quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Liberdade de Informação
Está disponível, na versão em Português, o livro Liberdade de Informação: um Estudo de Direito Comparado de Toby Mendel, publicado pela UNESCO. Segundo a UNESCO, o livro tem tido papel importante ao auxiliar instituições públicas e privadas e os Estados-membros da UNESCO a lidar com a legislação sobre liberdade de informação. A obra apresenta uma visão geral de exemplos concretos de boas práticas nessa área e analisa a legislação sobre a liberdade de informação e o direito a informação de 14 países (quatro a mais em relação à primeira edição), entre Suécia, Uganda, Estados Unidos, México e Reino Unido, destacando aspectos positivos e problemas das leis em vigor ao redor do mundo.O estudo tenta ainda responder a algumas perguntas-chave, como qual seria o teor do direito a informação, se ele pode realmente ser classificado como um direito e como os governos podem aplicá-lo. Por fim, o autor faz uma análise comparativa das várias leis e políticas que dizem respeito ao direito fundamental a informação.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Nova Versão do Amadeus
Eu já comentei aqui no blog sobre o ambiente virtual colaborativo Amadeus, e olha que eu nem era da UFPE naquela época. Agora que eu sou, vou fazer uma propaganda ainda mais enfática. Não tenho nada contra o Moodle, meus experimentos com o Amadeus não foram grande coisa, mas penso que é muito importante ter uma alternativa e outras soluções para os ambientes virtuais. Como acabei de receber um comunicado sobre a nova versão, compartilho a notícia aqui com vocês: Agora está muito mais fácil e simples instalar o Amadeus. Essa versão está empacotada com tudo que é necessário para a instalação, basta apenas ter instalado em sua máquina os softwares periféricos que o AmadeusLMS utiliza, que são, PostgreSQL8.3, Apache Tomcat6.0.20, e JVM(Java Virtual Machine). A nova versão pode ser baixada e nela você vai encontrar um pack zip(AmadeusLMS-v00.93.30.zip) com todos os arquivos publicados na versão como changeLog, manual de instalação, instruções para obtenção do código fonte, quick installation guide e etc. Recado dado, se virem para testar e me mantenham informada das novidades!
# Atenção: Para conseguir acessar os arquivos é necessário se inscrever na comunidade Amadeus, no site do software público.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
A Pós-Mídia de Ivana Bentes
Eu gosto muito do conceito da pós-modernidade, usei o Harvey na minha dissertação de mestrado e continuei na mesma linha no doutorado, embora não houvesse espaço para aprofundar a questão. Sim, eu sei o que os críticos dizem a respeito do pós-moderno, conheço as limitações e argumentações, mas a ideia da pós-modernidade me agrada (os percursos acadêmicos também deveriam deixar espaço para as necessidades pessoais). Por esta razão, me identifiquei muito com o discurso na entrevista da Ivana Bentes (UFRJ), sobre a pós-mídia. Ela diz que o que caracteriza a era pós-mídia de massa são justamente as práticas descentralizadas de comunicação. A Internet é esse lugar de desconfiguração. No meu mestrado (1997), trabalhei as questões relacionadas com a fragmentação e reestruturação no trabalho e no território, com foco no surgimento da acumulação flexível. Assim, eu me sinto muito à vontade com a ideia de descentralização e fragmentação nas relações de poder que dominam (e produzem) a informação, e acho particularmente interessante o conceito de capitalismo cognitivo. Na entrevista ela estabelece uma relação, embora não linear, entre as novas configurações territoriais e o próprio território livre da Internet. Fiquei pensando nas possibilidades de agregar o conceito de redes sociais com as questões da construção de identidades e a cidadania no mundo globalizado. Estou finalizando um artigo para o livro do Professor Fredys Sorto, intitulado "Cidadania, proteção e afirmação dos direitos humanos", tentando relacionar alguns pressupostos dos Estudos Culturais com a questão da cidadania no contexto de uma sociedade globalizada e informacional.O problema é que quanto mais eu leio e escrevo, mais perguntas e caraminholas surgem na minha cabeça. Leia a entrevista e fique cheio de caraminholas você também...
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
E-Learning e Horizon Report 2010
Esta semana duas publicações importantes sacudiram as redes que compartilham as discussões sobre educação e tecnologia. O livro STRIDE Handbook 8:E-Learning, da Indira Gandhi National Open University (IGNOU), traz uma reflexão interessante sobre várias ferramentas inovadoras e seu uso educacional. Segundo o texto de apresentação do e-book, o livro é um humilde esforço para colocar "aprendizagem" antes de "tecnologia". Nós acreditamos e entendemos que a infra-estrutura tecnológica por si só não é suficiente para o sucesso do e-learning. Portanto, temos estado envolvidos no diálogo, discussão e debate sobre as capacidades potenciais, pontos fortes e limitações das tecnologias em linha em programas educacionais. Outra publicação importante é o relatório Horizon Report 2010 que apresenta as principais tendências do uso das tecnologias na educação. As principais tendências anunciadas no relatório são: computação móvel, conteúdos abertos, livros eletrônicos, realidade aumentada, computação gestual e análise visual de dados. Por enquanto o relatório está disponível apenas em inglês, mas voluntários já estão se mobilizando para traduzir o material. Aguardem!
Edupunk e a Educação a Distância
O João Mattar levantou a questão do movimento Edupunk no último #eadsunday e não pude deixar de pensar no significado real do movimento voltado para o ensino superior e no seu impacto na educação a distância. O fato é que a EAD surgiu como uma modalidade que poderia modificar a forma de aprendizagem através do seu agregado tecnológico. As tais tecnologias (chamadas de "novas" por um bom tempo) surgiram como uma espécie de cura para todos os males da educação. A prática vem apontando para o contrário e o movimento Edupunk explica o desconforto dos alunos com o uso que vem sendo feito das tecnologias digitais, especificamente nos ambientes virtuais de aprendizagem. Mas como podemos definir o Edupunk? No blog do Juan Freire, encontramos a explicação que Edupunk é uma aproximação com as práticas de ensino e aprendizagem abordagem baseada em um Do It Yourself (faça você mesmo). Embora o conceito seja recente, identifica um conjunto de atitudes, da comunidade e aplicações de tecnologia que são tão antigos quanto a própria Internet e viveu um desenvolvimento extraordinário nos últimos anos, paralelamente com a explosão da Web 2.0. No blog Cibercrítica encontramos algumas considerações interessantes no post intitulado Edupunk. Que Deus salve os pedagogos! (não pude deixar de pensar nos meus colegas de departamento...). A importância do movimento Edupunk para uma reflexão sobre a EAD está nas origens do movimento que é desencadeado a partir de uma pesada crítica de Jim Groom (foto), um especialista em tecnologia educacional e professor da Universidade de Mary Washington, na época do lançamento do software proprietário Blackboard. Embora a crítica esteja centrada no uso de uma plataforma (ou Learning Managemant System) fechada, Groom sugere que o uso de aplicativos livres no formato de autoria da Web 2.0 seria muito mais interessante para a aprendizagem dos alunos. Fiquei surpresa porque em 2006, fiz uma pesquisa com os alunos do curso de graduação a distância que usavam o Moodle e muitos argumentaram que não usavam o ambiente com mais frequência porque "não podiam propor nada na plataforma, apenas seguiam o que o professor colocava". Ou seja, o Moodle, por mais construtivista que pretenda ser, permite que o aluno apenas reaja aos movimentos propostos pelo professor, ele mesmo não pode interferir ou redesenhar o modelo instrucional proposto nas disciplinas. O aluno responde ao fórum, mas não pode criá-lo e toda forma de participação está restrita aos espaços virtuais coadjuvantes e não no eixo principal. Estamos reproduzindo o processo de educação presencial convencional, as relações de poder continuam estruturadas com o papel do professor como principal trasmissor de informações, enquanto os alunos permanecem passivos. Queremos que os nossos alunos respondam ao que foi perguntado nos fóruns, mas não queremos que eles criem seus próprios fóruns ou desviem-se das questões abordadas. Utilizamos o AVA para criar uma nova roupagem cibernética para as velhas práticas e nos consideramos modernos, atuais e inovadores. Na proposta do Edupunk se pretende identificar os novos papéis que devem desempenhar nestes processos de aprendizagem favorecendo a iniciativa dos alunos e suas habilidades criativas e inovadoras. Agora os estudantes estão ativos em cursos como os parceiros e colegas na construção do saber docente como estratégia de aprendizagem. Os alunos devem participar ativamente no processo de aprendizagem e deve trabalhar entre si e com professores que trabalham individualmente e em equipes. Uma das queixas mais frequentes nos cursos a distância é o silêncio virtual dos alunos e a baixa participação no AVA. Está na hora de cutucar o leão com a vara curta e realmente buscarmos as respostas para a apatia dos alunos. Afinal, queremos formar autores ou reprodutores?
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Campus Party 2010
Fiquei sabendo no começo da semana que a Lilian Starobinas está trabalhando com o pessoal do EducaRede na organização de alguns momentos mais diretamente voltados a temas da educação no Campus Party 2010. O evento parece ser incrível, felizmente existem formas virtuais de participação para quem está distante (quase na linha do Equador), como eu. A Lilian é ótima, e é muito bom ver pessoas que conhecemos e seguimos no mundo virtual - como o Sérgio Lima e Sonia Bertocchi- atuando no evento. Copiei a programação e os comentários do blog EducaRede no Campus Party para divulgar com vocês:
Na 4a feira, dia 27/01, às 20 horas, haverá o painel "Gerações Interativas - uso responsável da Telas Digitais". Como educar crianças e adolescentes para uma presença segura e responsável na Rede? Como educar para a segurança sem disseminar a cultura da vigilância e da proibição?Sobre esses pontos, ouviremos o que vem dizendo a pesquisa do Gerações Interativas, promovida pelo programa EducaRede, as opiniões da SaferNet Brasil, representada por Rodrigo Nejm e as posições do professor Sérgio F. Lima, educador, pesquisador dos usos de tecnologias digitais na educação e blogueiro.
Na 5a feira, dia 28/01, também às 20h, o papo será sobre "Redes Sociais e Educação". Em que medida as Redes Sociais contribuem para a aprendizagem na educação formal? A dispersão das Redes compromete o trabalho educativo? Faz sentido investir no letramento usando redes sociais? Qual os ruídos que as redes sociais trazem para as relações institucionais? O uso de Redes Sociais na Educação pode ser encarado como estratégico na escola pública?Estarão conosco a educadora Sonia Bertocchi, da rede social Minha Terra, Bianca Santana, jornalista e pesquisadora dos usos de blogs na Educação de Jovens e Adultos, Ivo Correia, diretor de políticas públicas do Google Brasil e Alexandre Schneider, secretário municipal da educação de São Paulo.No melhor espírito Campus Party, após essa mesa faremos um Twittencontro, isso é, um bate-papo entre educadores twitteiros e simpatizantes. Um excelente momento para fortalecermos vínculos que começaram na Rede ou começarão lá no CP.
Para o pessoal que ficou animado, o blog EducaRede está sorteando convites individuais. Aproveitem e não esqueçam de contar os detalhes do evento aqui no blog!
domingo, 10 de janeiro de 2010
Conferência Internacional sobre Redes Sociais
No meu histórico profissional sempre aconteceram algumas coincidências estranhas, então, depois de muito apanhar, resolvi dar mais atenção ao sinais sejam eles do mundo real, virtual ou metafísico. Quando eu terminei o curso de Licenciatura em Geografia, estava farta das discussões sobre o objeto da ciência geográfica e resolvi dar continuidade no campo do Planejamento Urbano e Regional. A minha dissertação envolvia as novas tecnologias (naquela época eram novas mesmo!) e acumulação flexível, me levou para a educação a distância. Nos últimos quinze anos mudei de trabalho quatro vezes, de cidade, de Estado, mas continuei trabalhando, direta ou indiretamente, com a EAD. Agora, minhas pesquisas estão me levando para a discussão sobre redes sociais, e estou interessada em investigar as interfaces entre as redes reais nas cidades e as redes sociais virtuais. O preâmbulo é para falar sobre a Conferência Internacional sobre Redes Sociais que acontecerá em Curitiba, entre os dias 11 e 13 de março, com a participação de Pierre Lévy, Steven Johnson e Clay Shirky. A CIRS é um evento aninhado dentro da CI-CI 2010 - Conferência Internacional de Cidades Inovadoras, traduzindo exatamente a minha perspectiva de aproximação entre os dois conceitos.O evento está sendo organizado e divulgado através das redes e para participar é necessário estar inscrito na Conferência Internacional das Cidades Inovadoras. Não é um evento de cunho acadêmico, provavelmente terei dificuldade em participar por questões operacionais, mas fica aqui a reflexão e a divulgação.