domingo, 15 de novembro de 2009

Palestra de Vani Kenski

Quando eu fiz a especialização em Planejamento e Uso do Solo Urbano no IPPUR/UFRJ, fiquei encantada com a figura do flaneur de Baudelaire que o Professor Robert Pechman nos trazia como um personagem emblemático para a compreensão das cidades. Eu sempre me sentia assim quando andava no centro do Rio de Janeiro, atravessando as ruas estreitas, contemplando a arquitetura e o movimento, quase um "flaneur" desocupado, embora eu estivesse sempre a caminho do trabalho. Durante esta semana aconteceu o IV Colóquio Internacional de Políticas e Práticas Curriculares, e apesar de ser um evento aqui em João Pessoa, eu não consegui me inscrever porque o período de inscrições coincidiu com a minha loucura de defesa da tese e os preparativos para assumir na UFPE. Agora, bem mais tranquila, fui participar como penetra de algumas atividades do evento, me sentindo novamente um flaneur, andando despreocupadamente pelos corredores, sem a pressão de apresentar trabalho ou qualquer outro compromisso com o horário.Assisti a bela apresentação de Graça Barros sobre o analfabetismo e o letramento de Hannah, personagem do filme "O Leitor". Nós fomos ao cinema assistir o filme por indicação do Prof. Robson Pequeno, e saímos de lá nos debulhando em lágrimas. Só quem já trabalhou com alfabetização de adultos poderia entender a nossa angústia... Pois o impacto do filme foi tão forte que ela acabou transformando a história da sofrida Hannah em um artigo. Outra atividade que valeu a pena foi a palestra da Professora Vani Kenski. Ela falou sobre a evolução da educação online e fez algumas observações interessantes sobre a forma como utilizamos as mídias. Segundo ela, a primeira geração da educação online tinha ênfase no conteúdo. Na segunda geração, a ênfase é na participacão do learning 2.0: todos querem falar, mas existe pouca interação. Pensei muito na abordagem narcisista que alguns autores fazem da web e nos alunos que não querem ler as postagens dos colegas nos fóruns. A terceira geração da web 3.0 surge com um novo paradigma da internet com as seguintes características: web como plataforma; redes sociais; construção coletiva; bases de dados gigantescas; jogos de computador e realidade ampliada. Os reflexos dessas novas linguagens para a educação são: 1. ampliação da interação e aumento do envolvimento emocional (redes sociais,colaboração; 2. Redefinição do presencial (síncrono) e a distância (assíncrono); 3. Blended learning, já que não existe mais o ensino completamente presencial, todos os professores estão utilizando alguma forma de comunicação com os alunos fora dos espaços da escola. Fiquei com a nítida impressão que estamos nos distanciando cada vez mais da dicotomia das modalidades de ensino e caminhando na perspectiva de convergência das mídias (Jenkins).

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