A primeira coisa que passa pela cabeça de quem está coordenando um evento é "por que eu fui me meter nesta confusão"? A segunda coisa é "onde eu estava com a cabeça quando pensei que seria uma boa ideia"? Nada contra eventos, é claro, mas produzir qualquer evento científico com recursos escassos (=quase inexistentes) é tarefa que faz qualquer desafio de reality show parecer brincadeira de criança! A solução foi priorizar as pessoas e implorar para conseguir as coisas que faltavam. Eu e Thelma Panerai ficamos tão surtadas nas semanas anteriores ao evento que desconfio que as pessoas resolveram nos ajudar não por solidariedade, mas por medo mesmo. As pessoas olhavam para a nossa expressão de desespero com cabelos desgrenhados e olhos esbugalhados e deviam pensar "céus, é melhor ajudar antes que elas saiam daqui dentro de uma ambulância psiquiátrica"... Nós sabíamos que o evento seria pobre, mas não estávamos preparadas para chegar ao limite da miserabilidade. Felizmente, quase tudo deu certo e o mais importante foi ter conseguido acolher as pessoas com o carinho que elas mereciam. A Thelma Panerai (que foi minha companheira incansável de loucura organização) é muito criteriosa e fez questão de conseguir um bom hotel para os palestrantes, de ir buscá-los no aeroporto etc. São pequenos gestos que fazem muita diferença para quem veio de longe e enfrentou uma viagem desconfortável apenas porque acredita no compartilhamento do conhecimento. Fizemos o melhor (muito além do que poderíamos) e espero que as pessoas tenham se sentido acolhidas e bem-vindas. No final do dia, com os pés doendo e o corpo no limite da exaustão, é só isso que faz a diferença!
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Notas sobre o ICCI (1)
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