Chegamos a fim da segunda semana de isolamento social com 4.579 casos confirmados e 159 mortes.As pessoas começaram a reagir mal ao confinamento e muita gente, inspirada no péssimo exemplo do presidente demente que temos, voltou a circular nas ruas. Nos grupos de WhatsApp, e-mail de trabalho e entre os "amigos" do Facebook e outras redes sociais, as pessoas começam a transbordar o seu desequilíbrio com provocações, confrontos, brigas e retiradas triunfais ou estratégicas, além de textos religiosos ou de autoajuda. Não tenho tempo para isso, o trabalho continua me consumindo e lentamente as tarefas são finalizadas, enquanto surgem outras, como se algum portal dimensional maligno estivesse aberto trazendo não apenas o vírus, mas também toneladas de trabalho. Estou trabalhando mais horas agora e as mensagens urgentes surgem o tempo todo: aos domingos, durante o almoço ou nas primeiras horas da manhã. Nada existe horário definido para nada e todos parecem ter perdido a noção da funcionalidade dos dias úteis e a utilidade do horário comercial. Enquanto o caos se anuncia nas matérias dos jornais e no comportamento inacreditável do governo federal, conseguimos implementar as bolsas dos alunos de mestrado e doutorado, realizar as bancas virtualmente, preencher relatórios e alimentar sistemas. Não saio de casa para nada além do supermercado e farmácia, por aqui as ruas estão vazias e melancólicas. O serviço de entrega de comida continua funcionando a pleno vapor, garantindo a sobrevivência dos restaurantes e entregadores. Por enquanto os preços estão caindo com uma enxurrada de promoções para conquistar os clientes, mas é difícil saber se esse movimento vai durar. Tentando manter um pouco de sanidade e equilíbrio, tenho feito aulas de Yoga com a minha professora usando o Skype como ferramenta e amanhã farei o mesmo com os meus alunos de Yoga do CE, espero que seja uma experiência boa para todos. É hora de encontrarmos meios para apoiar os outros e, mesmo quando não somos solicitados, precisamos buscar uma forma de atuar positivamente e coletivamente. Como disse o biólogo Atila Iamarino, pedir o fim do isolamento é querer voltar para um mundo que não existe mais. O nosso mundo com liberdade para ir para qualquer lugar, para planejar uma viagem, uma festa, um casamento ou uma mudança de vida, não existe mais. O mundo que virá dependerá muito das pequenas ações de cada um de nós e é hora de cada um pensar em como fazer a sua parte. Fiquem em casa, fiquem bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário