Eu ainda vou escrever mais detalhadamente sobre a experiência do pós-doc, mas não posso deixar de pensar no conceito de deslocamento das identidades do Stuart Hall. Além de todo o envolvimento acadêmico que as experiências com outros marcos teóricos, campos de pesquisa, relações de trabalho e pesquisa permitem, existe a necessidade de mudar o seu ponto de equilíbrio, colocar em dúvida as suas certezas e, sobretudo, mudar a perspectiva. O contraponto da realidade das escolas públicas em Portugal com a realidade brasileira é gritante, mas o mais assombroso é que somos tão iguais e ao mesmo tempo completamente diferentes. Em alguns momentos, quando ouço os meus sujeitos de pesquisa, me sinto arrastada em um vértice temporal e vejo que a nossa realidade hoje reflete o contexto deles há dez anos. Não pensem que tudo é mais fácil aqui, porque não é!
O país vive um momento difícil e o mais surpreendente é que mesmo em um contexto tão desfavorável, as condições de trabalho e a estrutura das escolas é impressionante. A escola que ilustra esse post não fica na região mais privilegiada do país e muito menos é uma escola que foi especialmente contemplada pelo poder público. É uma escola linda, iluminada e equipada que conta com um trabalho de gestão primoroso. São realizados projetos diversificados que buscam encontrar formatos e propostas que sejam adequadas aos seus alunos. Trabalhoso, sem dúvida, mas absolutamente necessário para vencer a evasão e o insucesso escolar.
O resultado da minha imersão no campo de pesquisa foi o surgimento de muitas outras questões, mas é isso que torna a pesquisa estimulante para mim: entrar com um problema e sair com meia dúzia para destrinchar! Estou feliz com tudo que vi, ouvi e percebi por aqui...Agora é arregaçar as mangas e escrever porque os artigos não vão ficar prontos sozinhos!
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