Minhas pesquisas recentes têm abordado a organização em rede dos professores da Educação Básica como ferramenta de análise da efetiva colaboração entre eles. É também uma importante indicação da consolidação da cultura digital dos professores. Já faz alguns anos que me interesso por redes e sua análise, embora não exista quase nada especificamente voltado para a Educação. O tema da dissertação de mestrado da minha orientanda, Thaís Oliveira, defendida no ano passado, aborda a análise das redes dos principais professores que discutem o uso das tecnologias digitais no Brasil. Os resultados são bem interessantes e a dissertação está disponível no site do Edumatec. A pesquisa de Thaís focou as redes sociais desses professores, mas a análise de redes permite diversas possibilidades e todas são muito interessantes. O trabalho de investigação do Julian Cardenas buscou responder se os sociólogos contemporâneos estão conectados entre si mediante as suas redes pessoais e organizações. Foram escolhidos 17 autores da elite da sociologia (Bourdieu, Castells, Granovetter etc.) e buscou-se determinar as conexões entre eles a partir dos seguintes elementos: universidades onde estudaram, onde lecionaram, revistas nas quais foram membros do comitê editorial, comitês e organismos nos quais foram assessores. Primeiro foram construídas as redes de casa sociólogo com suas conexões diretas e depois juntaram as 17 redes e construíram a rede sociocêntrica para estudar a conexão e a dispersão entre eles. A pesquisa é um bom exemplo das inúmeras possibilidades de análise de redes que não precisam ser virtuais, elas se estabelecem em ações concretas do cotidiano e podem ser mapeadas e analisadas como qualquer outro fenômeno (link outras informações sobre o trabalho aqui). Vale a pena a leitura!
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