De vez em quando eu recebo uma sugestão de postagem por e-mail e minha reação é ignorar solenemente a indicação. Faço isso por vários motivos, mas o principal é que considero este blog como um espaço pessoal e intransferível. Todas as indicações que faço aqui (leitura, eventos, sites, softwares etc.) são informações que encontro através das redes sociais, verdadeiras comunidades de compartilhamento. Ontem eu recebi uma "sugestão" sobre o evento TEDx São Paulo que, segundo a mensagem, "reunirá mais de 700 pensadores para debater O que o Brasil tem a oferecer ao Mundo agora? Durante todo o dia 14 de novembro, 30 palestrantes apresentarão inovações em diversas áreas de conhecimento e atuação, buscando descobrir como um pais moldado pela diversidade pode ajudar a construir, na prática, um mundo melhor.As inscrições são gratuitas e ainda estão abertas". Normalmente eu ignoraria a mensagem, mas ao navegar no site do evento verifiquei que era gratuito (nem mesmo os palestrantes são pagos) e, além disso, descobri uma ferramenta muito interessante desenvolvida pela pesquisadora brasileira Fernanda Viegas. É uma ferramenta de visualização de dados, chamada Many Eyes que permite construir e comentar gráficos com design artístico. "Além de acessar e comentar gráficos que apresentam de forma visual estatísticas tão distintas quanto o índice de desemprego americano por estado e o número de seguidores no Twitter, qualquer pessoa pode criar seus próprios gráficos usando os data sets disponíveis. A filosofia por trás do sistema – criado dentro da IBM e usado pelo jornal The New York Times -, é fomentar o debate público em torno dos mais diversos dados. A crença é que quanto mais os dados são visuais, mais as informações são percebidas e, logo, discutidas". A proposta do sistema me fez pensar no uso dos mapas conceituais na educação a distância e a importância da leitura imediata das informações. Afirmamos que vivemos na cultura da imagem, mas entendemos a imagem como o que assistimos na TV ou no cinema, ou seja, a imagem como um retrato superficial, dinâmico e imediatista, construído para ser consumido por mentes preguiçosas. Esquecemos que existe muito mais além da TV, uma vez que obras de arte, fotografias, gráficos etc, também são imagens. O desenvolvimento de propostas educacionais fundamentadas na imagem, seja na reprodução de obras de arte, na construção de gráficos, ou mesmo em mapas conceituais, ainda é pouco explorado. É como se a educação excluísse qualquer elemento imagético por considerá-lo como uma estratégia menor no processo de aprendizagem. Como acabei de rever meus conceitos ao publicar uma sugestão de postagem, posso ter alguma esperança de que os professores também possam rever a sua prática pedagógica sobre o uso das imagens como estratégia para potencializar a aprendizagem.
# Uma curiosidade para os meus leitores: o cargo da pessoa que assina o e-mail com sugestão de postagem é "Assistente do Núcleo de Relacionamento e Disseminação em Mídia Social". Tá certo que muitas profissões de hoje não existiam há dez anos, mas... isso não é um exagero?
4 comentários:
Ana, me surpreendi! Porque também recebi a indicação e a ignorei... Agora vou correr atrás e rever meus conceitos também!!! hehehe
Bjus
Sintian
Sintian,
Pois é, eu tb sempre faço isso, mas gostei muito do trabalho da pesquisadora Fernanda Viegas. Logo, seria injusto publicar uma postagem sobre a ferramenta de gráficos sem falar na indicação que eu recebi por e-mail. Mas, sinceramente, acredito que foi uma exceção, porque a maior parte das sugestões que recebo são propagandas de cursos e ações políticas. Mas vamos ver...
Beijos
Opa Ana,
Eu não costumo, por padrão, ignorar convites, mas é que se eu não os considerar pertinentes ou relevantes eu não acolho a sugestão :-)
As vezes fico com vontade de acolher mas falta tempo para pesquisar sobre o assunto e acabo não escrevendo.
Mas entrando propriamente no tema, o seu texto e o da Su, já deram conta do que seria interessante assinalar :-)
PS: Este cargos com nomes "marketeiros" parecem tirados de programa tipo casseta e planeta :-)
abs
Sérgio,
Pois é, eu tenho muito receio de divulgar determinadas coisas porque muitas pessoas fazem mal uso das listas, das redes como um todo. Considero receber uma mensagem institucional de divulgação como uma forma de "furar" o uso do blog. O pedido de postagem poderia ser feito no próprio espaço de comentário do blog e não via e-mail. Daí a minha sensação de que o objetivo é que a postagem pareça espontânea ou coisa semelhante. Tanto eu quanto Su indicamos aos leitores como o material tinha chegado e isso de certa forma, coloca alguns pontos nos is. Vamos ver até onde vai...
Beijos
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