Hoje foi um dia realmente especial, daqueles que vou lembrar por muitos anos como um exemplo de um dia agradável e perfeito. A manhã começou com a defesa da dissertação da minha orientanda querida, Dagmar Heil Pocrifka. A pesquisa que ficou com título final "A inclusão digital de professores nas políticas públicas no Estado de Pernambuco", apresentou três políticas de inclusão digital: o Professor Conectado (esfera estadual), Professor.com (esfera municipal-Recife) e UCA (esfera federal). A análise de dados contemplou os documentos oficiais dos três programas e as entrevistas realizadas com 30 professores, utilizando o software Atlas TI para a análise de conteúdo. A pesquisa iniciou com a escolha de três categorias a priori fundamentadas na proposta de Warschauer: equipamento, conectividade e letramento. Durante a pesquisa surgiram elementos novos e surpreendentes para nós como a gestão, a usabilidade e o conhecimento do programa que foram elencados como categorias a posteriori. A conclusão final do trabalho foi que a inclusão digital não acontece, de fato, nos programas governamentais de inclusão digital porque os professores que realmente precisam da inclusão continuam à margem do processo, enquanto os que já estão incluídos encontram subsídios para melhorar a sua apropriação tecnológica. A banca foi formada por professores brilhantes e queridos que deram excelentes contribuições para o trabalho: Sérgio Abranches (UFPE), Sônia Pimenta (UFPB) e Dilmeire Vosgerau (PUC-PR) que co-orientou o trabalho em uma parceria maravilhosa. Trabalhar com Dagmar foi uma das melhores experiências que já tive como orientadora e não poderia deixar de elogiar a sua persistência, comprometimento e capacidade de trabalho. Ela trabalhou muito e todo o seu esforço foi reconhecido na fala dos professores durante a banca de defesa. É uma pena que o processo de construção da pesquisa não apareça no resultado final e por isso mesmo eu gosto de falar sobre o desempenho do aluno na pós-graduação durante os dois anos de luta. Alguns alunos aproveitam ao máximo a sua formação no mestrado e conseguem sair do curso realmente estruturados e prontos para qualquer desafio da carreira acadêmica. Dagmar, sem sombra de dúvida, faz parte desse grupo. Depois da defesa, fomos almoçar na Oficina Brennand e conversamos tanto que qualquer observador pensaria que era o encontro de cinco amigas de infância que precisavam colocar em dia o assunto de uma vida inteira apenas durante um almoço!Acabamos comemorando a defesa de Dagmar e o meu aniversário antecipadamente, arrematando o almoço com uma sobremesa maravilhosa que envolvia banana frita, sorvete e paçoca (sim, é para ficar com água na boca mesmo!). Um dia como esse me faz acreditar que a vida merece ser vivida de forma plena e que somos realmente pessoas privilegiadas quando conseguimos reunir ao nosso redor pessoas interessantes, com energia positiva em nível máximo e que realmente gostam de nós. Parabéns, Dag! Você merece!
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
O unicórnio de porcelana
Blade Runner marcou a minha geração antes mesmo de virar cult. Eu assisti pela primeira vez na sessão da meia-noite no cinema da UFF. O simbolismo das dobraduras de unicórnio e a sua relação com a identidade do protagonista (Deckard)era um desafio para a nossa compreensão sobre o enredo. Muitos anos depois, o jovem americano Keegan Wilcox conseguiu apresentar um tema já batido como o nazismo de forma delicada e inusitada. O curta foi premiado no concurso Parallel Lines: Tell it Your Way (linhas paralelas: conte da sua maneira), lançado pela Philips. Curiosidade: Ridley Scott foi um dos julgadores do prêmio.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Amamos David Harvey
Sim, é isso mesmo que vocês leram: eu A-M-O David Harvey. E não é um amor qualquer: já estamos juntos desde 1993! Ele foi fundamental para sustentar teoricamente a minha dissertação e "A condição pós-moderna" foi o meu livro de cabeceira por muitos anos. Harvey construiu uma relação perfeita entre o padrão de acumulação fordista e a acumulação flexível na perspectiva da pós-modernidade. Não satisfeita em usar e abusar do meu geógrafo querido no mestrado, trouxe o seu pensamento para a minha tese de doutorado também. Hoje eu descobri que o meu autor querido vai fazer várias conferências no Brasil, exatamente na semana do meu aniversário! "O geógrafo britânico David Harvey acaba de confirmar visita ao Brasil, a convite da Boitempo Editorial, para realizar as conferências de lançamento do livro "O enigma do capital e as crises do capitalismo". Serão três dias de eventos em universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro: na segunda-feira, dia 27/02, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) recebe Harvey no Teatro TUCA; na terça-feira, dia 28/02, é a vez da Universidade de São Paulo (FAU-USP); e na quarta-feira, dia 29/02, o autor marxista se apresenta na Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS-UFRJ).Todos os eventos são gratuitos e sem necessidade de inscrição". Eu tenho duas bancas nos dias 28 e 29, mas estou seriamente pensando em simular um ataque cardíaco ou uma abdução alienígena para ir ao evento. Só não vou fazer isso porque tenho certeza de que eu não aguentaria a emoção e faria um pedido de casamento (na lata!), mas vocês que são normais e não deliram com amores platônicos por seus autores favoritos, podem aproveitar. Depois, me matem de inveja com os detalhes!
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Primeira dissertação defendida
Dia especial: depois de dois anos com muito suor, sangue e lágrimas, o meu querido orientando, José Severino da Silva, defendeu a sua dissertação no Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Tecnológica. A dissertação intitulada A AÇÃO DOCENTE NA EAD: A MEDIAÇÃO DO TUTOR ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA discute a ação da tutoria presente nos documentos oficiais e a prática relatada no discurso dos sujeitos entrevistados. Atualmente eu tenho cinco orientandos em atividade e o José foi o primeiro a defender. A minha tensão ontem era quase insuportável, mas hoje eu estava tranquila para apoiar e segurar as pontas da vítima do meu aluno. Tivemos a honra de contar com a presença dos professores João Mattar e Patrícia Smith na banca examinadora. Os dois deram contribuições muito valiosas para o resultado final da pesquisa. Quero agradecer especialmente ao Professor João Mattar por ter acompanhado a pesquisa de perto e apoiado o meu orientando com grande generosidade e carinho. Muito obrigada! A formalidade da tortura defesa exige que o aluno apresente o seu trabalho, ouça as considerações da banca e responda aos questionamentos feitos. Fiquei muito orgulhosa e a sensação de dever cumprido se misturou um pouco com a tristeza por ter encerrado uma etapa que demandou dois anos de convivência estreita e trabalho árduo. José foi um aluno dedicado e um orientando comprometido que conseguiu inserir as suas qualidades no resultado do seu trabalho. Ele merece não apenas o reconhecimento pelo seu esforço, mas todo o sucesso que a sua pesquisa trouxe para a sua vida profissional. A grande vantagem da orientação na pós-graduação é observar o amadurecimento no pensamento científico dos nossos alunos. Invariavelmente, eles começam o mestrado dizendo "eu acho que..." e terminam com "eu pesquisei e obtive os seguintes dados". Parece pouco, mas para quem está na linha de frente das orientações, conseguir esses pequenos milagres exige muita disposição, paciência e compreensão. A melhor parte da defesa foi ler a ata final com o resultado da avaliação da banca: APROVADO!
# As fotos foram tiradas por Josivânia Freitas (minha orientanda também) que foi apoiar o amigo querido hoje. Obrigada, Josi!