Eu fui convidada para participar de uma mesa redonda na I Mostra de Iniciação Científica e Extensão da UEPB/Patos. O tema da mesa redonda era Educação e Tecnologia e o objetivo do evento era despertar os alunos para o desenvolvimento da pesquisa e extensão. Isso tudo seria óbvio se não fosse um Campus novo, com apenas três cursos, no interior da Paraíba e longe para chuchu (são 350 km do litoral). Eu aceitei o convite da Professora Lívia Campos(que sempre foi muito atenciosa e gentil) porque sei o quanto é difícil começar um trabalho do zero em condições pouco favoráveis. Fiquei surpresa com o que encontrei lá, e foi isso que motivou esta postagem. Para começar a palestra era à noite, eu trabalhei o dia inteiro e fui encontrar a minha companheira de viagem, a Professora do CEFET/AM, Andrea Mendonça. Fomos nos conhecendo no carro, ela é muito jovem, cheia de energia e super inteligente, doutoranda em computação na UFCG. A estrada estava o ó, maltratada por causa das chuvas, o que fez a viagem parecer ainda mais interminável. Comentei com a minha companheira de viagem que esperava pelo menos ter uma platéia de trinta alunos para valer a pena. Quando chegamos lá, encontramos uma recepção calorosa e uma mesa cheia de comidinhas gostosas do nordeste (sim, aqui o pessoal come muito, a mesa é sempre farta, ao contrário do que pensamos aí no sul...). Antes da palestra estava acontecendo uma mostra com os trabalhos dos alunos, coordenados pelo professor Dante Passos. A movimentação era intensa e a participação dos alunos era significativa, mas como eles estavam espalhados em vários espaços, não pude dimensionar a quantidade real de participantes. Na hora da palestra, todas as cadeiras estavam ocupadas, quase duzentas pessoas lotaram o auditório improvisado para ouvir o nosso blá, blá, blá. Para vocês terem uma idéia do meu referencial, quando a UFPB traz um convidado internacional, cheio de firulas, não se consegue ter uma platéia maior do que quarenta pessoas! Pois o povo todo ficou até o final, fizeram perguntas (inclusive os professores da Universidade), aplaudiram, discordaram e participaram como há muito tempo eu não via. São os futuros professores das pequenas cidades ao redor da Universidade querendo aprender. E muito! Voltamos no mesmo dia, cheguei em casa de madrugada, morta de cansaço, mas com a alma lavada e o coração leve, na certeza de que esse mundo ainda tem jeito. Basta ir aonde o futuro professor está...
2 comentários:
Querida Ana, a satisfação foi toda nossa! Os alunos adoraram a discussão da mesa redonda, assim como os professores. Espero termos outros repetecos...
Nossa, a melhor frase dos ultimos tempos: "o mundo ainda tem jeito, basta ir aonde o futuro professor está". Eu!!!!!!! É isso aí Bia, tbm sinto dessa forma, principalmente qd vejo pessoas com sede de mudança.Beijão
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