quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Livro Para Entender a Internet
Mais uma iniciativa interessante na rede com o lançamento do livro "Para Entender a Internet", organizado por Juliano Spyer. A proposta é um "beta-livro" com textos originais de diferentes autores que trabalham com o tema, aberto para contribuições, sugestões e interferências. No blog criado para divulgação, encontramos mais detalhes sobre a construção e a proposta do livro. "Este "beta-livro" reúne textos originais de ativistas, acadêmicos e profissionais que estão ajudando a inventar/moldar a cultura da Web no Brasil. É uma experiência de produção de conteúdo educativo usando a Rede que começou na Campus Party em janeiro de 2009. É também um projeto colaborativo publicado com licença CC e aberto a interferências. E está melhorando graças a eles/as". Não preciso nem dizer que o download é gratuito e que o livro está registrado sob licença Creative Commons. É um excelente material para trabalhar em sala de aula e refletir sobre as novas possibilidades da web como ferramenta de colaboração em rede. O livro está organizado no formato de um glossário e aborda os seguintes temas:
Noções: beta, capital social / Whuffie, cauda longa, co-working, cultura do remix, cyberpunk, ética hacker, interatividade, metodologias ágeis, rede social, viral, Web 2.0
Práticas: blog, bridge-blogger, comunidades de prática, consumer-to-consumer (C2C), Creative Commons, fotografia digital, jogos eletrônicos,jornalismo colaborativo, micro-blogging, mobile, Open Space / Barcamp, peer-to-peer (P2P), podcast, propaganda online, wiki
Desafios: brecha digital / exclusão digital, cyberbullying , ecologia digital, Lei Azeredo, Lei Eleitoral e internet, lixo eletrônico, pirataria, privacidade, spam,voluntariado em rede
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
O Redundante Botão Retweet
A ferramenta de microblog Twitter disponibilizou ontem o seu aguardado botão retweet. Para quem não conhece os microblogs de 140 caracteres, o retweet (ou RT) serve para replicar um texto interessante. Basta digitar RT na frente do nome do autor e repetir o texto (é possível também complementar ou comentar o texto). Até agora, para fazer a ação de RT no Twitter era preciso copiar e colar o texto enquanto em outras ferramentas (como o TweetDeck), já existe um botão direto para o retweet. O Alex Primo fez uma análise do botão retweet bem interessante e concordo que ter que clicar duas vezes para fazer o retweet é mesmo uma perda de tempo. Isso acontece porque ao clicar no botão do retweet aparece uma caixa de diálogo perguntando se você deseja enviar o texto para todos os seus seguidores. O mais curioso é que não existe alternativa de selecionar as pessoas, tornando a opção uma inutilidade só. Outra coisa que eu não gostei foi que você não vê o retweet enviado, ele fica no limbo e só quando entramos na página do retweet é que conseguimos visualizar. Para piorar a funcionalidade, ele não armazena os retweets feitos em outros programas (como o TweetDeck, por exemplo). Agora, interessante mesmo é a possibilidade de ver os avatares das pessoas que deram retweet nas mensagens. Um aspecto importante que o Alex Primo destacou é que o RT foi uma invenção dos usuários e o "bloqueio de comentários no RT é também um retrocesso, pois discordamos de muito do que retweetamos. Em outras palavras, o comentário antes ou depois de um RT tem a capacidade de ressignificar uma citação". Eu já tinha pensado que o processo do retweet lembra muito a citação nos textos, assim como resumir uma ideia em 140 caracteres contribui para desenvolver o poder de síntese. Posso estar delirando, mas penso que estas ferramentas tem agregado alguns fundamentos interessantes que podem ser trabalhados com os alunos de forma positiva. Vai ser uma surpresa se futuramente descobrirmos que a geração da cópia era a nossa (que copiava tudo da Barsa) e que os nativos digitais poderão pesquisar com facilidade (formados através do mecanismo das ferramentas de busca) e citarão com clareza e perfeição as suas fontes. Como diz o slogan da Natura, é ver para crer.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Os 100 Melhores...
A sociedade contemporânea adora classificar, enumerar, listar, enfim, definir os melhores e os piores a partir de paradigmas bastante diferenciados. Apesar de não gostar muito da proposta de ranking, encontrei duas listas bastante interessantes. Uma é sobre as melhores ferramentas de learning, chamada Top 100 Tools for Learning 2009, organizada pela consultora Jane Hart, fundadora do Centre for Learning & Performance Technologies. Ela listou as 100 melhores ferramentas para a aprendizagem e é possível visualizar a lista Top 100 organizada em categorias. Algumas ferramentas eu nem conhecia, e fiquei surpresa ao encontrar apenas o Moodle na categoria Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem/Cursos. Outra indicação é Excellent Open Access Journals for Educators, organizado pelo ONLINECOLLEGE com os links para os melhores jornais abertos para educadores. As duas indicações estão em inglês, mas nada que o Professor Doutor Google Tradutor não possa resolver.
domingo, 15 de novembro de 2009
Palestra de Vani Kenski
Quando eu fiz a especialização em Planejamento e Uso do Solo Urbano no IPPUR/UFRJ, fiquei encantada com a figura do flaneur de Baudelaire que o Professor Robert Pechman nos trazia como um personagem emblemático para a compreensão das cidades. Eu sempre me sentia assim quando andava no centro do Rio de Janeiro, atravessando as ruas estreitas, contemplando a arquitetura e o movimento, quase um "flaneur" desocupado, embora eu estivesse sempre a caminho do trabalho. Durante esta semana aconteceu o IV Colóquio Internacional de Políticas e Práticas Curriculares, e apesar de ser um evento aqui em João Pessoa, eu não consegui me inscrever porque o período de inscrições coincidiu com a minha loucura de defesa da tese e os preparativos para assumir na UFPE. Agora, bem mais tranquila, fui participar como penetra de algumas atividades do evento, me sentindo novamente um flaneur, andando despreocupadamente pelos corredores, sem a pressão de apresentar trabalho ou qualquer outro compromisso com o horário.Assisti a bela apresentação de Graça Barros sobre o analfabetismo e o letramento de Hannah, personagem do filme "O Leitor". Nós fomos ao cinema assistir o filme por indicação do Prof. Robson Pequeno, e saímos de lá nos debulhando em lágrimas. Só quem já trabalhou com alfabetização de adultos poderia entender a nossa angústia... Pois o impacto do filme foi tão forte que ela acabou transformando a história da sofrida Hannah em um artigo. Outra atividade que valeu a pena foi a palestra da Professora Vani Kenski. Ela falou sobre a evolução da educação online e fez algumas observações interessantes sobre a forma como utilizamos as mídias. Segundo ela, a primeira geração da educação online tinha ênfase no conteúdo. Na segunda geração, a ênfase é na participacão do learning 2.0: todos querem falar, mas existe pouca interação. Pensei muito na abordagem narcisista que alguns autores fazem da web e nos alunos que não querem ler as postagens dos colegas nos fóruns. A terceira geração da web 3.0 surge com um novo paradigma da internet com as seguintes características: web como plataforma; redes sociais; construção coletiva; bases de dados gigantescas; jogos de computador e realidade ampliada. Os reflexos dessas novas linguagens para a educação são: 1. ampliação da interação e aumento do envolvimento emocional (redes sociais,colaboração; 2. Redefinição do presencial (síncrono) e a distância (assíncrono); 3. Blended learning, já que não existe mais o ensino completamente presencial, todos os professores estão utilizando alguma forma de comunicação com os alunos fora dos espaços da escola. Fiquei com a nítida impressão que estamos nos distanciando cada vez mais da dicotomia das modalidades de ensino e caminhando na perspectiva de convergência das mídias (Jenkins).
sábado, 14 de novembro de 2009
Reflexões Sobre a EAD na Revista Nova Escola
A revista Nova Escola publicou este mês uma reportagem intitulada Educação a Distância Mitos e Verdades, com o subtítulo Educação a Dsitância Vale a Pena? Embora não responda a pergunta, o texto traz considerações interessantes sobre o crescimento e a estrutura atual da EAD no Brasil, fazendo referência ao estudo Professores do Brasil: Impasses e Desafios, da Unesco. Segundo a reportagem, no trabalho a professora Bernardete Gatti relata que o governo federal ainda não dispõe de aparato suficiente para acompanhar, supervisionar e fiscalizar os cursos, fato que comprometeria sua qualidade. Outro ponto frágil da política governamental, segundo o trabalho, seria a pouca verba destinada aos tutores (que acompanham a aprendizagem dos grupos), feito por meio de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o que tornaria a qualificação dos profissionais precária. Bom, aí choveu mesmo no molhado, mas a reportagem traz um enfoque interessante ao afirmar que o aluno também precisa ter o perfil adequado para estudar a distância, assunto abordado na entrevista em vídeo com o professor Litto, e propõe o teste "você tem o perfil do aluno da educação a distância"?
Crise Analógica, Futuro Digital
Está acontecendo o IV Congresso de la CiberSociedade 2009, organizado pelo Observatorio para la CiberSociedade. São 134 profissionais e 43 instituições discutindo as questões políticas da sociedade digital. Li uma passagem bem interessante no texto de abertura do evento: "Partamos desde aquí, desde la provocación y desde las múltiples contradicciones que se esconden tras el lema "Crisis analógica, futuro digital". Desde una perspectiva sociocéntrica de lo tecnológico y tecnocéntrica de lo social. Añadámosle, como ingrediente invitado, el cuestionamiento necesario respecto del el momento que vivimos y del papel que Internet tiene en él: tanto por haberlo provocado como por su potencial para salir de él. La cibersociedad como paradigma híbrido, como modelo social, como realidad global, es protagonista y destinataria final de esta nueva llamada al debate. ¿Jugamos?" No grupo de trabalho sobre Educação, encontramos temas como Blearning y nuevas dinámicas online/offline, Comunidades de práctica, Plataformas de aprendizaje y su apropiación, Adquisición de competencias para la ciudadanía digital, Recursos educativos abiertos, Enseñanza de competencias digitales a colectivos específicos, El impacto del audiovisual y el 3D en la educación. É possível participar dos fóruns e acompanhar as comunicações e plenárias do evento.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Olhares da Rede
O livro Olhares da Rede, organizado por Claudia Castelo Branco e Luciano Matsuzaki, está disponível para download com conteúdo licenciado pelo Creative Commons para Uso Não Comercial. O Professor Sérgio Amadeu, Titular do Mestrado da Faculdade Cásper Líbero, faz a apresentação afirmando que o livro "traz o debate sobre as idéias de cinco autores que pensam o universo das redes digitais. Surgiu das rodadas de leitura crítica que realizamos na Cásper Líbero como uma das atividades do Grupo de Pesquisa de Comunicação, Tecnologia e Cultura de Rede. Yochai Benkler, Manuel Castells, Henry Jenkins, Lawrence Lessig e Douglas Rushkoff são utilizados em nossas reflexões sobre a cibercultura e formam um grupo de pensadores cujas idéias inspiram algumas de nossas investigações, de mestrado e de iniciação científica". Sem dúvida, é bastante oportuno aprofundar as reflexões sobre os autores mais utilizados para discutir as mudanças culturais e as tecnologias digitais.
Google Wave
Eu realmente acredito na perspectiva de criação de algo inusitado, inovador e instigante nas ferramentas de comunicação em rede. Sou capaz de passar horas "matutando" sobre as novas possibilidades de aprendizagem utilizando artefatos tecnológicos. Depois de um dia cansativo e modorrento, voltei para casa desanimada e, ao abrir as minhas mensagens (tchram!!), fiquei surpresa ao receber um convite para o Google Wave do fofo Sérgio Lima. Sabe quando você dá pulinhos de alegria? Pois é, ridículo, eu sei, mas foi mesmo uma boa surpresa porque eu já tinha ouvido falar muitas coisas sobre a proposta "revolucionária" do tal Google Wave, que a Internet como conhecemos vai acabar, que o e-mail foi inventado há 40 anos e precisava de uma mudança radical etc. Estou ainda quebrando a cabeça para compreender a lógica da ferramenta, mas talvez ela não tenha outra lógica além de favorecer a comunicação... Consegui colocar o tal do robô do twitter para funcionar e adicionei alguns contatos. Penso que a dimensão revolucionária está relacionada com o potencial da ferramenta, já que adota código aberto, quer muitos desenvolvedores etc. Outro aspecto interessante é a ideia de ver tudo sem precisar ficar abrindo cada ferramenta, em uma só tela será possível agregar todos os elementos mais usados. Mas vamos ver, ainda estou explorando...
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Primeiro Evento Como Professora da UFPE
A minha apresentação no I Fórum de Licenciatura em Computação da UEPB foi no último sábado, e contei com a participação dos meus ex-alunos Geneton e Janara para contar um pouco da nossa experiência aos participantes do evento. Voltando um pouquinho no túnel do tempo, o relato de experiência que apresentamos foi sobre a disciplina Hipermídias na Educação que ministrei em 2008.1. Meu coordenador pensava em um projeto para que os alunos pudessem atuar nas escolas públicas e como a ementa da disciplina era bastante flexível, elaboramos um projeto de pesquisa e intervenção. Os alunos se revezaram em dois grupos na escola e trabalharam com os alunos temas como linux, pesquisa na internet, uso de vídeos etc. Até aqui nada demais, mas o surpreendente foi que esta intervenção virou uma proposta permanente na escola a partir da criação do Ensino Médio Integrado com o Curso de Técnico de Computação, com ênfase em Programação. Meus ex-alunos que apresentaram a proposta comigo trabalham até hoje no curso, o primeiro da Paraíba. Fiquei toda fofa pelo sucesso dos meus queridos pupilos, por ter sido lembrada por todos eles com tanto carinho e por ser o meu primeiro evento oficial como professora da UFPE. Tanta fofura foi devidamente registrada em vídeo, afinal, estamos falando de hipermídias não é mesmo?
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Fórum de Licenciatura em Computação
Uma das minhas características (para não dizer defeito ou qualidade que depende do juízo de valor do momento) é gostar de participar da construção de projetos. Quanto menor e com menos estrutura melhor, porque acredito que com muito trabalho e comprometimento é possível transformar o que era apenas um potencial em sucesso. Durante os três anos em que estive como professora substituta do curso de Licenciatura em Computação da UEPB, sempre acreditei no potencial do curso e dos alunos. Quando eu passei no concurso da UFPE, a minha coordenadora disse que eu não esquecesse que fui da UEPB como outros professores costumam fazer. Eu achei engraçado, pois tenho muito orgulho de ter contribuído com a Universidade. No momento atual, o curso de Licenciatura em Computação deixou de ser patinho feio e virou cisne, foi reconhecido e está recebendo novos professores concursados. Com novos ventos soprando, fui convidada para participar do I Fórum de Licenciatura em Computação que será realizado nos dias 05, 06 e 07 de Novembro. Sempre é muito bom quando somos lembrados, principalmente depois que partimos para outros desafios. O meu tema é o projeto que realizei com os alunos na disciplina Hipermídias na Educação. Transformei a ementa em um projeto, os alunos foram executar atividades em uma escola Estadual e o resultado foi muito interessante, inclusive o que não deu certo. Por várias razões eu ainda não tinha escrito um artigo sobre o assunto, mas agora surgiu uma excelente oportunidade de colocar a proposta e os resultados no papel e publicar.O evento já tem mais de 200 inscritos, muita gente participando, temas para discussão sobre o software livre e inscrições gratuitas. É ou não é para ficar orgulhosa?
domingo, 1 de novembro de 2009
Professores do Brasil: Pesquisa da UNESCO
A UNESCO patrocinou um estudo sobre a carreira docente no Brasil,intitulado Professores do Brasil: Impasses e Desafios, realizado pelas pesquisadoras Bernardete Gatti, que coordenou o trabalho, e Elba de Sá Barreto, ambas da Fundação Carlos Chagas. Segundo as autoras, o trabalho "pretende oferecer um balanço da situação relativa à formação de professores para a educação básica no Brasil. Procura traçar um panorama sobre os docentes em exercício e as questões pendentes, examinar a legislação e suas oscilações e complementações conjunturais, as condições dos cursos de formação e seu alunado, os modelos especiais de formação para atender à exigência de sua elevação para o nível superior, a formação continuada de professores. Busca ainda abordar questões relativas à carreira e ao salário docentes. O intuito é tentar levar a reflexão sobre a docência e a formação para seu exercício a um plano mais amplo e abrangente, na busca de superação de casuísmos". A pesquisa apresenta dados interessantes sobre a EAD organizados em tabelas e muitas informações estatísticas, embora as análises ofereçam uma visão panorâmica da educação a distância hoje. Ao ler o texto fiquei com a mesma sensação que tive ao terminar a minha tese, parece que o assunto é tão complexo e com tantos fios soltos, que é necessário um documento de mil páginas para dar conta do recado! Para quem está estudando o tema, os dados e as análises servem como um excelente material de referência.
# Curiosidade da publicação - nas páginas iniciais encontrei a seguinte passagem: "As autoras são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste livro, bem como pelas opiniões nele expressas, que não são necessariamente as da UNESCO, nem comprometem a Organização. As indicações de nomes e a apresentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de qualquer opinião por parte da UNESCO a respeito da condição jurídica de qualquer país, território, cidade, região ou de suas autoridades, tampouco da delimitação de suas fronteiras ou limites". Como assim? O estudo e a publicação são patrocinados pela UNESCO (que na apresentação afirma que contratou especialistas renomadas), mas no final das contas não tem nada a ver com isso? Estranho...