domingo, 22 de fevereiro de 2009

Ctrl C + Ctrl V

Vou fazer um concurso para professor e preciso estudar os dez pontos apresentados, estruturando um texto coeso e fundamentado para cada um deles. Muita coisa eu já tenho pronta, organizada a partir dos meus alfarrábios, mas obviamente nem tudo se encaixa nos pontos do concurso integralmente. Dos dez pontos apresentados, domino bem uns três ou quatro, razoavelmente outros cinco e não tenho a menor idéia do que se trata um deles. Por incrível que pareça, penso que o que fará realmente a diferença é a experiência em sala de aula por anos a fio, com todas as reflexões sobre a minha vivência. De qualquer forma, não tenho grandes expectativas porque não é exatamente a minha área de estudo. Quero fazer o concurso para experimentar o processo e me preparar para os outros que virão. Bom, pesquisando algumas teses na rede para estruturar meu material, me deparo com documentos bloqueados, que mal e porcamente permitem uma visualização. Resultado: até para citar o autor eu preciso copiar as passagens, alternado as janelas, já que eu só imprimo algum documento quando é necessário assinar e reconhecer firma. Fora isso, contribuo com o meio-ambiente lendo o máximo possível na tela do computador. Fico me perguntando se realmente este artifício é eficiente. Afinal, se alguém mal intencionado quiser mesmo copiar o documento, vai encontrar uma alternativa, nem que seja na base do Alt+PrintScr... Me parece que os bloqueios só prejudicam as pessoas que querem utilizar os trabalhos de outros autores de forma correta. Eu já deixei de usar algumas passagens de outros autores por causa disso, o que provoca o efeito inverso ao desejado por qualquer autor. A questão da publicação na Internet tem trazido muitos problemas relacionados com a autoria, existem até sites com ferramentas de verificação de cópias de postagens dos blogs. Quando entregamos um exemplar da dissertação ou tese, temos que assinar um documento concordando com a publicação na Internet. Quem defende o compartilhamento de informações deve achar isso tudo muito esquisito. Por um lado, as pessoas reclamam que as teses nunca serão lidas e ficarão empoeiradas o resto da vida na prateleira, mas por outro, diante da possibilidade de difusão da produção acadêmica, nota-se um receio de "ser copiado". Ora, é preciso ser muito pretensioso para achar que todos querem copiar o seu trabalho! Vejo alunos com trabalhos medíocres, repletos de erros de português e lacunas conceituais, preocupados com a possibilidade de alguém roubar o seu texto. As pessoas precisam descer de cima do muro e resolver se querem realmente compartilhar as suas informações ou se querem guardar o que escreveram no baú a sete chaves. Colocar o material na Internet significa perder o controle sobre ele, para o bem ou para o mal. Não estou defendendo o plágio descarado, mas acredito que esta ameaça pontual não deva ser um obstáculo para compartilhar informações. Quem ainda acredita na propriedade privada do conhecimento (que vamos combinar, desde Aristóteles ninguém é cem por cento original), deve continuar escrevendo e produzindo, só que usando um diário. Daquele cor-de-rosa com o cadeado dourado. Essa é uma boa garantia que ninguém vai ler o que a criatura escreveu. Bom, a não ser que se tenha um irmão mais novo...

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