mas eles conseguiram! Mudaram seus projetos, escolheram outros caminhos, mas conseguiram! Estou muito aliviada e orgulhosa dessas pessoas, pois ao olhar para trás, percebo o tamanho dessa conquista. Todos os mestrandos e doutorandos que completaram o curso durante a pandemia mereciam um diploma dobrado!
Mas como dizem os biólogos, a vida sempre encontra um jeito e nem tudo foi apenas sofrimento: Caio passou seis meses no Canadá com uma bolsa de doutorado-sanduíche (PDSE), Jonara fez uma visita técnica em Portugal que enriqueceu muito seu trabalho, Emanuel coletou dados que poderão ser úteis para muitas outras pesquisas e Jaciane superou todas as dificuldades para concluir uma tese original e linda. No mestrado, tivemos as dissertações de Aroma sobre cinema e inclusão para pessoas surdas, Rúbia com o uso do Instagram para professores durante a pandemia e Augustinho com o uso do Minecraft para o ensino de Geografia. 
Além das questões de reconfiguração do trabalho de orientação, fui sobrecarregada com um número excessivo de orientandos, chegando a ter doze na pós-graduação, indo contra todas as recomendações dos órgãos reguladores. Por esse motivo, presidi sete bancas de conclusão nos últimos dois meses: quatro de doutorado e três de mestrado, e confesso que pensei que não daria conta. Só para organizar essas bancas foi um trabalho árduo, pois assim como eu, todos os professores estão muito sobrecarregados. 
 
Não se enganem, o orientador ruim e descomprometido não é a regra, embora nas redes sociais só apareçam esses casos com muitos likes de solidariedade e indignação de quem sequer entende como a academia funciona. Basta fazer uma conta rápida: com sete orientandos concluindo, cada trabalho com aproximadamente duzentas páginas, fiz uma revisão cuidadosa de 1.400 páginas nos últimos 60 dias! E não foram apenas as minhas bancas, participei de várias dos colegas e estimo que li aproximadamente 2.300 páginas nos últimos dois meses! Aqui é como no comercial da Polishop, pensa que acabou? Não, tem mais! Tudo isso foi acumulado com o término do semestre da graduação em três disciplinas, início de um novo semestre na graduação e na pós-graduação, finalização da inserção de dados no Sucupira (sistema de acompanhamento das pós-graduações de todo o país) e a vice-coordenação do programa. 

Estou realmente cansada e me perguntando se tudo isso vale a pena. Em relação aos meus alunos, sim, valeu muito a pena! Eles agora fazem parte de mim, não só como professora-orientadora, mas como pessoas queridas que ficarão para sempre no meu coração. 

Quanto ao meu trabalho como servidora pública, não valeu a pena porque não há reconhecimento ou valorização do nosso trabalho. Vou fazer concurso para professor titular no próximo ano e certamente, esse será um ponto a ser abordado. Pretendo voltar ao normal a partir de maio, com cinco orientações em andamento e fora de cargos de gestão. Preciso cuidar mais da minha saúde e dedicar mais do meu tempo ao que realmente importa: VIVER!


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