Durante o mês de março, os meus dois orientandos do mestrado em Educação Matemática e Tecnológica qualificaram os seus projetos e se eu pudesse resumir todo o processo em uma imagem, eu estaria dançando em nuvens cor-de-rosa acompanhada de unicórnios voadores, semeando a paz e a boa vontade entre os habitantes da Terra... Deu para notar que foi maravilhoso? Pois é, eu fique muito feliz com os resultados que conseguimos alcançar. Em primeiro lugar, são os meus primeiros orientandos de mestrado e, embora eu não perceba grande diferença entre o processo de orientação de alunos de graduação, especialização e mestrado, a responsabilidade é muito maior no último caso. Estamos todos dentro de um programa de pós-graduação e todos os resultados impactam no conceito do programa, devidamente avaliado pela CAPES. A qualificação no EDUMATEC acontece exatamente um ano após o ingresso do aluno que terá mais um ano pela frente para concluir o trabalho. Eu vejo a qualificação como um excelente momento para definir o foco da pesquisa, suprimindo as incertezas e as divagações porque a partir das observações da banca, é só trabalhar duro e terminar a pesquisa. A primeira qualificação foi de José Severino, intitulada "A ação docente na EAD: a mediação do tutor entre o discurso e a prática". Na banca estavam presentes a Professora Patrícia Smith e o Professor João Mattar. Utilizamos a ferramenta Skype para nos comunicarmos com o Professor João Mattar (que estava em São Paulo) e foi muito interessante estabelecer uma dinâmica de avaliação diferenciada. As contribuições foram ótimas, todas voltadas para refinar o foco da pesquisa: "limpar" o histórico direcionando-o para a questão da tutoria, inserir um capítulo sobre tutoria e outro sobre mediação e justificar a escolha das instituições de forma mais detalhada. Uma hora depois da qualificação, o João Mattar colocou várias questões no Facebook e no Twitter, gerando comentários de vários seguidores. O José teve os seus quinze minutos de fama...:) No dia 23, foi a vez da qualificação de Dagmar Heil Pocrifka intitulada "As políticas públicas de inclusão digital na formação de professores no estado de Pernambuco". Na banca estavam o professor Sérgio Abranches e a Professora Sônia Pimenta e foi muito interessante porque conseguimos desenrolar uma série de pequenas questões que estavam empacadas. Eles facilitaram bastante os próximos passos da pesquisa de campo, eu queria arrancar o couro de Dag com oitenta entrevistas de professores, gestores, coordenadores, pessoal de apoio e até mesmo a tia-avó de noventa e dois anos que vive na comunidade mais isolada do interior de Pernambuco. Mas nãoooo, a banca insensível aos meus propósitos, facilitou a vida da minha orientanda! Pode? A partir das sugestões, mudamos o foco da pesquisa para o professor, retiramos algumas gorduras e ampliamos a discussão sobre o panorama das políticas públicas. Resumo da ópera: os dois já estão com as diretrizes definidas, agora é só manter o foco nas ações para finalizar a pesquisa. Como os dois querem terminar até outubro, posso me dedicar ao meu passatempo favorito: arrancar o couro dos meus orientandos inocentes e desavisados. Aguardem os próximos capítulos! Muahahahahaha...
domingo, 27 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
Mapa da Colaboração Científica Mundial
A publicação é o termômetro da produção científica e enfrentamos uma enorme desigualdade no número de publicações acadêmicas entre os países. Encontrei os detalhes sobre a construção do Mapa da Colaboração Científica no blog Ciência Global. O canadense Olivier Beauchesne, analista de uma empresa de consultoria em ciência, elaborou um mapa da cooperação científica global entre 2005 e 2009. O mapa foi alimentado com dados de grandes repositórios de artigos, como o Scopus, mantido pela Elsevier, gigante da publicação científica. Nos estudos que envolviam autores de instituições diferentes, uma linha foi traçada unindo as cidades de cada uma delas. O resultado é uma representação elegante dos principais eixos de colaboração científica no mundo.Como podemos ver, a produção científica está concentrada na Europa, EUA e Japão. No Brasil temos a concentração na região sudeste e as linhas de cooperação estão mais fortes com os países europeus. A África praticamente não existe no cenário da produção acadêmica (o que pode ser explicado pela situação econômica do continente e os inúmeros conflitos armados, epidemias, migrações etc.). Porém, a minha maior surpresa foi a Oceania. A Austrália e a Nova Zelândia estão tão apagadas quanto o continente africano? Como assim? Já pensei em várias possibilidades, mas não consigo encontrar uma justificativa plausível para explicar esse quadro.
terça-feira, 8 de março de 2011
Mulheres na academia
Já faz um tempinho que eu queria escrever sobre as mulheres na academia, principalmente depois que participei de uma discussão na qual as pessoas afirmavam que existe um preconceito institucional que impedia as mulheres de progredir na carreira acadêmica. Detesto ter que desapontá-los, mas não há. Não estou dizendo que a carreira acadêmica seja fácil para as mulheres, tenho clareza de todas as dificuldades que enfrentamos para conciliar a vida familiar e a academia. Porém, eu trabalhei muitos anos na iniciativa privada em cargos de direção e a minha sensação hoje na Universidade é que estou completamente livre. Eu também vivenciei os problemas da maternidade durante o mestrado, um quadro de pré-eclâmpsia fez com que atrasasse a defesa e na época sequer existia prazos maiores para mulheres grávidas. Na minha área (ciências humanas), os homens são minoria, mas vejo os meus colegas desempenhando tarefas iguais e não conheço mecanismos burocráticos que privilegiam os homens. Obviamente, a academia faz parte da sociedade e as questões sexistas também estarão presentes nas relações. Volta e meia um aluno (ou aluna) diz que a professora agiu assim ou assado porque é mal amada, louca, infeliz no casamento etc. Vivenciando a realidade de um departamento constituído por 97% de mulheres, não posso dizer que sou discriminada. Hoje, via twitter, recebi um link do meu amigo Robson Freire para uma excelente reportagem intitulada Mulheres cientistas ainda sofrem com estereótipos no meio acadêmico. São dados da UNESP e apresentam um panorama da mulher nas universidades com algumas sugestões interessantes para facilitar a nossa vida na academia. Flexibilidade no horário, um local para deixar as crianças nos congressos, incentivos para cargos administrativos, são excelentes propostas. Porém, não concordo com percentuais para mulheres nos editais de pesquisa porque não acredito que o resultado dependerá do gênero do autor. Modernizar o pensamento das agências de fomento colocando pessoas mais inovadoras para substituir o pensamento conservador, pode ser mais eficiente (e urgente) do que apenas criar índices de aprovação para mulheres em projetos e artigos. Rever os sistemas de avaliação dos programas que privilegiam a pesquisa e não o ensino, seria mais interessante para nós, já que as pesquisas indicam que as mulheres estão mais concentradas nas atividades de ensino e orientação. Enfim, a discussão sobre as mudanças necessárias na academia passam também (e não apenas) pela questão de gênero. Como eu disse na lista de discussão, eu seria leviana se concordasse com a existência de entraves institucionais quando eu sei que todas as decisões na academia são realizadas através de discussões e intermináveis reuniões com votação direta. Se o sistema de participação na tomada de decisões já existe, talvez esteja na hora de nós mulheres fazermos melhor uso dele e colocarmos mais mulheres nos níveis decisórios da academia e nas agência de fomento.
sábado, 5 de março de 2011
Encontros do Grupo de Estudo
Neste semestre, o foco do nosso grupo de estudos em EAD na Formação de Professores será na teoria do conectivismo (Siemens) e nos princípios da educomunicação. No semestre passado discutimos as teorias da aprendizagem mais conhecidas que sustentam muitos projetos de educação a distância (reparem que eu disse sustentam, se realmente conseguem aplicar a teoria, é outra história). Agora, queremos conhecer as possibilidades e as implicações de novas propostas para o processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias digitais. Como as duas propostas que vamos discutir não são consenso no mundo acadêmico, espero debates acalorados e provavelmente as pessoas vão sair com mais dúvidas do que tinham antes das reuniões.:) O nosso primeiro encontro do semestre será no dia 15/03, a partir das 13 horas. Os próximos encontros estão agendados para as seguintes datas: 12/04, 03/05, 24/05 e 14/06.