Viver em um mundo conectado modificou as configurações de privacidade que tínhamos no passado e algumas situações vivenciadas em um ambiente restrito podem ser amplificadas nas redes, independente da vontade das pessoas envolvidas. Não querendo parecer alarmista no estilo "trombetas do apocalipse por causa da tecnologia", a ausência de controle sobre a divulgação de experiências cotidianas pode ser bastante assustador. A exposição pode variar desde fotos suas marcadas por outras pessoas no Facebook que não captaram o seu melhor ângulo, até vídeos íntimos publicados como vingança de um ex-parceiro(a). No campo profissional, os cuidados devem ser redobrados porque ninguém quer ficar assombrado o resto de sua existência por um momento ruim ou por um comentário infeliz. Vou relatar um fato (que aconteceu comigo em 2012) para ilustrar a nossa total falta de controle sobre nós mesmos e sobre as situações que vivenciamos. Participei de uma mesa redonda no 18° Encontro Internacional de Educação a Distância com os professores Alex Sandro Gomes e José Aires Filho sobre a adoção de tecnologias e formação docente. A nossa mesa deveria começar às 14 horas e nós três chegamos bem antes do horário. Conversamos um pouco e ficarmos aguardando as orientações da organização do evento. A pessoa que deveria mediar a nossa mesa não chegou no horário e, como a sala estava cheia e não queríamos atrasar a programação do evento (que sempre tem horários muito apertados), decidimos começar. Colocamos o problema para o público presente e fizemos uma proposta de organização da ordem de apresentação dos palestrantes. Combinamos como seriam realizadas as perguntas e outras intervenções das pessoas presentes. Tudo combinado (e quando está combinado, não está caro nem barato), iniciamos os trabalhos e no meio da segunda apresentação entrou um senhor na sala que se sentou e logo ergueu a mão. Não me lembro exatamente quem estava fazendo a exposição no momento, mas interrompemos a atividade para ouvir o que ele tinha a dizer. Irritadíssimo, ele questionou a organização das apresentações, tentou modificar o que foi proposto de forma agressiva e, obviamente, foi rechaçado pelos palestrantes. Imaginem a saia justa! Eu costumo brincar que sou uma pessoa fina e que odeio baixaria, mas naquele momento adorei que um dos meus colegas fosse mais grosso do que papel de embrulhar prego! Não teve conversa: foi "catipow" na lata do sujeito arrogante! Figura de linguagem, é claro, mas bem que ele merecia uns sopapos por seu comportamento grosseiro... Encerramos os trabalhos, conversamos entre nós indignados com o que passamos, voltei para casa e não pensei mais nisso. Hoje, para minha surpresa, encontrei um material na rede com a avaliação de todas as mesas do evento. Fui procurar a avaliação das mesas nas quais estive presente e me deparei com a avaliação e os comentários das pessoas que participaram do babado, confusão e gritaria (brinks!). Vejam só o que alguém escreveu: "O mediador chegou atrasado e foi extremamente deselegante com os professores da mesa, querendo alterar a organização já proposta pelos membros da mesa ao público". Hahahahaha! O desconforto que todos nós sentimos foi registrado por alguém que estava presente e a organização do evento publicou! Resumo da ópera ou moral da história: nunca, jamais, em tempo algum, tenha uma atitude grosseira em público! Nunca se sabe quando isso poderá virar contra você.
Um comentário:
Bem feito para o professor grosseiro!
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