quinta-feira, 26 de julho de 2012

Segundo dia no Fisl13

O Fisl13 continua animadíssimo, com bichos de pelúcia invadindo os corredores e muitos palestrantes (quase) famosos. Participei de uma mesa muito interessante sobre políticas públicas educacionais e software livre, com uma representante dos Núcleos de Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro e duas representantes da Argentina. Ana Cristina Geyer apresentou um panorama da situação do uso do software livre nas escolas da rede estadual do Rio de Janeiro, ressaltando as condições políticas atuais que são desfavoráveis ao SL e privilegiam o software proprietário. Segundo Ana Cristina, os núcleos de tecnologia estão completamente desestruturados e, em todo Rio de Janeiro, apenas dois núcleos trabalhavam efetivamente com a formação em SL. Não aguentei a curiosidade e perguntei quais eram os núcleos que se destacavam entre todos (afinal, o Rio de Janeiro é bem grande). Resposta: Arraial do Cabo e Itaperuna. Caploft! Robson Freire vai dormir feliz da vida hoje... Verônica Xhardez e Lina Montoya apresentaram a situação da Argentina ressaltando a necessidade do uso do SL na educação como prática libertadora, no contexto dos direitos humanos. Ambas frisaram que o uso do SL é uma questão de soberania nacional e um rompimento com a dependência tecnológica. Foi muito interessante quando elas colocaram a foto de um casamento na apresentação e explicaram quem eram as duas pessoas que estavam casando: a gerente de contas governamentais da Microsoft na Argentina e o secretário de gestão e assuntos tecnológicos do governo argentino. Caploft 2.0! Verônica perguntou como é possível que a pessoa responsável pela venda dos softwares para o governo possa se casar com a pessoa que assina os contratos do governo sem que ninguém veja as implicações éticas e legais disso. Na hora das perguntas do público, Frederico Guimarães reforçou as informações trazidas por Ana Cristina, Verônica e Lina, afirmando que o foco das grandes empresas de software tem sido as prefeituras menores, através de "doações" de licenças milionárias (que ninguém precisava, diga-se de passagem). Como dizem no Twitter, tem que ver isso aí...

2 comentários:

Robson Freire disse...

Olá Ana Beatriz

Fiquei lisonjeado com a citação da colega Ana Cristina Geyer como defensor do SL no meu NTE. Lá era muito democrático: Ou usa software livre ou usa software livre. Como você pode ver as opções era bastantes fartas. Brincadeiras a parte. Foi um trabalho de convencimento e dedicação para que os professores entendesem a importancia do uso do SL na educação. Que havia outras opções que não somente as proprietarias. Mas infelizmente hoje não me encontro mais por lá, mas espero que a semente tenha ficado e germinado. Pois hoje impera na politica de tecnologia educacional do governo do estado do RJ um sucateamento e desaparrelhamento dos NTEs. Uma pena, pois fomos durante anos o maior formador.

Adorei a postagem. Ficamos no aguardo de mais materias.

Abraços

Robson Freire

Ana disse...

Robson,

Foi muito interessante descobrir que as ações de um trabalho bem construído obteve a visibilidade merecida. Eu realmente acredito que as boas práticas se perpetuam, independente do contexto das políticas públicas. O reconhecimento foi mais do que merecido.Parabéns!

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