terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Em 2009...

Chegando ao final de 2008, um balanço das atividades é sempre interessante, não como um processo de acúmulo de riquezas, mas sim como uma reflexão crítica do que foi positivo e o que precisa ser melhorado. Vamos ver:


Coisas que me fizeram feliz:
1. Orientar nove monografias de especialização na UEPB, cinco no Senac e três na graduação da UEPB;
2. Participar da comissão científica do Cobesc com o convite da Professora Rossana;
3. Finalizar o livro Didática e o Ensino de Geografia com Sônia;
4. Apresentar trabalhos no Simpósio de Hipertexto e na Anpae com Graça Barros;
5. Ser aprovada no doutorado e cursar quatro disciplinas;
6. Escrever o artigo sobre a Web 2.0, as Máquinas de Ensinar e a Educação a Distância;
7. Participar do evento dos coordenadores de Geografia a distância em Brasília.
8. Conhecer Cristiano, Alásia e Manuel no doutorado e conviver mais de perto com minha orientadora, Sônia;
9. A inauguração da Secretaria de Educação a Distância da UEPB;
10. Meus alunos maravilhosos, verdadeiras jóias na esperança de uma educação de qualidade.
Coisas que me estressaram:
1. Fazer o concurso de substituto mais uma vez;
2. Cursar disciplinas com professores "nothing to say" no doutorado (perda de tempo minha e deles);
3. Dar aula até dez horas da noite e dirigir de Campina para João Pessoa;
4. A certeza de que o ser humano não falha em sua mesquinhez e desonestidade.
Coisas para melhorar em 2009 (ou promessas de campanha):
1. Não aceitar muitas orientações ou orientandos fora do meu foco de pesquisa;
2. Organizar melhor o meu tempo para estudar, trabalhar e descansar;
3. Ir ao médico e ao dentista com mais regularidade e freqüentar a academia;
4. Ler todos os textos do doutorado;
5. Me organizar melhor para publicar trabalhos com meus orientandos;
6. Parar de fazer o trabalho dos outros, à César o que é de César;
7. Trabalhar mais no grupo de pesquisa.
Coisas para fazer em 2009:
1. Ajudar na publicação do livro sobre Ambientes Virtuais da Sônia;
2. Finalizar o livro da disciplina Novas Tecnologias e Educação;
3. Fazer um curso de Francês express para a prova de proficiência;
5. Fazer a qualificação até julho;
6. Defender a tese até o final do ano.

Fica ainda em suspenso fazer uma plástica depois de amamentar Mariazinha (não por necessidade, mas por vaidade), trocar de carro (não por vaidade, mas por necessidade), fazer um concurso para professor efetivo (nem por vaidade nem necessidade, mas por direito). E, finalmente, uma questão de honra para minha verve carioca: definitivamente eu preciso aproveitar melhor a praia, tão perto da minha casa e tão inacessível nesta vida corrida.A foto deste post é da praia que fica à 500 metros da minha casa... Feliz 2009 para todos nós!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Janela com Tramela

Eu visitei minha avó materna poucas vezes na minha vida, em parte porque ela morava no interior e porque os vínculos da minha mãe com a família eram precários. Meu contato com ela aconteceu apenas até a minha adolescência, na minha fase adulta nunca mais voltei a visitá-la. A casa em que ela morava era uma típica casa de interior, com poucas janelas de madeira com tramela, chão de cimento vermelhão e porta dividida em duas metades, a metade inferior sempre fechada para evitar a entrada dos bichos. Eram muitos bichos, porcos, galinhas, marrecos, etc. Eu era alérgica e todas as vezes voltava da casa da minha avó coberta de bolhas provocadas pelas picadas dos insetos. Hoje, em minhas viagens para o meu trabalho em Campina Grande, sempre vejo várias casas idênticas a da minha Vó Ana, e sempre me pergunto porque as pessoas ainda usam o sistema de tramela (ou taramela) como trinco das janelas. É como se as pessoas se recusassem a experimentar outro modo de vida, diferente do que elas conheceram. Percebo como uma reafirmação das raízes através da resistência ao novo. No fim do dia, o cheiro de mato queimado me traz imediatamente as lembranças daquele tempo, quando se usava o fogão fora da casa em uma área aberta porque a fumaça do fogão à lenha não permitiria a cozinha dentro de casa. Na semana passada, visitei um assentamento do movimento sem terra em um município próximo. Foi uma tarde muito agradável e tirei fotos das construções exatamente iguais as imagens do meu passado. Eu, Sônia e Alásia, passamos uma tarde que nem parecia trabalho, e foi muito interessante entrar no túnel do tempo e relembrar as texturas, o cheiro e as cores de um modo de vida do interior, tão distante de minha realidade atual.Voltamos de lá cheia de idéias para colocar em prática, variando da alfabetização de adultos até projetos de inclusão digital. A parte mais engraçada do dia foi quando tivemos que atravessar o rio de carro e Sônia, com medo da profundidade, se dispôs a atravessar o rio a pé para garantir que o carro não afundaria e nem seria arrastado pela correnteza. Nada vai apagar da minha memória nossas risadas ao ver nossa orientadora vadeando e segurando seu vestido na altura dos joelhos enquanto a profundidade só aumentava. Nós, que não valemos uma rosquinha furada, registramos este singelo momento em uma linda fotografia. A única razão de não compartilhar este momento mágico aqui no blog, é a certeza de que ela nos cortaria em pedacinhos...Foi um fechamento quase mágico de um ano tão difícil, mostrando que a vida é feita destes momentos pequenos de felicidade. Feliz Natal para todos!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Trabalhos da Graduação

Minha experiência em orientações esteve concentrada até hoje em monografias de especialização. Eu não faço parte de nenhum programa de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado como professora, mas atuo na graduação e na especialização em diversos cursos. No meio deste ano conclui a orientação de vários trabalhos com alunos de especialização e não foi uma tarefa fácil, principalmente porque vários alunos estavam há muitos anos sem estudar. Na última sexta-feira foi o dia das defesas dos meus alunos de graduação (Licenciatura em Computação) e fiquei surpresa com os resultados obtidos nos trabalhos. Embora estes alunos sejam inexperientes do ponto de vista da pesquisa, suas dificuldades são compensadas com a facilidade de leitura e estrutura na sistematização do conhecimento. Basta um único direcionamento e eles prontamente compreendem onde queremos chegar e conseguem concluir a atividade proposta com desenvoltura. As apresentações foram excelentes, todos seguros e desenvoltos, passaram a certeza de que estudaram horas para estar ali. Meus três orientandos realizaram pesquisas em diferentes áreas do uso da tecnologia na educação: Daniell Wagner pesquisou o perfil dos blogs educacionais, Thyago Ferreira pesquisou o telecentro como instrumento de inclusão digital e social e Heloise Santos (foto) se debruçou sobre o uso da informática em crianças com dificuldades de aprendizagem. Todos eles trouxeram contribuições importantes e surpreendentes sobre suas pesquisas. No trabalho sobre blogs, verificou-se que a maior parte dos professores blogueiros atua na escola pública e o número de links nos blogs educacionais para outros blogs ainda é muito pequeno (a média é menos de dez links), dificultando a formação de redes. No trabalho sobre telecentros, foi apontado que o discurso oficial do telecentro está centrado na formação de mão-de-obra, mas 64% dos frequentadores querem usar o telecentro para o acesso livre em sites de redes sociais e informação. Heloise verificou que o desempenho dos alunos nas aulas de informática é muito superior ao da sala de aula convencional, e que alunos considerados problemáticos pela professora polivalente, são considerados normais pelos professores de informática.Depois deste resultado, quero duzentos orientados de graduação, pouco importando seu valor limitado na pontuação do lattes ou nos relatórios de produtividade docente. Para quem tem Academicard, um trabalho bem feito não tem preço...

sábado, 20 de dezembro de 2008

Autores e Revisores

A edição do meu livro e de Sônia Pimenta, Didática e o Ensino de Geografia, ficou pronta esta semana e eu não podia deixar de fazer um comentário sobre a construção do texto. Em primeiro lugar, não se trata de um livro comum, o tema não é ficção nem tampouco pode ser considerado como um livro didático. O grande desafio era transformar todo o nosso conhecimento sobre o assunto em um material leve, que dialogasse com o leitor o tempo todo. Pesquisar, selecionar material, apresentar nosso ponto de vista sobre o assunto na perspectiva da aprendizagem, foram tarefas bem complexas... Neste contexto, surge o trabalho dos revisores, que analisavam a proposta das aulas, a estrutura e a linguagem. Aí, o desafio era outro, o foco estava centrado em ter tranqüilidade para ver as correções realizadas e lidar com aquilo de forma construtiva e motivadora. O que parecia tão claro estava confuso, os objetivos truncados, a apresentação nada acrescentava, o resumo resumia o texto em excesso e a auto-avaliação mais parecia uma atividade... As primeiras aulas pareciam um texto egípcio com tantas marcações, mas é uma satisfação enorme chegar ao final do livro e receber uma aula com elogios e poucas correções.Conheço algumas pessoas que não aceitam que seu texto seja alterado, sei de uma amizade que terminou por causa disso, e sei também que nossa cultura criou uma premissa falsa de que as pessoas cultas não cometem erros quando escrevem. Isso é uma bobagem sem tamanho, vejo o trabalho de revisão como um conhecimento técnico de pessoas que estudaram muito sobre o assunto. Da mesma forma que alguém pode tirar uma dúvida comigo ao rabiscar um mapa, eu posso apresentar um texto para uma pessoa da área rever e apontar as construções textuais mais adequadas. Agora, cabe aqui uma ressalva: nem todas as pessoas que possuem esse conhecimento técnico serão bons revisores. A revisão tem a ver também com estilo, com o que a pessoa entende como linguagem e o respeito ao formato pessoal que cada um imprime ao seu texto. Poucas pessoas fazem isso com desenvoltura, eu tive a sorte de conhecer a Professora Divanira Arcoverde que faz este trabalho com maestria. Ela e Rossana Delmar foram as revisoras de todo o trabalho de produção de material da UEPB, e posso dizer com conhecimento de causa: elas tiraram leite de pedra em alguns momentos! Como diz um amigo meu, é impossível transformar um texto ruim em algo bom, mas é possível transformar um texto truncado em algo que possa ser lido com coerência. Eu respeito muito o trabalho de revisão porque acredito que não seja fácil ficar do outro lado, tentando apontar o melhor caminho para o autor. A dificuldade é conseqüência de dois fatores:o primeiro, ter que captar o ritmo e o estilo de texto do autor e quais os melhores caminhos para melhorar o resultado final, o segundo é a incompreensão de alguns autores sobre a necessidade e a importância deste trabalho. Alguns se ressentem, como se ainda fossem crianças em sala de aula sendo punidos pela professora.Divanira sempre diz que a construção deste material é repleta de idas e vindas, por isso é um processo tão demorado. Eu percebo como um diálogo entre autores e revisores que trabalham juntos para o sucesso do resultado final. No meu caso, agradeço por ter tido as duas aparando as arestas e permitindo que eu me ocupasse com minha função principal: desenvolver o conteúdo nos prazos exigidos pela edição e manter minha integridade física e mental!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos...

Esta semana foi um filme do Almodóvar, aconteceu tanta coisa inacreditável que somente um filme kischt retrataria com fidelidade os acontecimentos. Já encomendei meu vestido de oncinha para entrar no clima... Alguém pode estar pensando: bah, quanto exagero, imagina se a vida de uma pacata professora que trabalha com educação pode ser agitada? Se ainda fosse química ou medicina, vá lá, pois poderia explodir um laboratório ou alguém morrer. Mas... licenciatura? Pois bem, somente nesta semana nós tivemos uma separação turbulenta, um affair secreto descoberto, uma mentirosa patológica desmascarada (eu disse desmascarada, as demais podem suspirar aliviadas), um tutor para ser substituído,uma professora muuuiiito zangada com nossos constantes atrasos, um professor com material atrasado para edição, problemas de saúde na família (bem sérios por sinal), um relatório importantíssimo para o CNPq precisando ser refeito (quando os prazos já expiraram) e last, but not least, as fatídicas planilhas do MEC. Ahhhh, as planilhas do MEC... Se você já fez alguma, ficará imediatamente solidário comigo. Se não fez, não imagina a loucura que é trabalhar com vinte e três planilhas diferentes que tratam exatamente da mesma coisa! Eu e Eliane (minha coordenadora) refizemos um mesmo ofício quatro vezes! E pior, ele ainda está errado! E pior ainda: está errado porque eles nos enviaram informações erradas! Parece uma brincadeira sádica, onde eles nos enviam planilhas com fórmulas secretas erradas inúmeras vezes para testar nossa paciência e perseverança. Será vencedor aquele que resistir ao suplício até o fim... Resultado: a pobre da Eliane estressada por solicitar a assinatura da Reitora inúmeras vezes no mesmo documento, enquanto eu estou com uma crise de gastrite e com tantas aftas na boca que não consigo comer há vários dias. O preço deste inferno para quem tem Mastercard? Um repasse insignificante em termos de orçamento para dois semestre de curso e a certeza absoluta que eu preciso ampliar meu vocabulário de palavrões para continuar aguentando o tranco.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Três Dias...

Todo mundo pensa que o maior trabalho quando se escreve um livro é produzir o texto, certo? Errado! Escrever o texto é só o começo de uma longa e tortuosa batalha entre revisão, editoração, ficha catalográfica, ISBN, entre outras coisas. Estou há três semanas tentando conseguir o ISBN e por razões impublicáveis, só consegui resolver o problema esta semana. Os sete leitores que acompanham esse blog (incluindo a minha mãe) sabem que eu elogiei bastante a edição de um dos capítulos do meu material, a Aula 10. Como dizem por aí, não se pode elogiar. Acordei hoje com o seguinte e-mail: "Ola Ana A aula Di_En_Geo_A02-Elementos da Didática: Os Diferentes Métodos de Ensino voltou para edicao, pois se passaram TRES DIAS e foi tida como aula sem correcao. Mais informacoes, entre em contato com a Revisao Tipografica. Atenciosamente..." Não sei se vocês repararam nos três dias em caixa alta, foi impossível não lembrar do filme "O Chamado" (você tem sete dias - seven days...), ou então o desenho animado da Pequena Sereia (você terá três dias para fazer o humano se apaixonar por você...). Obviamente não consegui fazer a revisão em três dias, basicamente porque a aula foi disponibilizada na quinta-feira e eu tinha mais três aulas para revisar.Descobri, tarde demais, que eles contam o fim de semana nos três dias de prazo. Partindo do princípio que fui punida como criança e não tenho poderes sobrenaturais para editar um material que não posso acessar, resolvi deixar para lá. Eis que algumas horas depois recebo outro e-mail:"Ola Ana ATENCAO!!! O(A) SENHOR(A) TERA 3 DIAS PARA CORRIGIR A AULA ENVIADA, CASO NAO CORRIJA A AULA VOLTARA AUTOMATICAMENTE PARA A EDICAO. Uma aula foi enviado para seu ambiente virtual para a sua aprovacao". Bom, sou eu ou vocês também perceberam um tom ameaçador na mensagem? Não sei o que me chamou mais atenção, a caixa alta (gritando comigo) ou o negrito (que deve significar gritos histéricos). Nada motivador, não? Respirei fundo, procurei me lembrar de meu método zen de convivência pacífica e ao invés de continuar fazendo a revisão, passei aqui no blog para debafar. Corro um sério risco do pessoal da edição descobrir e mandar um gângster quebrar as minhas pernas. E o pior, não porque eu reclamei dos e-mails, mas porque eu desperdicei um bom tempo da revisão escrevendo no blog! Juntando o prazo dos dois e-mails, eles deveriam mudar o tom cavernoso para seis dias... Você tem seis dias...

domingo, 30 de novembro de 2008

O Círculo Hermenêutico e Eu

Este semestre estamos concentradas no doutorado em resolver o problema da metodologia do nosso trabalho. Esta semana eu e minha comparsa do doutorado, Alásia Santos, apresentamos um seminário sobre a hermenêutica do bom velhinho Gadamer, como metodologia de nossas pesquisas do doutorado. Nossos trabalhos apresentam muitos aspectos convergentes, eu focando o Pró-Licenciatura e ela, a UAB. Nesta perspectiva, a hermenêutica cai como uma luva e as contribuições de nossa professora foram bastante significativas.Começamos o seminário levando lambadas de nossa teacher, mas terminamos com muitos beijos e elogios (coisas da academia, não me perguntem...). A única conclusão que posso chegar é que ela imaginou que nós não conseguiríamos dar conta do tema por sua complexidade, mas mudou de idéia ao longo da apresentação. Alásia domina muito bem a filosofia e nós já tínhamos escrito um artigo para outra disciplina a quatro mãos. O que realmente me empolga no uso da hermenêutica é que ela pode ser aplicada ao lado pragmático da vida. Meu maior desafio hoje é ser coerente com meu desejo de compreender o outro e construir, a partir desta compreensão, relações mais harmônicas e positivas com as pessoas. Gadamer aborda exatamente este aspecto quando afirma que todo ser humano, ao estar aberto ao diálogo, é um ser que se lança ao mundo que é um horizonte de compreensão, buscando compreendê-lo e compreender seu papel no e com o mundo.Verdade e Método conquistou muito mais do que meu lado de pesquisadora, ele capturou minha alma ao mostrar um caminho filosófico para a verdadeira compreensão da complexidade humana. A seguir, compartilho um esquema elaborado por nossa professora Windyz que pode ser muito útil para quem deseja trabalhar metodologicamente com a hermenêutica.


domingo, 23 de novembro de 2008

O Governador, a UEPB e Politiketes

Este blog não é sobre política, mas é impossível não comentar a cassação do Governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, até porque esta decisão afeta diretamente a nossa Universidade. Com olhar de estrangeira, e longe da disputa emocional histórica, posso dizer que estou indignada com essa história toda porque apenas uma parte perde: o povo paraibano. Pelo visto o Estado se tornou a palmatória política do país, semana retrasada cassaram um deputado por mudança de partido, agora não se pronunciaram sobre a cassação em Santa Catarina, mas aplicaram a justiça com rigor aqui. Não me agrada nem um pouco esta história de decidir quem ocupará a vaga, se o pleito foi contaminado de alguma forma, que se faça uma nova eleição. Os cenários são muito fluidos e ninguém pode prever com certeza quem vai ganhar em caso de mudança de candidato. Para vocês terem uma idéia sobre o papel dos dois governadores (o substituto, Maranhão já foi governador da Paraíba duas vezes) no que diz respeito à Universidade, Cássio deu autonomia financeira para a Universidade, abriu mais três novos campus e tomou muitas decisões que fizeram a Universidade caminhar bastante nos últimos anos. Mérito de nossa Reitora e dele também, já que em uma Universidade Estadual a dependência do Governo do Estado é muito grande. Já com Maranhão, a Reitora (que na época estava à frente do sindicato) entrou em greve de fome para ser recebida (e ouvida) pelo então governador. E pior, pouco adiantou. O mais interessante é observar que o governador indicado pela justiça (não parece coisa da ditadura?), teve suas contas de campanha rejeitadas pelo tribunal eleitoral e o seu substituto no Senado responde a tantos processos na justiça que o foro privilegiado que ele vai ter a partir de agora, caiu do céu. Ou seja, ainda corremos um sério risco de ficar sem nenhum governador, e mesmo que se confirme Maranhão no cargo, será um governo medíocre e fraco com uma grave crise de legitimidade, já que ganhou no tapetão e não respeitou a vontade das urnas.Não vou nem entrar no mérito dos defeitos dos dois, porque não vejo diferenças ideológicas entre eles (foram, inclusive, aliados no mesmo partido). De qualquer forma, parece coisa do velho prefeito Odorico em "O Bem Amado".

Nós no Evento da ANPAE

Esta semana foi realmente corrida, dirigi aproximadamente mil quilômetros em três dias, estou me sentindo como Speed Racer. Terça-feira foi o evento da ANPAE, eu me inscrevi como co-autora no trabalho da minha orientanda de especialização, Graça Barros. Meu objetivo era apenas apoiá-la em um evento de grande porte, mas ela agora já ganhou segurança suficiente e nem precisa mais de meu apoio para coisa nenhuma. Tem segurança suficiente para expor suas idéias e já pode caminhar sozinha em qualquer lugar. As demais apresentações foram interessantes, coordenadas pela Professora Hilda Mara. O debate foi realizado no final das apresentações, organizamos um círculo e trocamos muitas idéias sobre os trabalhos. Depois tiramos muitas fotos e foi muito engraçado porque pedimos ao rapaz responsável pela manutenção dos equipamentos para tirar fotos do grupo e o coitado teve que tirar a mesma foto com oito câmeras diferentes! É tão interessante como parecemos desconectados do mundo, parece que estamos dentro de uma bolha com o tempo suspenso enquanto discutimos problemas e soluções da educação. O troféu abacaxi vai para uma professora de Recife que solicitou a antecipação de sua apresentação para a nossa seção por motivos pessoais, tomou nosso tempo e saiu assim que terminou de falar, porque tinha "compromissos urgentes". Ou seja, despejou seu trabalho, pegou o certificado e saiu correndo sem a menor consideração com os demais. Sua passagem foi tão meteórica e superficial que sequer me lembro do nome da criatura. Eu acho isso o fim da picada, se as pessoas não tem tempo nem disposição para compartilhar seu conhecimento, por favor, não participem!Todos nós temos nossos compromissos e prioridades e agir como se o nosso fosse mais importante do que as demais é, no mínimo, uma tremenda falta de educação. Por outro lado, tínhamos um professor na sala com sua orientanda, que não só participou da sessão com seriedade, como apoiou sua aluna de graduação de forma admirável. Este é o nosso papel e,definitivamente, está na hora de entender que o ouvido dos outros não é penico para despejar um monte de porcaria em um local que sequer tem descarga...

domingo, 16 de novembro de 2008

Como Água Para Chocolate

Estamos na reta final do semestre e equilibrar as atividades de aluna e professora não tem sido fácil. O lado positivo para os meus alunos é que estou ficando mole, reduzi bastante a proposta de atividades este semestre. Talvez seja porque praticamente todos os meus alunos trabalham e estão muito sobrecarregados com as outras disciplinas, mas também pode ser porque estou do outro lado e sinta na pele as dificuldades em equilibrar o trabalho e os estudos. Não tenho mais certeza se o acúmulo de trabalhos é um caminho seguro para a realização da aprendizagem. Ontem passei o dia todo estudando, preparando um texto sobre a metodologia da minha tese. Aproveitei o dia de hoje para descansar um pouco, inventando novas receitas na cozinha. Sim, este é meu lado B (se é que isso existe), eu gosto de inventar um prato novo, comprar os ingredientes, fazer os testes e registrar o resultado. A foto deste post é o resultado da experiência de hoje, uma receita de camarão com molho de catupiry e gorgonzola. Todas as vezes que acerto a mão como hoje, sempre penso em largar tudo e abrir um restaurante em Pipa. É o meu projeto de aposentadoria, até lá vou ter que descobrir um novo balneário, porque Pipa já estará decadente. Eu sequer gosto da badalação, mas existe uma energia especial em lugares como Búzios, Pipa, Porto de Galinhas, que não sei se é anterior à chegada das pessoas (que são atraídas por esta energia) ou se é por ser um local de trânsito de pessoas de diversos lugares que torna tudo tão especial. De qualquer forma, venho escrevendo um livro de receitas digital onde eu registro não apenas as minhas receitas, mas também as dos meus amigos. Cada uma delas tem uma história especial e como todos os meus amigos antigos e muito queridos moram distante de mim, encontrei uma forma de me sentir perto deles cozinhando as receitas que costumávamos comer juntos. Ah, sim, o título deste é post é o mesmo do filme que fala exatamente sobre os efeitos mágicos da culinária sobre nós.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Didática e o Ensino de Geografia

Esta semana finalizei o material da disciplina Didática e o Ensino de Geografia que eu e a professora Sônia Pimenta escrevemos para o curso de Geografia a Distância da UEPB e UFRN. Eu simplesmente a-do-rei o resultado da editoração, as imagens estão lindas e o trabalho é muito bem feito. O pessoal da UFRN abalou Bangu com seu bom gosto e idéias interessantes para melhorar a proposta do texto. Nós escrevemos doze aulas que são consideradas como uma publicação de livro. Embora o foco seja o professor de Geografia do segundo ciclo do Ensino Fundamental e o Ensino Médio, fiz questão de escrever uma aula abordando o ensino de Geografia nas séries iniciais. Pensei muito nos blogs das minhas colegas Sintian Schmidt e Teresinha Bernadete Motter e na sua contribuição para os professores do Ensino Fundamental (inclusive indiquei os links desses blogs no livro). Isto significa que a junção de diferentes mídias na aprendizagem não é um modismo ou um caminho alternativo, é realmente uma possibilidade de incrementar ainda mais os materiais que usamos em sala de aula, seja ela virtual ou presencial. Aliás, este é um processo interessante, os professores que elaboraram os materiais para a Educação a Distância estão utilizando os mesmos materiais com os alunos do curso presencial com sucesso. Já observamos indícios de que esta dualidade entre as modalidades presencial e a distância está se estreitando, aparecendo interseções e sobreposições que são muito bem vindas. Compartilho com vocês a versão preliminar da aula "A construção de conceitos nos primeiros anos do Ensino Fundamental", espero que gostem. Ah, sim, esta barrinha com figuras engraçadinhas logo abaixo serve para vocês opinarem sobre o post ou sobre o material. Deixe a sua opinião registrada!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bob Esponja, Sra Puff e Eu

O título deste post pode parecer estranho, mas foi impossível não lembrar da saga do Bob Esponja na escola de pilotagem da Sra Puff, durante esta semana. Passei vários dias visitando o Detran para renovar a carteira de motorista, fazendo exame de vista, exame médico e prova escrita sobre direção defensiva e primeiros socorros. Entre as filas e a espera interminável, eu só pensava no surrealismo daquilo tudo. Será que uma pessoa que tem carteira de motorista desde 1990, desaprende a dirigir de forma repentina? Respondi ao questionário que me perguntava se eu era louca, tinha desmaios ou usava drogas. Não pude resistir e perguntei ao funcionário se alguém respondia que sim a algumas destas questões. Pela cara do sujeito, já comecei a pensar que seria reprovada, afinal, lá não é o lugar para engraçadinhos... Levei uma bronca por falar ao celular durante o atendimento, o que mostra o caráter educativo do Detran, e tive que ouvir o sujeito dizendo que a prova era muito difícil e que eu devia fazer um curso. Me inscrevi no curso rápido do Senhor Google para Desesperados e lendo o manual de primeiros socorros e direção defensiva (baixados da Internet), percebi que o conteúdo todo é uma questão de bom senso. Coisas do tipo: não dê nenhuma bebida para a vítima inconsciente (???), se alguém estiver com fratura exposta remova-a imediatamente para o hospital, faça manutenção do seu carro etc. Sim, eu sei que nem todos os seres humanos tem bom senso, mas aplicar prova escrita em todos os motoristas... Posso estar enganada, mas não me parece ser a medida mais eficiente para incutir bom senso em alguém. Quando eu terminei a prova (em quinze minutos), fiquei enrolando uma meia hora para não me reprovarem por descaso. A funcionária anunciou que o resultado sairia na Internet e depois de vários acessos a cada quinze minutos, comecei a me sentir como Bob Esponja, com um medo enorme de ter sido reprovada. Enrolei bastante para ir ao Detran (cheguei lá dez minutos antes do expediente encerrar hoje) e já comecei dizendo, só vim saber se fui mesmo reprovada... Consegui minha carteira, descobri que estou praticamente cega do olho esquerdo e saí de lá procurando meu amigo Patrick para dar uma volta. A próxima pagação de mico é só em 2013!

domingo, 2 de novembro de 2008

Habemus Habermas?

A grande crise esta semana no doutorado foi a preparação de um seminário do texto Apres Marx, de Habermas, em francês. Considerando que nenhuma das alunas apresenta fluência no idioma igualité, liberté e fraternité, ficamos diante das seguintes opções: pagar uma tradução completa do livro ou pelo menos alguns capítulos, encarar o texto e traduzir como for possível, cometer suicídio coletivo deixando uma longa carta acusadora para o PPGE ou contratar alguém para desaparecer com a professora. Considerando que somos da paz e não temos o menor espírito de grupo, seja para uma coisa ou para outra, nos restou a alternativa mais indigesta (não, não estou falando do assassinato): encarar a leitura e preparar a apresentação do seminário contando apenas com um pequeno grupo aguerrido. O que me espanta nesta história toda não é a necessidade de ler o texto de Habermas, afinal, quem está na chuva é para se molhar. O problema é que as condições de avaliação da disciplina mudam a cada momento: cada uma de nós já apresentou pelo menos três textos, temos que fazer uma revisão do projeto, apresentar textos de outros autores que estejam relacionados com nossa metodologia, apresentar uma prévia de nosso capítulo metodológico, entregar as apresentações de slides dos seminários e escrever uma artigo para uma revista científica (apresentando o comprovante de submissão). Tudo isso sem qualquer possibilidade de negociação, e o mais surpreendente: recheado com um discurso de Paulo Freire! Alôu, ouvi direito? Isso mesmo, usando Paulo Freire como referência, o mesmo Paulo que escreveu a Pedagogia do Oprimido! Eu tenho tentado ser uma aluna passiva, compreensiva, meiga, disciplinada e obediente, mas vamos combinar: isso está indo longe demais...Na próxima aula, vou colocar estas insatisfações na mesa, vamos ver no que vai dar. O pior é que eu e minha comparsa doutoranda acabamos encontrando alguma coisa interessante e aproveitável no texto para a nossa tese, o que certamente amenizará a nossa fúria assassina. Merde!

sábado, 1 de novembro de 2008

Responsabilidade Ambiental para Administradores

Esta semana participei do I Simpósio de Administração - O Administrador e os Novos Cenários: Globalização e Sustentabilidade, promovido pela UNIPÊ, Sebrae e a Prefeitura. Minha oficina foi sobre sustentabilidade ambiental com o tema "Sustentabilidade e Consumo: Agir Localmente, Pensar Globalmente". Apresentei aos futuros administradores os desafios da gestão empresarial com responsabilidade social e ambiental. Foi bem interessante e mesmo com parte da platéia estando presente obrigada (para ganhar presença no curso), o resultado foi bem interessante. O tratamento a organização foi VIP, com táxi para buscar e levar em casa (ainda bem, porque o meu carro resolveu dar piti e não funcionar), técnicos de som, assistentes espalhados por todo lado, enfim, uma evento muito bem organizado. Depois de sair correndo como uma louca, ainda consegui chegar na minha aula de Estudos Culturais com a professora Miriam (imperdível).Se eu continuar neste ritmo até o final do ano vou acabar acreditando que podemos ocupar dois lugares ao mesmo tempo... Compartilho com vocês alguns slides que usei no evento.


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Enquanto isso, na sala da justiça...

Esta semana, depois de duas noites sem dormir por conta dos horários nos vôos de JPA/BSB (imagino que uma homenagem sarcástica das companhias aéreas ao local onde o sol nasce primeiro...), tive algumas idéias muito interessante sobre a minha tese. A professora Edna Brennand - ah, vocês não sabiam? Ela é minha professora no PPGE - andou me enlouquecendo na sua disciplina Seminários dos Estudos Culturais, que objetivamente pretende construir as bases epistemológicas das nossas dissertações e teses. Apresentamos a estrutura de nossos trabalhos, e, infelizmente, ela não conseguiu encontrar meu objeto, meu foco e minhas bases epistemológicas em nenhuma das minhas propostas. Como boa aprendiz de Chapolim Colorado (não contavam com minha astúcia) e brasileira da gema (não desisto nunca), fiquei empacada nas últimas semanas em crise acadêmico-existencial-culturalista, até que consegui vislumbrar a minha estrutura. Sim, eu acredito na inspiração como ponto de partida e no trabalho árduo para a realização.Todos nós temos nossos lampejos de genialidade, mas confesso que o meu foi provocado pelo meu ego abalado. Eu estou realmente apaixonada pelo meu trabalho, mas não estava encontrando sustentação sequer para defendê-lo. Com fôlego renovado, começo a escrever o meu capítulo de metodologia que servirá como trabalho final da disciplina. Mais uma vez, assim como no mestrado, saio do óbvio com a dificuldade de estruturar uma metodologia muito mais complexa do que no mestrado, já que estou trabalhando com a perspectiva dos Estudos Culturais.Vamos ver onde isso vai dar, pois pretendo me qualificar em março (exatamente um ano após o ingresso no doutorado).


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As pessoas me perguntam com consigo dar conta de tantas coisas ao mesmo tempo, mas o fato é que só está sendo possível conciliar o trabalho com o doutorado, porque eu coordeno o pró-licenciatura (meu objeto de estudo), dou aula da disciplina Educação a Distância e todos os trabalhos que oriento estão relacionados com o assunto. Resumindo, tudo que eu faço hoje, todas as minhas atribuições perpassam meu objeto de estudo no doutorado. Se eu coordenasse um curso diferente e assumisse disciplinas fora do foco de estudo, estaria mesmo em palpos de aranhas (como dizia minha avó). O risco que eu corro hoje é ficar uma pessoa de um assunto só, e acabar enjoando da EAD de forma definitiva. Mas que fique registrado: isso só pode acontecer depois que eu concluir meu trabalho e passar em algum concurso. Só depois eu posso virar uma monja budista ou ficar correndo pelada em alguma comunidade alternativa vegetariana. Até lá, tome as novas tecnologias!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

UAB 2.0: Fórum de Geografia

Esta semana, estive em Brasília para participar de uma reunião com os coordenadores dos cursos de Geografia, Filosofia, História, Artes e Música a distância. Foram dois dias de reunião com muitas sugestões sobre a construção destes projetos. É muito interessante observar que os problemas locais são os mesmos de todos. Conheci pessoas ótimas que estão trabalhando com a EAD pelo Brasil todo. Tivemos um pouco de tudo, divertimento, cansaço, estresse, saia justa, desencontro,soluções, comparações, enfim, os elementos que fazem parte de toda boa reunião que se preze. A Professora Eugênia da UFRN teve a oportunidade de questionar o Professor Celso sobre a minuta do documento do MEC para a formação de professores que faz referência ao "preferencialmente presencial", um debate que meu colega Fernando Pimentel já tinha colocado no blog dele. A resposta foi evasiva incluindo expressões como "para vencer resistências, contemplar todos os segmentos", finalizada com um "não se preocupem com isso". Você entendeu? Não? Nem eu! Nestes momentos eu sou obrigada a apelar para aspectos filosóficos sobre a contradição humana, os paradoxos da sociedade e podemos escolher Gadamer, Marx, Gramsci, Giddens, ou qualquer outro que nos salve neste momento e torne a nossa existência mais zen e menos conflituada... De qualquer forma, fizemos avanços importantes e colocamos em pauta algumas questões pontuais no que diz respeito aos procedimentos metodológicos da Geografia. Vamos ver como será o desenrolar destas ações. A foto que ilustra este post é de todos os colegas da Geografia que participaram do evento.

domingo, 12 de outubro de 2008

Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica

O edital para a seleção 2009 do Mestrado em Educação Matemática e Tecnológica da UFPE, já está disponível. São 25 vagas e as inscrições estarão abertas do dia 20 de outubro ao dia 07 de novembro. Ou seja, dá tempo para preparar um projeto voltado para as linhas do programa. A linha Educação Tecnológica aborda temas relacionados com a investigação sobre as relações entre a comunicação e a educação; os artefatos tecnológicos (TV, Vídeo, Software, Internet) e a educação; as abordagens de ensino e de aprendizagem que se utilizam destes artefatos tecnológicos e o papel do professor, o aluno e o conteúdo de referência; e sobre a relação entre os programas de ensino on-line e ensino a Distância e a avaliação destes programas. A lista com o nome dos professores e os procedimentos de inscrição estão disponíveis no site. Esta é uma excelente oportunidade para quem está estudado o tema e encontra dificuldade em adequar seu objeto nos mestrados em educação existentes. Conheço muitas pessoas que estão apresentando seus projetos nos mestrados de Letras, Ciência da Informação ou Ciência da Computação porque não encontram espaço na educação. É uma pena, pois precisamos muito de pesquisas nesta área, mas na perspectiva da educação. Acredito que este mestrado da UFPE surgiu como uma resposta aos modelos curriculares estagnados da pós-graduação em educação, e deveria servir como um indicador para a necessidade de flexibilizar as linhas de pesquisa.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Diálogos da Semana

Durante esta semana ouvi vários diálogos engraçados ou talvez por já estar livre dos meus compromissos acadêmicos, eu esteja levando a vida de forma mais light e divertida. De qualquer forma, reproduzo alguns deles para quebrar um pouco a formalidade do blog:Uma grande amiga está pesquisando para o seu doutorado uma figura importante da política local. Ela, como todos os mortais, andou passando por poucas e boas em seu casamento. Conversando sobre a pesquisa ela disse encontrou várias cartas de amor na documentação pesquisada e já colocou no seu trabalho. Surpresa, eu perguntei:


- Mas e a esposa dele, já morreu?
- Não, mas eu preciso abordar esta questão para a construção das múltiplas identidades dele.
- Mas ela não vai ficar chateada?
- Mulher, se eu pude agüentar os chifres que já levei, porque ela também não pode?
- Bom. Isso é verdade... E em nome da ciência! - concluí às gargalhadas.
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Meus alunos estão planejando a festa de formatura em grande estilo, e como pagação de mico total, vão tirar fotos para o convite de formatura em pleno domingo, no principal cartão postal da cidade com os trajes de formatura na cor escolhida, vermelho. O problema é que vai haver segundo turno na cidade, em uma disputa acirrada com os ânimos exaltados, onde um dos candidatos usa a cor vermelha, enquanto o adversário usa a amarela. Heloíse, a organizadora da formatura lembrou do problema, preocupada:


- Gente, já pensou se Rômulo resolve fazer uma passeata no açude na hora da foto e dá de cara com todos nós vestidos de vermelho? Vai sobrar pancada para todo mundo!

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Reencontrei meus alunos do semestre passado no corredor, e um deles me diz:- Aí professora, passou em primeiro lugar no doutorado e nem disse nada para a gente!


Henrique, com sempre gaiato e que nunca deu muita bola para minha disciplina ou para o meu trabalho como professora, arremata:


- É eu também vi... Vou até colocar no meu currículo que fui aluno da senhora, inclusive com link para o resultado!
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Terça-feira eu estava com a macaca, e embalada por três aulas consecutivas, fui explicar em detalhes o trabalho final para a turma:-Não vai ser fácil não, vocês vão criar o material em hipertexto, organizar os conteúdos, inserir um texto base, criar a avaliação, apresentar a aula e depois postar no Moodle, blá,blá,blá. Ah, sim, e ao final, os professores da rede pública vão fazer o curso e vocês serão os professores.Durante o meu discurso enfático, os olhos dos alunos foram se arregalando e dava para notar a cara de surpresa de todos. Continuei esbravejando feito uma louca: - Pois é pessoal, eu não dou prova, mas vocês vão ter que trabalhar e não adianta me apresentar qualquer coisa não, o material tem que ter qualidade, e mais blá,blá,blá... Por fim, um não agüentou:


- Pelamordedeus, onde desliga esta mulher?
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Esta foi contada por meus alunos mais sérios: Professor X estava dando aula, e como sempre, sai do assunto e começa a falar abobrinhas sobre gibis e super-heróis. Empolgado, diz ser fã do super-homem. Um dos alunos, só para implicar diz que o super-homem não está com nada, que gosta mesmo é do Wolverine. O professor, diante dos olhos incrédulos dos alunos, tira o óculos em uma imitação do Clark Kent e abre a camisa. Pasmem, leitores, por baixo da blusa tinha uma roupa do super-homem!!! Fala sério, pior do que usar a roupa do super-homem como underwear é mostrar isso em plena sala de aula repleta de marmanjos na Universidade, né não?

Finito!

Finalmente terminei o artigo da disciplina Teorias da Educação, ministrada pelos professores Adelaide Dias, Zé Neto e Jorge Hermida. Oh, yeahhhh! Tive um trabalhão,foram três semanas de muita leitura para a construção do texto que quase derreteu minha mufa...Eu escrevi exatamente o que eu queria a partir de idéias que surgiram durante a aula. Depois de muito quebrar a cabeça, o título final ficou "Concepções de Aprendizagem e o Uso da Tecnologia na Educação a Distância: Das Máquinas de Ensinar ao Conceito de Aprendizagem Colaborativa". Fiz um percurso a partir das máquinas de ensinar de Skinner, a ecologia cognitiva e groupware de Lévy, concluindo com a contribuição de Vygostsky para o conceito de aprendizagem colaborativa. Juntar os três autores no fio condutor da educação a distância não foi tarefa fácil, mas o resultado final valeu muito a pena. Eu estava tão cansada que pedi para minha querida amiga Diva fazer a revisão do texto.Diva é um arraso em revisão de textos e estilo, eu só confio nela para este trabalho. A quantidade de "a partir de, ou seja" que precisava de substituição dava quase para escrever mais dez textos...Quando eu terminei o artigo, só conseguia pensar em como é interessante quando usamos de forma efetiva os debates realizados em sala de aula para aprofundar ainda mais um determinado assunto. Eu já falei várias vezes aqui no blog sobre minha satisfação de ser professora, mas também reconheço que o bom resultado como aluna, reforçando o trabalho dos professores, é igualmente gratificante. Não sei qual será a nota e, sinceramente, nem me importa. O que me motivou foi a consideração pelos professores e meu interesse pelo tema.Depois de muita reflexão, sou movida hoje exclusivamente pelos meus próprios critérios de aprovação, o resto é só formalidade...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Seleção Mestrado e Doutorado PPGE/UFPB

Saiu o edital com as normas para a seleção do mestrado e doutorado em Educação da UFPB.As inscrições estão abertas até o dia 31 de outubro e são 60 vagas para o mestrado e 23 (?) para o doutorado, distribuídas em cinco linhas de pesquisa. A grande novidade este ano é a publicação de um quadro com a disponibilidade de vagas por professor, tornando o processo bem mais transparente.O edital traz também a sugestão de bibliografia para os candidatos. Como este blog busca o compartilhamento de informação e socialização do conhecimento, vou sugerir três leituras básicas que não estão no edital para quem quiser concorrer na linha 5 (estudos culturais). São leituras fundamentais para enfrentar a prova escrita da linha. Provavelmente não foi colocada na bibliografia para identificar o grau de familiaridade do candidato com os autores da área. Rá, não contavam com a eficiência de nossa rede blogueira! Quanto ao estranhamento das 23 vagas para o doutorado, não me perguntem, eu sou apenas a mensageira(quem sabe é um número cabalístico ou é o resultado de uma matemática complicada de número de professores x vagas x alunos x a distância entre Marte e Saturno ou sei lá mais o quê).De qualquer forma, quem quiser tentar a seleção pode começar a correr contra o tempo. Quem tiver alguma dúvida ou precisar de qualquer informação, pode postar uma mensagem aqui no blog.


SILVA, T.(org.) O que é, Afinal, Estudos Culturais? Belo Horizonte: Autêntica, 2000.


HALL, S. Da Diáspora: Identidades e Mediações Culturais.Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.


LÉVY,P. As Tecnologias da Inteligência - O Futuro do Conhecimento na Era da Informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

Resultado da ANPAE

Está disponível a lista dos trabalhos aprovados no encontro realizado pela ANPAE que acontecerá em Natal nos dias 17, 18 e 19 de Novembro. Neste evento, eu vou participar como co-autora do trabalho de minha orientanda da especialização, Graça Barros, no GT 3 (comunicação, linguagem e gestão do conhecimento), com o título INTERATIVIDADE E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA REFLEXÃO SOBRE OS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM. O evento é recomendado pela Capes e como sempre, não será sacrifício nenhum visitar Natal novamente.Vou aproveitar a viagem para fazer algumas entrevistas para minha tese de doutorado que está começando a ganhar corpo, embora ainda pareça um frankstein desconjuntado.

sábado, 27 de setembro de 2008

Lançamento de Livro

Esta semana fui ao lançamento do livro Temas sobre a Instrução no Brasil Imperial (1822-1889), organizado por Antonio Carlos Ferreira Pinheiro e Cristiano Ferronato. A obra tem como objetivo divulgar os resultados de pesquisas que foram desenvolvidas nos últimos quatro anos no âmbito do Grupo de Pesquisa "História da Educação na Parahyba Imperial", vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História da UFPB. Os trabalhos discutem aspectos relacionados à contribuição da “instrução” no processo de formação do Estado imperial, tomando como referência a “Província da Parahyba do Norte”. Aspectos relativos à cultura escolar, à formação de professores e a infância “desvalida” são alguns dos temas analisados a partir de farta documentação inédita e desconhecida pelo grande público leitor sobre o XIX. Cristiano é meu amigo querido do doutorado e arrasou quarteirões como organizador do livro. Sim, nós já sabemos que ele é lindo, sim, já sabemos que ele é muito competente, mas a demonstração disso tudo ao mesmo tempo, nos deixou (eu e Alásia) impressionadas e muito felizes pelo resultado do trabalho dele. Aliás, eu consigo vislumbrar nestes momentos o quanto estou evoluindo como ser humano, pois quando participo do sucesso de meus amigos, só consigo sentir felicidade e satisfação, pois o sucesso de cada um engrandece a minha própria escolha como pessoa.Ou seja, nós não crescemos apenas por nossas próprias ações, mas essencialmente pelo conjunto de ações de todos que nos cercam, pois são experiências de vida que nos afetam, direta ou indiretamente. É esta percepção de que estamos inexoravelmente ligados aos outros que nos move para frente e faz todo o resto valer a pena.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cursos Abertos do MIT

Parece que o movimento de Educação a Distância está mesmo se consolidando em vários lugares do mundo. O MIT (Massachussets Institute of Technology) abriu vários cursos para os internautas chamados de OpenCourseWare. São mais de 1 800 cursos, alguns traduzidos para o português. É um repositório de aulas utilizados em cursos do MIT contendo notas de leitura, situações-problema, exercícios de laboratórios, vídeos e apresentações produzidas pelos professores. É de graça e não exige nenhum tipo de cadastro. Só não tem certificação, mas também era pedir demais!

Curtinhas

* A organização do evento de Hipertexto solicitou minha autorização para postar minhas fotos na página deles. Esta humilde fotógrafa ficou se achando...


** Meu departamento tem necessidade de 40 horas minhas este semestre, mas o setor de recursos humanos diz que eu só posso ter 20 horas. Hummm... parece um daqueles problemas matemáticos insolúveis.


*** Definitivamente a linha de Estudos Culturais do PPGE me cansa!!!

****Hoje foi um daqueles dias que eu fiquei me perguntando o que estou fazendo aqui? Que vontade de sumir...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

2° Simpósio Hipertexto - Minha Apresentação

Bom, depois de tantos comentários, só ficou faltando falar sobre a minha apresentação. Eu nunca acho que é nada de especial, mas falar sobre a Web 2.0 sempre me empolga. Usei o livro de Cristóbal Cobo e Hugo Pardo, Planeta Web, como base para o texto, que obviamente, vou compartilhar aqui no blog.Se você ainda não fez o download do livro, aproveite o link aqui no blog. O título do trabalho é A Web 2.0, Educação a Distância e o Conceito de Aprendizagem Colaborativa na Formação de Professores.Todas as imagens que usei na apresentação foram retiradas do blog Ergonomic de Cristóbal Cobo, ou de outros blogs. Esta escolha foi proposital porque ele é um dos maiores defensores do compartilhamento de informações e fiz questão de mostrar esta atitude na prática.Organizei o slideshare intercalando as fotos da minha apresentação. Quem sabe no futuro não vou postar um vídeo em tempo real?


Hipertexto2008 Blog
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2° Simpósio Hipertexto - Sérgio Abranches

Encontrei também meu amigo Sérgio Abranches, que eu não via já fazia um tempinho. Ele trouxe uma discussão interessante com o título "O que fazer quando recebo um trabalho ctrl c + ctrl v?" Para dizer a verdade, ele parecia ser o único disposto a discutir a questão com um pouco mais de profundidade, indo além do "vigiar e punir". Sem dúvida, esta questão de plágio acadêmico precisa ser repensada nos mais diversos níveis. A questão principal é de quem é a responsabilidade? Como construir uma identidade de autoria em nossos alunos? Uma aluna na platéia fez uma pergunta que foi um soco no fígado dos professores: - E os professores que obrigam seus orientandos a colocar o nome do professor orientador como co-autor nos trabalhos? Também são plagiadores? Esta prática já virou mania nas Universidades. A professora Ângela Dionísio foi taxativa: -Eu sou radical, minha obrigação é orientar o trabalho, mas o resultado é do aluno! Achei ótima a fala dela porque penso a mesma coisa. Que história é essa de obrigar os alunos a nos colocarem como co-autores? Em alguns trabalhos, eu ajudo muito e até posso merecer uma co-autoria, mas isso não é regra, é exceção. Depois da apresentação, colocamos as fofocas em dia e rimos muito. Foi uma pena que eu não tinha mais tempo para ficar em Recife.Estou pensando em cursar uma disciplina no mestrado em Educação Tecnológica da UFPE.Por falar nisso, teremos novidades sobre a próxima seleção que será realizada a partir de outubro. Não percam o blog de Madame Ana que não traz a pessoa amada em três dias, mas tem boas dicas para quem quer estudar.

2° Simpósio Hipertexto - Fernando

Um dos pontos altos do evento foi conhecer o Professor Fernando Pimentel, que eu também conhecia somente através do blog. Ele fez uma bela apresentação junto com Lucinha Serafim (minha colega na UEPB).Eles fizeram uma pesquisa de forma conjunta através da Internet com excelentes resultados. É muito interessante quando encontramos pessoas que só conhecemos virtualmente, materializando o que era somente uma imagem. Fernando é um doce de pessoa, agradável e muito competente. Espero que possamos trabalhar juntos no futuro.

2° Simpósio Hipertexto - Celebridade

Gentem, o que pode ser mais incrível para um blogueiro reles mortal, do que ser reconhecido por seus leitores? Estou me sentindo quase uma celebridade! Quando a professora Cynara da UFAL disse que me conhecia através do blog, eu quase saí flutuando pela janela. Como diz minha amiga blogueira Srta. Bia, me amarrota porque estou passada! Nada como ser elogiada por pessoas de qualidade que conhecem bem o assunto. Para completar o dia feliz, nos encontramos na Livraria Cultura no Recife antigo e tiramos fotos juntas! Mais celebridade que isso, só indo para a Ilha de Caras (mas vamos combinar que o nível acadêmico não ia valer a pena!).

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

2° Simpósio Hipertexto - Parte III

Well, well... Depois de muito nervosismo, transtornos bipolares, e alguns agregados isotônicos (eu acho), tive a oportunidade de assistir uma apresentação impecável da minha orientanda, Graça Barros, no evento. Um desempenho perfeito que mostrou segurança, solidez e, sobretudo, tranqüilidade. Fiquei muito orgulhosa e vejo que com que incentivo e orientação, as pessoas podem crescer e se superar, reescrevendo sua própria história e modificando seus caminhos. Parabéns por mais esta vitória nesta caminhada árdua da vida acadêmica! Ah, sim, e tudo isso porque não vou nem comentar o vestido très chique da madame apresentadora de telejornal. Abalou bangu!

2° Simpósio Hipertexto - Paulo Gileno

Este professor fofo da foto se chama Paulo Gileno, e sua apresentação foi sobre Letramento Informacional e Educação. Ele ficou indignado ao ser apresentado como professor "aposentado" da UFPE. Pelo visto ele trabalha mais agora do que antes, e atualmente coordena um projeto de grande repercussão chamado Um Computador por Aluno. Ele levou o protótipo (bem bonitinho) e disse que 300 escolas serão contempladas nos próximos meses com os portáteis. Todos os alunos destas escolas irão receber o computador e os professores e gestores receberão computadores portáteis convencionais. O programa está estruturado em um grande projeto de avaliação, já que será a primeira experiência de acesso contínuo à Internet nas mãos dos alunos, uma verdadeira imersão tecnológica. O professor ressaltou que a tecnologia é só o começo, é preciso formar professores (cerca de 10 000) e realizar a pesquisa. Ele trouxe aspectos do letramento informacional de Warschauer muito interessantes:


1. É preciso determinar a extensão da informação que se necessita;
2. Acessar a informação de modo eficiente e ético;
3. Avaliar criticamente a informação obtida e suas fontes;
4.Incorporá-la na base pessoal de conhecimentos;
5.Usar a informação de modo efetivo e ético para atingir seus objetivos.

2° Simpósio Hipertexto - Vida Acadêmica

Acabei de chegar agora do 2° Simpósio de Hipertexto e Tecnologias na Educação.Não sei nem por onde começar, mas posso afirmar que valeu muito a pena! Muitos reencontros, novos amigos, trabalhos interessantes, palestras instigantes, enfim, o Professor Xavier fez um excelente trabalho. Só fiquei com pena de não ter encontrado com o Professor Júlio, já que eu tive que voltar hoje (antes do fim do evento).Foi uma correria danada, e só quem participa destes eventos sabe o trabalho para escrever o artigo, preparar a apresentação, resolver questões operacionais e burocráticas. Eu nem comentei aqui, mas fui para o evento ameaçada de ser reprovada por falta em uma das disciplinas que estou cursando este semestre. O PPGE diz aos quatro ventos que precisamos produzir, publicar, participar de eventos e parará pão-duro, mas os professores acreditam que o mais importante é estar presente na aula deles. Se continuar assim, vou acabar mesmo no divã! Sinceramente, participar de um encontro como esse amplia nossa visão de mundo e aponta muitos caminhos para o nosso trabalho.Eu tive muitas idéias só em conversar com as pessoas. Para ser mais didática, vou escrever um post por assunto para facilitar a leitura.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Encontro com Marco Silva

Ontem tivemos uma palestra na UEPB com o Professor Marco Silva, da UERJ, autor de vários livros sobre Educação e Avaliação Online. A palestra fazia parte do encontro dos coordenadores do Projeto Piloto de Administração da UAB. O tema "Sugestões de Qualidade em Educação Online" foi bem apropriado e fora as questões conceituais/semânticas (educação a distância ou educação online, ferramentas ou interfaces), destaco alguns pontos importantes para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, a questão do desenho didático dos cursos, uma vez que a estrutura na qual os materiais são apresentados nos ambientes virtuais faz muita diferença na aprendizagem dos alunos. Recentemente, minha orientanda Graça Barros, aluna da especialização em Novas Tecnologias e Educação (UEPB), apresentou os resultados de sua pesquisa sobre interatividade nos ambientes virtuais, e a disciplina destacada pelos alunos como mais interativa era apenas a que estava melhor organizada na perspectiva da educação online. Não existe mistério ou solução mágica, basta estar inserido em uma cultura digital. E, justamente este ponto, foi apontado pelo Professor Marco como um divisor de águas: estar incluído digitalmente não significa necessariamente estar inserido na cibercultura. O conceito de cibercultura é muito mais amplo, e, de certa forma, está relacionado com as e-skills mencionadas por Cristobal Cobo. Outros dois conceitos interessantes abordados na palestra foram a multivocalidade (multiplicidade de pontos de vista) e a hipermídia (como convergência de vários suportes midiáticos abertos para novos links e agregações de várias linguagens). Enfim, boas reflexões que corroboram os caminhos que eu tenho escolhido até agora. Apenas uma divergência: o professor Marco acredita que a utilização do chat seja importante e indispensável, apesar dos professores não gostarem de utilizá-lo com freqüência. Eu não percebo o chat com esta relevância no processo porque não acredito que reproduza um determinado espaço da sala de aula. Talvez possa servir como um dispositivo para outros momentos, mas não o considero apropriado para uma discussão sobre algum tema específico ou conteúdo. Hum...Vou fazer algumas experiências no ambiente virtual de Licenciatura em Geografia e depois conto o resultado.


Ps: Quesito futilidade: definitivamente esta parede rosa do nosso auditório não favorece a beleza e o bom gosto de ninguém...Onde já se viu, uma parede chamar mais atenção do que o palestrante?

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Inutilidades.com

Não me perguntem qual é a utilidade ou como poderemos mudar o mundo com esta informação. Pode ser um processo de esvaziamento da mente ou apenas loucura temporária. O fato é que eu achei a proposta desta ferramenta curiosa, e levada pela curiosidade, visitei o site e escrevi o título do blog.A ferramenta se chama GeoGreeting e garimpa construções no mundo todo que tenha o formato das letras que você digitou. Se você estiver estressado como eu, com um trabalho enorme para entregar e sem inspiração (ou mesmo respiração, diga-se de passagem), dá uma olhada lá.Não serve para nada mesmo, mas afinal, porque tudo o que fazemos na rede tem que ser útil?


Ps: Esta semana foi desesperadora e acabei convivendo com o lado pouco recomendável da natureza humana.Depois de digerir melhor, vou postar algumas reflexões aqui no blog.Mas só depois que eu terminar o trabalho final da disciplina de Adelaide, Zé Neto (gracinha) e Hermida.O título é "Das Máquinas de Ensinar de Skinner à Aprendizagem Colaborativa: Um Outro Olhar Sobre a Tecnologia Educacional". Sim, eu sou pretensiosa, provavelmente não vai dar certo, mas fazer o quê? Como já dizia Paulo Leminski, todos são loucos, mas eu não, eu sou uma gracinha...

domingo, 31 de agosto de 2008

A Nada Mole Vida de Professora-Substituta

Eu li várias vezes um livro chamado Papai Pernilongo na minha adolescência e o primeiro capítulo do livro (na minha tradução), chama-se Quarta-feira Deprimente. Lembrei deste livro esta semana, porque entre tantas atribuições, fui obrigada a fazer novamente o processo de seleção para professor-substituto da Universidade. Foi deprimente mesmo, eu nem tive ânimo para comentar o assunto aqui no blog. Por uma série de razões que não vale a pena discutir (ou tentar entender), os contratos de substituto não são renovados automaticamente, é necessário um novo processo de seleção para validação. Desde que eu cheguei aqui na Paraíba, não houve ainda um concurso público para professor que eu pudesse me enquadrar nas especificações. O mais próximo foi na UFCG de Cajazeiras, e como eu não estou disposta a mudar de cidade mais uma vez, não fiquei interessada. Fui a única inscrita (penso que os outros são mais sábios que eu), mas o processo com um ou cinqüenta é o mesmo, passei horas tirando cópias dos documentos, toda a quarta-feira preparando aula e fiz a prova didática na quinta. O sorteio do ponto foi interessante, a Educação a Distância no Contexto Histórico e Social. Fiquei pensando, depois de quatro semestres dando aula da mesma disciplina, se eu tivesse feito uma aula ruim, era mesmo para sair de cena espancada com um martelinho de borracha. Fui aprovada, mas o que mais me estressou nesta história toda é que eu estava orientando vários alunos da graduação que confiaram no meu trabalho e contavam comigo. Já pensou se eu sou reprovada? Ahhhhhhhhhhhhhhhhh!!! A parte cômica da situação foi uma das professoras da banca que quando me viu, exclamou surpresa: - Ué... eu jurava que você era professora efetiva! Minha resposta imediata: - Eu também, professora, eu também...

domingo, 24 de agosto de 2008

Novas Idéias, Antigos Ideais

O título desta postagem era o slogan de um banco há alguns anos atrás. O objetivo era mostrar que apesar da modernização e informatização do banco, os ideais eram sólidos e conservadores (bem, tratando-se de um banco devia estar se referindo à usura que já vem desde os tempos bíblicos...). Na prática docente de quem busca a tecnologia como mediação pedagógica, esta frase se aplica ao confronto tecnologia x humanização. Muitos professores acreditam que estão revolucionando a prática pedagógica porque transferiram suas transparências "old fashion" em acetato para uma produção medíocre do Power Point, apresentada através de um projetor multimídia. Os alunos a cada semestre estão mais críticos em relação ao papel dos professores e percebem que os antigos ideais estão apenas revestidos de novas ferramentas. Infelizmente, os antigos ideais se referem aos velhos hábitos: provas de decoreba, pegadinhas, trabalhos extensos e improdutivos, etc. Começamos este semestre com laboratórios de informática novinhos para os alunos de Licenciatura em Computação. A Núbia (que é a chefe do departamento), moveu mundos e fundos para organizar os espaços, motivada cinqüenta por cento pelo dever cívico e profissional, e cinqüenta por cento pelo receio que os professores se matassem nos corredores pelo uso dos laboratórios. Até eu, que sou da cultura da paz, já tive vontade de distribuir bofetões nos professores folgados que não respeitavam as escalas de uso. Bom, como Núbia é uma professora consciente da infinita capacidade de baixaria de seus pares, ela fez uma peregrinação digna do Caminho de Santiago de Compostela para conseguir os equipamentos e as salas. Agora com os laboratórios lindos de morrer, percebo que caberá aos professores e alunos não apenas a conservação do espaço físico, mas sobretudo a potencialização de seu uso em aulas mais criativas e dinâmicas. A cada dia que passa percebo que a grande inovação que podemos empregar em nossa prática em sala de aula é a mudança de atitude. Afinal, precisamos repensar a estética, a retórica, a família e nós mesmos... Ah, a foto que ilustra esta postagem é da minha turma da noite (no laboratório novo, é claro!).Eles não são fofos?

domingo, 17 de agosto de 2008

Edublogosfera

Esta é a centésima postagem deste blog e nada mais blogmaniac do que "linkar" nosso blog em outro blog! Quando eu fiz este blog, minha intenção era pesquisar a navegação na rede, a partir dos fundamentos da etnografia digital, do Prof. Wesch. Logo fiquei encantada com as possibilidades infinitas da formação de uma rede para compartilhar informações e conhecimento. Recebi um convite hoje para postar as informações do meu blog na Edublogosfera, que reúne os professores blogueiros do país. Precisamos muito intensificar esta troca e conhecer o trabalho, as dificuldades e as aspirações de nossos colegas. Se tem uma coisa que aprendi na rede, é que não estamos sozinhos em nossas dificuldades, dúvidas e divagações. Para participar desta rede é muito fácil, eu solicitei um convite no blog Edublogosfera. Depois fiz uma foto do meu blog no Thumb, coloquei as informações mais importantes e postei no blog. No Portal do Professor (MEC), na seção links, existe uma referência ao uso do blog com informações pedagógicas e práticas sobre a sua utilidade (classificado no site como recursos digitais). Ou seja, a ferramenta blog apesar de tantas controvérsias, vem se consolidando como um meio eficaz de apresentar conteúdos, estabelecer trocas e divulgar conhecimento. Tomara que esta rede seja intensificada com a participação de todos os professores blogueiros!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Encontro com a Professora Ann Louise Bishop

A Profª Dra. Ann Louise Bishop, da University of Illinois, nos Estados Unidos, esteve conosco na UFPB através do Fulbright Specialists Program.A pesquisadora ministrou um seminário e workshop sobre informática comunitária, estabelecendo linhas de ação de acordo com inovações teóricas e metodológicas propostas para a temática e viabilizando a criação de um grupo de pesquisa com a participação de pesquisadores da UFPB e da University of Illinois.Aproveitando a visita, a convidamos para nos apresentar seu trabalho com os professores e alunos da linha 5, do Programa de Pós-Graduação em Educação. Ela foi conversar conosco sobre o projeto de Informática Comunitária desenvolvido pelo MSTE (The Mathematics, Science and Technology Education). Os projetos são voltados para crianças e jovens filhos de imigrantes e agregam um processo de formação ao uso da informática. Um dos projetos desenvolvidos ligados ao projeto educacional, é a criação de uma nova escola com o currículo voltado para o engajamento político e social, que são levados também para a comunidade. Os professores são alunos da universidade e desenvolvem atividades com os alunos ajudando no dever de casa, como um reforço escolar e outras atividades, como por exemplo a animação de histórias, contadas de forma virtual. O público dos projetos varia desde crianças do jardim de infância até adolescentes do High School. As histórias são desenvolvidas pelos alunos, e os professores encorajam o desenvolvimento de temas voltados para o fortalecimento familiar e da comunidade. Um dos outros projetos desenvolvidos não envolve computadores, eles trabalham com pintura e desenhos de livros. Muito interessante é o uso do software Squeak, que permite que o aluno desenvolva linhas de comando para criar animações, desenhos, etc.como o Logo que conhecemos por aqui. A proposta do projeto é bem similar ao Programa Casa Brasil desenvolvido nas periferias pelo Governo Federal. Eu convidei a professora para conhecer uma das unidades da Casa Brasil aqui em João Pessoa, mas ela já estava voltando para os EUA hoje mesmo. Indiquei o endereço do site do Casa Brasil para que ela pudesse pesquisar e entrar em contato para troca de experiências.Alguns pontos que achei interessantes na exposição da Profª Bishop:


¤O projeto não é entendido como extensão, mas sim como pesquisa, já que os professores e alunos utilizam as ações realizadas na comunidade para desenvolver suas pesquisas (nós ainda continuamos insistindo no tripé ensino, pesquisa e extensão como elementos dissociados);


¤A comunidade é de origem porto-riquenha e buscam fortemente manter suas raízes culturais, elemento que é incentivado pelo projeto;


¤A informática é usada como um atrativo para estimular a participação e desempenho dos alunos;


¤O projeto é uma articulação entre a universidade, a comunidade e as escolas, reforçando a necessidade de entrosamento e diálogo entre todos os elementos que fazem parte da vida do aluno.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Banco de Imagens do MEC

Desde que começamos o curso de Licenciatura em Geografia a distância aqui na UEPB, venho pensando em desenvolver um banco de imagens para promover a integração entre os alunos e a disseminação de informações importantes sobre as paisagens e os lugares, através das imagens.A idéia é que os alunos dos diferentes pólos enviem fotos da paisagem dos lugares e de eventos culturais que retratem a sua realidade. É o contraponto entre o local e o global, ao mesmo tempo que tornamos o nosso aluno sujeito com voz e ação no processo de aprendizagem. O uso deste banco de imagens poderá ser usado pelos professores em suas aulas e trabalhos, enriquecendo o material e dinamizando os conteúdos. No próximo semestre, vamos transformar este banco de imagens em um projeto com uma exposição das fotografias ampliadas no final. Eu sempre tive interesse em fotografia e agora com as facilidades das câmeras digitais, ficou bem mais fácil investir neste hobby. Por estas razões, fui verificar o banco de imagens que O MEC disponibilizou em seu site, com as fotografias classificadas em categorias. Embora a maior parte das fotos disponíveis seja apenas imagens jornalísticas de eventos promovidos pelo próprio MEC (meu Deus, porque alguém acredita que fotos de inauguração cortando uma fita de seda em trinta ângulos diferentes, são interessantes?), é possível encontrar fotos bem legais na categoria meio ambiente.

domingo, 10 de agosto de 2008

Dia dos Pais

Hoje é dia de paparicar e bajular bastante todos os pais (biológicos ou emprestados) que fazem parte de nossas vidas. Eu hoje não tenho mais pai para comemorar este dia, e realmente é estranho não ter a quem chamar de pai. Eu tive um Baba muito especial que já não está mais com a gente, mas não sai de nossa memória. Emoldurei umas fotos lindas, bem antigas, de quando ele era paraquedista (ou Pqd, como ele costumava dizer). Meu conforto foi que ele chegou a ver as fotos na parede da sala, em lugar de destaque. Bom, mesmo não tendo pai, tenho uma filhinha pequena e para comemorar o dia de hoje, fomos tomar café da manhã bem cedinho no Mangai, um restaurante de comida regional daqui. Foi o presente de dia dos pais de nossa baby que resolveu acordar com o sol nascendo... Ela nunca faz isso, mas hoje resolveu inovar. Fiquei surpresa porque encontrei além da figura do pai, avô e até bisavô comemorando juntos o dia.Esta relação com o patriarca da família é mais acentuada aqui no Nordeste, pelo menos no aspecto da estrutura familiar. Aos pais de todos os lugares, que estão próximos ou distantes, um feliz dia dos pais!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

De Volta ao Batente...

Depois de uma pausa para respirar um pouco, as atividades acadêmicas recomeçaram esta semana. Vou fazer duas disciplinas no doutorado, as obrigatórias da linha 5. Pensei em fazer alguma outra na Sociologia ou em Letras, porque preciso atingir os 37 créditos necessários para a conclusão do curso. O mais surreal é que eu tenho 40 créditos concluídos no mestrado. Imaginem só, a lógica é que no doutorado sejam aproveitados 10 créditos do mestrado, somando com 27 créditos cursados no período. No meu caso, vou totalizar o mestrado e doutorado com 77 créditos! Ou seja, 1.155 horas de trabalho... Não me entendam mal, eu gosto muito de estudar, mas o problema é que eu não pude me afastar das minhas atribuições de trabalho para me dedicar exclusivamente ao doutorado. Se fosse assim, eu faria todas as disciplinas possíveis e imagináveis na universidade. Para completar, este semestre só foram oferecidos tópicos e seminários das linhas do PPGE. Eu queria muito fazer uma disciplina sobre as políticas públicas, me ajudaria bastante no meu trabalho. Preciso agora dar conta da minha tese para qualificar em fevereiro, além de fazer um curso rápido de francês para ser aprovada na proficiência no final do ano. Ontem na disciplina Seminários de Pesquisa, a professora nos designou para orientar dois alunos de mestrado na própria disciplina, sem possibilidade de dizer não. Neste semestre eu tenho apenas nove orientandos defendendo sua monografias no final do mês, oito orientandos da especialização a distância do SENAC para apresentar até outubro e quatro orientandos da graduação do Curso de Computação.Arrrrggghhhhh... Cadê meu maiô patriótico??????

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Professores de Direito

Considerando todas as experiências que relato neste blog, qual o lugar mais improvável para fazer uma palestra sobre educação e novas tecnologias? Sim, o título do post já dá uma pista, no curso de Direito. Não sei porque razão, mas ao pensar em Direito, a primeira imagem que vejo é livros empoeirados e pesados e velhinhos de terno e gravata. Claro que é um estereótipo, assim como associar os executivos de grandes empresas com homens bonitos e agressivos, de terno impecável. Quem já observou estes executivos nos aeroportos ou nas empresas sabe que a realidade é bem diferente...Bom, ontem fiz uma palestra intitulada "Tecnologias Digitais na Educação e os Novos Paradigmas da Sociedade Informacional". O público era formado por professores de Direito da Universidade Estadual da Paraíba,muitos deles desembargadores, promotores e juízes. Fino, não? Foi muito interessante porque levantamos questões relacionadas ao aspecto prático do trabalho docente, mas também falamos sobre as subjetividades da profissão que também sofre os impactos das novas tecnologias. Todos foram muito receptivos e simpáticos, e o tempo que estava estimado em 40 minutos, foi ampliado para 2 horas! Assumi o compromisso de retornar para darmos continuidade ao assunto e discutirmos novas possibilidades da prática pedagógica. Acabei pegando a estrada bem tarde, mas ofereci carona para o professor Afrânio que estava prestigiando a palestra, um senhor de idade avançada(espero que ele não leia este blog), mas que me contou tantos "causos" engraçados de seus tempos de promotor e procurador que nem percebi o tempo passar. Usando uma frase ouvida do meu novo amigo ontem, posso dizer que destes momentos "o que fica realmente é a amizade. O resto é bobagem..."

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