Enquanto eu tento estudar, várias coisas acontecem ao mesmo tempo: início das atividades do semestre na EAD, elaboração de novas planilhas, preocupações práticas da viagem para Maceió, o último episódio de House e o carnaval carioca. Cazuza já cantou sobre as características dos cariocas e posso dizer que é tudo verdade. Nós não frequentamos os pontos turísticos da cidade e também não ficamos no Rio na época do carnaval, salvo situações de exceção, como o caso raro em que o primo-do-cunhado-do-noivo da amiga que trabalha na Globo consegue descolar um passe livre para os camarotes do sambódromo. Fora isso, nosso programa é muito mais light e civilizado, passamos h-o-r-a-s do nosso feriado de carnaval nos engarrafamentos intermináveis para um lugar com muito sol, praia, cerveja e... engarrafamento! Não é conversa de pescador nem exagero, já passei oito horas em um engarrafamento monstruoso de Búzios para o Rio (a viagem sem trânsito não leva mais do que duas horas). Oito horas intermináveis! Não me perguntem porque fazemos isso, é uma questão cultural. Ficar na cidade sem o passe livre para a passarela do samba é o destino dos perdedores, daqueles que não conhecem ninguém e não são convidados para nada. Bom mesmo é encher o carro com ventilador, colchonete, isopor e travesseiro e viajar para algum lugar na praia (mas serve outros cantos também, no desespero...). Por esta razão, o carioca começa o feriado de carnaval cada vez mais cedo. Antes a viagem era no sábado pela manhã, depois passou para a sexta-feira à noite. Como não adiantou muito, o pessoal passou a matar o trabalho na sexta e viajar na parte da manhã. Quando eu me mudei do Rio, o povo já estava viajando na quinta. É provável que agora estejam saindo na segunda, ou até mesmo uma semana antes! Dizem que o ano para o carioca começa depois do carnaval, e confesso que a perspectiva de trabalhar no carnaval provoca conflito no meu DNA cultural. O fato é que eu agora moro na praia, longe do carnaval já que a grande festa aqui é o São João. Não sei mais o que é um engarrafamento, chego na praia em cinco minutos e como uma peixada completa para quatro pessoas por vinte e três reais, contemplando o mar que não está poluído (ainda). Para completar o cenário, a única escola que eu vi desfilar na televisão foi campeã, com um enredo simples e lindo. Diante disso tudo, encontrar concentração para sentar e ler pela enésima vez o objeto de estudo da Geografia nas séries iniciais, me parece um desperdício...
# Será que os candidatos escrevem os textos dos dez pontos e decoram tudo? Se for assim, é preciso ter uma memória filha da puta, não? Eu consigo reter a idéia central do assunto e algumas referências essenciais, mas o resto, só escrevendo na hora... Afe, seja o que Deus quiser!