Este semestre estamos concentradas no doutorado em resolver o problema da metodologia do nosso trabalho. Esta semana eu e minha comparsa do doutorado, Alásia Santos, apresentamos um seminário sobre a hermenêutica do bom velhinho Gadamer, como metodologia de nossas pesquisas do doutorado. Nossos trabalhos apresentam muitos aspectos convergentes, eu focando o Pró-Licenciatura e ela, a UAB. Nesta perspectiva, a hermenêutica cai como uma luva e as contribuições de nossa professora foram bastante significativas.Começamos o seminário levando lambadas de nossa teacher, mas terminamos com muitos beijos e elogios (coisas da academia, não me perguntem...). A única conclusão que posso chegar é que ela imaginou que nós não conseguiríamos dar conta do tema por sua complexidade, mas mudou de idéia ao longo da apresentação. Alásia domina muito bem a filosofia e nós já tínhamos escrito um artigo para outra disciplina a quatro mãos. O que realmente me empolga no uso da hermenêutica é que ela pode ser aplicada ao lado pragmático da vida. Meu maior desafio hoje é ser coerente com meu desejo de compreender o outro e construir, a partir desta compreensão, relações mais harmônicas e positivas com as pessoas. Gadamer aborda exatamente este aspecto quando afirma que todo ser humano, ao estar aberto ao diálogo, é um ser que se lança ao mundo que é um horizonte de compreensão, buscando compreendê-lo e compreender seu papel no e com o mundo.Verdade e Método conquistou muito mais do que meu lado de pesquisadora, ele capturou minha alma ao mostrar um caminho filosófico para a verdadeira compreensão da complexidade humana. A seguir, compartilho um esquema elaborado por nossa professora Windyz que pode ser muito útil para quem deseja trabalhar metodologicamente com a hermenêutica.
domingo, 30 de novembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
O Governador, a UEPB e Politiketes
Este blog não é sobre política, mas é impossível não comentar a cassação do Governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, até porque esta decisão afeta diretamente a nossa Universidade. Com olhar de estrangeira, e longe da disputa emocional histórica, posso dizer que estou indignada com essa história toda porque apenas uma parte perde: o povo paraibano. Pelo visto o Estado se tornou a palmatória política do país, semana retrasada cassaram um deputado por mudança de partido, agora não se pronunciaram sobre a cassação em Santa Catarina, mas aplicaram a justiça com rigor aqui. Não me agrada nem um pouco esta história de decidir quem ocupará a vaga, se o pleito foi contaminado de alguma forma, que se faça uma nova eleição. Os cenários são muito fluidos e ninguém pode prever com certeza quem vai ganhar em caso de mudança de candidato. Para vocês terem uma idéia sobre o papel dos dois governadores (o substituto, Maranhão já foi governador da Paraíba duas vezes) no que diz respeito à Universidade, Cássio deu autonomia financeira para a Universidade, abriu mais três novos campus e tomou muitas decisões que fizeram a Universidade caminhar bastante nos últimos anos. Mérito de nossa Reitora e dele também, já que em uma Universidade Estadual a dependência do Governo do Estado é muito grande. Já com Maranhão, a Reitora (que na época estava à frente do sindicato) entrou em greve de fome para ser recebida (e ouvida) pelo então governador. E pior, pouco adiantou. O mais interessante é observar que o governador indicado pela justiça (não parece coisa da ditadura?), teve suas contas de campanha rejeitadas pelo tribunal eleitoral e o seu substituto no Senado responde a tantos processos na justiça que o foro privilegiado que ele vai ter a partir de agora, caiu do céu. Ou seja, ainda corremos um sério risco de ficar sem nenhum governador, e mesmo que se confirme Maranhão no cargo, será um governo medíocre e fraco com uma grave crise de legitimidade, já que ganhou no tapetão e não respeitou a vontade das urnas.Não vou nem entrar no mérito dos defeitos dos dois, porque não vejo diferenças ideológicas entre eles (foram, inclusive, aliados no mesmo partido). De qualquer forma, parece coisa do velho prefeito Odorico em "O Bem Amado".
Nós no Evento da ANPAE
Esta semana foi realmente corrida, dirigi aproximadamente mil quilômetros em três dias, estou me sentindo como Speed Racer. Terça-feira foi o evento da ANPAE, eu me inscrevi como co-autora no trabalho da minha orientanda de especialização, Graça Barros. Meu objetivo era apenas apoiá-la em um evento de grande porte, mas ela agora já ganhou segurança suficiente e nem precisa mais de meu apoio para coisa nenhuma. Tem segurança suficiente para expor suas idéias e já pode caminhar sozinha em qualquer lugar. As demais apresentações foram interessantes, coordenadas pela Professora Hilda Mara. O debate foi realizado no final das apresentações, organizamos um círculo e trocamos muitas idéias sobre os trabalhos. Depois tiramos muitas fotos e foi muito engraçado porque pedimos ao rapaz responsável pela manutenção dos equipamentos para tirar fotos do grupo e o coitado teve que tirar a mesma foto com oito câmeras diferentes! É tão interessante como parecemos desconectados do mundo, parece que estamos dentro de uma bolha com o tempo suspenso enquanto discutimos problemas e soluções da educação. O troféu abacaxi vai para uma professora de Recife que solicitou a antecipação de sua apresentação para a nossa seção por motivos pessoais, tomou nosso tempo e saiu assim que terminou de falar, porque tinha "compromissos urgentes". Ou seja, despejou seu trabalho, pegou o certificado e saiu correndo sem a menor consideração com os demais. Sua passagem foi tão meteórica e superficial que sequer me lembro do nome da criatura. Eu acho isso o fim da picada, se as pessoas não tem tempo nem disposição para compartilhar seu conhecimento, por favor, não participem!Todos nós temos nossos compromissos e prioridades e agir como se o nosso fosse mais importante do que as demais é, no mínimo, uma tremenda falta de educação. Por outro lado, tínhamos um professor na sala com sua orientanda, que não só participou da sessão com seriedade, como apoiou sua aluna de graduação de forma admirável. Este é o nosso papel e,definitivamente, está na hora de entender que o ouvido dos outros não é penico para despejar um monte de porcaria em um local que sequer tem descarga...
domingo, 16 de novembro de 2008
Como Água Para Chocolate
Estamos na reta final do semestre e equilibrar as atividades de aluna e professora não tem sido fácil. O lado positivo para os meus alunos é que estou ficando mole, reduzi bastante a proposta de atividades este semestre. Talvez seja porque praticamente todos os meus alunos trabalham e estão muito sobrecarregados com as outras disciplinas, mas também pode ser porque estou do outro lado e sinta na pele as dificuldades em equilibrar o trabalho e os estudos. Não tenho mais certeza se o acúmulo de trabalhos é um caminho seguro para a realização da aprendizagem. Ontem passei o dia todo estudando, preparando um texto sobre a metodologia da minha tese. Aproveitei o dia de hoje para descansar um pouco, inventando novas receitas na cozinha. Sim, este é meu lado B (se é que isso existe), eu gosto de inventar um prato novo, comprar os ingredientes, fazer os testes e registrar o resultado. A foto deste post é o resultado da experiência de hoje, uma receita de camarão com molho de catupiry e gorgonzola. Todas as vezes que acerto a mão como hoje, sempre penso em largar tudo e abrir um restaurante em Pipa. É o meu projeto de aposentadoria, até lá vou ter que descobrir um novo balneário, porque Pipa já estará decadente. Eu sequer gosto da badalação, mas existe uma energia especial em lugares como Búzios, Pipa, Porto de Galinhas, que não sei se é anterior à chegada das pessoas (que são atraídas por esta energia) ou se é por ser um local de trânsito de pessoas de diversos lugares que torna tudo tão especial. De qualquer forma, venho escrevendo um livro de receitas digital onde eu registro não apenas as minhas receitas, mas também as dos meus amigos. Cada uma delas tem uma história especial e como todos os meus amigos antigos e muito queridos moram distante de mim, encontrei uma forma de me sentir perto deles cozinhando as receitas que costumávamos comer juntos. Ah, sim, o título deste é post é o mesmo do filme que fala exatamente sobre os efeitos mágicos da culinária sobre nós.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Didática e o Ensino de Geografia
Esta semana finalizei o material da disciplina Didática e o Ensino de Geografia que eu e a professora Sônia Pimenta escrevemos para o curso de Geografia a Distância da UEPB e UFRN. Eu simplesmente a-do-rei o resultado da editoração, as imagens estão lindas e o trabalho é muito bem feito. O pessoal da UFRN abalou Bangu com seu bom gosto e idéias interessantes para melhorar a proposta do texto. Nós escrevemos doze aulas que são consideradas como uma publicação de livro. Embora o foco seja o professor de Geografia do segundo ciclo do Ensino Fundamental e o Ensino Médio, fiz questão de escrever uma aula abordando o ensino de Geografia nas séries iniciais. Pensei muito nos blogs das minhas colegas Sintian Schmidt e Teresinha Bernadete Motter e na sua contribuição para os professores do Ensino Fundamental (inclusive indiquei os links desses blogs no livro). Isto significa que a junção de diferentes mídias na aprendizagem não é um modismo ou um caminho alternativo, é realmente uma possibilidade de incrementar ainda mais os materiais que usamos em sala de aula, seja ela virtual ou presencial. Aliás, este é um processo interessante, os professores que elaboraram os materiais para a Educação a Distância estão utilizando os mesmos materiais com os alunos do curso presencial com sucesso. Já observamos indícios de que esta dualidade entre as modalidades presencial e a distância está se estreitando, aparecendo interseções e sobreposições que são muito bem vindas. Compartilho com vocês a versão preliminar da aula "A construção de conceitos nos primeiros anos do Ensino Fundamental", espero que gostem. Ah, sim, esta barrinha com figuras engraçadinhas logo abaixo serve para vocês opinarem sobre o post ou sobre o material. Deixe a sua opinião registrada!
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Bob Esponja, Sra Puff e Eu
O título deste post pode parecer estranho, mas foi impossível não lembrar da saga do Bob Esponja na escola de pilotagem da Sra Puff, durante esta semana. Passei vários dias visitando o Detran para renovar a carteira de motorista, fazendo exame de vista, exame médico e prova escrita sobre direção defensiva e primeiros socorros. Entre as filas e a espera interminável, eu só pensava no surrealismo daquilo tudo. Será que uma pessoa que tem carteira de motorista desde 1990, desaprende a dirigir de forma repentina? Respondi ao questionário que me perguntava se eu era louca, tinha desmaios ou usava drogas. Não pude resistir e perguntei ao funcionário se alguém respondia que sim a algumas destas questões. Pela cara do sujeito, já comecei a pensar que seria reprovada, afinal, lá não é o lugar para engraçadinhos... Levei uma bronca por falar ao celular durante o atendimento, o que mostra o caráter educativo do Detran, e tive que ouvir o sujeito dizendo que a prova era muito difícil e que eu devia fazer um curso. Me inscrevi no curso rápido do Senhor Google para Desesperados e lendo o manual de primeiros socorros e direção defensiva (baixados da Internet), percebi que o conteúdo todo é uma questão de bom senso. Coisas do tipo: não dê nenhuma bebida para a vítima inconsciente (???), se alguém estiver com fratura exposta remova-a imediatamente para o hospital, faça manutenção do seu carro etc. Sim, eu sei que nem todos os seres humanos tem bom senso, mas aplicar prova escrita em todos os motoristas... Posso estar enganada, mas não me parece ser a medida mais eficiente para incutir bom senso em alguém. Quando eu terminei a prova (em quinze minutos), fiquei enrolando uma meia hora para não me reprovarem por descaso. A funcionária anunciou que o resultado sairia na Internet e depois de vários acessos a cada quinze minutos, comecei a me sentir como Bob Esponja, com um medo enorme de ter sido reprovada. Enrolei bastante para ir ao Detran (cheguei lá dez minutos antes do expediente encerrar hoje) e já comecei dizendo, só vim saber se fui mesmo reprovada... Consegui minha carteira, descobri que estou praticamente cega do olho esquerdo e saí de lá procurando meu amigo Patrick para dar uma volta. A próxima pagação de mico é só em 2013!
domingo, 2 de novembro de 2008
Habemus Habermas?
A grande crise esta semana no doutorado foi a preparação de um seminário do texto Apres Marx, de Habermas, em francês. Considerando que nenhuma das alunas apresenta fluência no idioma igualité, liberté e fraternité, ficamos diante das seguintes opções: pagar uma tradução completa do livro ou pelo menos alguns capítulos, encarar o texto e traduzir como for possível, cometer suicídio coletivo deixando uma longa carta acusadora para o PPGE ou contratar alguém para desaparecer com a professora. Considerando que somos da paz e não temos o menor espírito de grupo, seja para uma coisa ou para outra, nos restou a alternativa mais indigesta (não, não estou falando do assassinato): encarar a leitura e preparar a apresentação do seminário contando apenas com um pequeno grupo aguerrido. O que me espanta nesta história toda não é a necessidade de ler o texto de Habermas, afinal, quem está na chuva é para se molhar. O problema é que as condições de avaliação da disciplina mudam a cada momento: cada uma de nós já apresentou pelo menos três textos, temos que fazer uma revisão do projeto, apresentar textos de outros autores que estejam relacionados com nossa metodologia, apresentar uma prévia de nosso capítulo metodológico, entregar as apresentações de slides dos seminários e escrever uma artigo para uma revista científica (apresentando o comprovante de submissão). Tudo isso sem qualquer possibilidade de negociação, e o mais surpreendente: recheado com um discurso de Paulo Freire! Alôu, ouvi direito? Isso mesmo, usando Paulo Freire como referência, o mesmo Paulo que escreveu a Pedagogia do Oprimido! Eu tenho tentado ser uma aluna passiva, compreensiva, meiga, disciplinada e obediente, mas vamos combinar: isso está indo longe demais...Na próxima aula, vou colocar estas insatisfações na mesa, vamos ver no que vai dar. O pior é que eu e minha comparsa doutoranda acabamos encontrando alguma coisa interessante e aproveitável no texto para a nossa tese, o que certamente amenizará a nossa fúria assassina. Merde!
sábado, 1 de novembro de 2008
Responsabilidade Ambiental para Administradores
Esta semana participei do I Simpósio de Administração - O Administrador e os Novos Cenários: Globalização e Sustentabilidade, promovido pela UNIPÊ, Sebrae e a Prefeitura. Minha oficina foi sobre sustentabilidade ambiental com o tema "Sustentabilidade e Consumo: Agir Localmente, Pensar Globalmente". Apresentei aos futuros administradores os desafios da gestão empresarial com responsabilidade social e ambiental. Foi bem interessante e mesmo com parte da platéia estando presente obrigada (para ganhar presença no curso), o resultado foi bem interessante. O tratamento a organização foi VIP, com táxi para buscar e levar em casa (ainda bem, porque o meu carro resolveu dar piti e não funcionar), técnicos de som, assistentes espalhados por todo lado, enfim, uma evento muito bem organizado. Depois de sair correndo como uma louca, ainda consegui chegar na minha aula de Estudos Culturais com a professora Miriam (imperdível).Se eu continuar neste ritmo até o final do ano vou acabar acreditando que podemos ocupar dois lugares ao mesmo tempo... Compartilho com vocês alguns slides que usei no evento.