Quase um mês e meio de isolamento e suspensão das atividades acadêmicas e já começo a ficar impressionada com a capacidade de adaptação do ser humano. Claro que ainda existem pessoas que resistem e não querem aceitar que o mundo mudou e todas as relações terão que ser reinventadas. Algumas pessoas insistem em reclamar de bobagens, outras já perceberam o profundo nó em que a vida se transformou e iniciaram o seu processo de adaptação. A cada semana que o isolamento se impõe e o número de mortes se anuncia, temos hoje mais de 66 mil casos confirmados e 4.043 mortes, o garrote da realidade aperta um pouco mais e vamos buscando saídas possíveis para lidar com tudo isso sem perder a sanidade. O que era impossível em março já se torna plausível hoje e viável amanhã. Usar máscaras nas ruas e nos estabelecimentos que ainda estão abertos não é mais uma escolha, é lei. As escolas estão se reorganizando e buscando alternativas, o comércio já aceita pedidos de qualquer produto e entrega em casa sem custo. Temos promoção de comida em restaurante chique, descontos e mais prazo para realizar pagamentos. Todo mundo começa a reorganizar a vida em outros parâmetros já que a vida antiga não é mais possível. Na UFPE, faço parte de um grupo chamado SPREAD que está pensando em soluções, organizando materiais, pesquisando plataformas e produzindo cursos, com o desafio urgente de encontrar alternativas e formar pessoas. É um esforço coletivo de pessoas que estão doando o seu tempo e seu conhecimento para ajudar a mudar o cenário sombrio que vemos hoje. E vamos nos adaptando, torcendo para que as soluções funcionem e que possamos aprender alguma coisa com tudo isso. Tenho visto correntes de solidariedade surgindo e muita repulsa por qualquer gesto irresponsável que afete o coletivo. Vamos nos humanizando de alguma forma porque não existe saída que não seja coletiva, não existe dinheiro que garanta imunidade e salvação. É certo que o número de pessoas pobres que morrem é maior, mas tampouco os ricos escaparão ilesos. Termino a semana de isolamento com a percepção apurada e parece que algo está mudando... Termino esse post com o registro do belíssimo encontro do grupo de pesquisa Gente do Edumatec da UFPE. Algumas pessoas percebem a música, eu percebo a esperança...
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