quinta-feira, 20 de março de 2014

Enfim, o pós-doc!

Depois de um longo, frio e tenebroso inverno europeu, consegui ter tempo para escrever sobre as minhas aventuras no pós-doutorado e prometo colocar o assunto em dia. Já faz um mês que estou em Portugal, mais precisamente na bela cidade do Porto e não escrevi antes porque estava atolada até o pescoço com as questões práticas para resolver, além das questões burocráticas que quase me provocaram uma úlcera, um AVC e um ataque cardíaco. A minha vida é sempre pautada pela imprevisibilidade, tenho períodos de total inércia alternados com momentos de ebulição. Atualmente, tenho vivido um período de ebulição, em menos de um ano resolvi casar, mudar de casa, estudar no exterior, escalar o Everest...(Opa! Isso ainda não!). Ano passado, encontrei com o querido Walter Matias em uma banca de doutorado e conversamos sobre a estada dele na França para concluir o pós-doc. Ele falou sobre um professor da Universidade Aberta bem interessante que trabalhava com Antropologia Visual e me passou as diretrizes para que eu entrasse em contato com o possível orientador. Conversei com o professor José Ribeiro, reuni toda a documentação e enviei o projeto para os editais de financiamento da Capes e do CNPq sem grande esperança, mas com a sensação de dever cumprido. Quando eu estava no hospital com o meu marido ano passado, no meio de um turbilhão de incertezas, saiu o resultado da Capes com a aprovação do projeto. Algumas pessoas se sentem vitoriosas e comemoram, eu fico histérica e só penso: E agora? Como vai ser? Como eu vou? E se der errado? Arf, arf, arf... Passado o momento de ansiedade, comecei a organizar a parte burocrática and trust me: é um verdadeiro inferrrrrrno! Tudo é muito simples e ao mesmo tempo muito complicado porque as informações não são claras e, muitas vezes, contraditórias. A parte simples é que todos os documentos são digitalizado e enviados através da plataforma, a parte complicada é que nem sempre fica claro quais são os documentos necessários e isso vale tanto para as instituições no Brasil, quanto para o visto. A minha primeira providência foi enviar uma carta para a Capes reafirmando o meu interesse no financiamento (praquê, minha gente? Quem em sã consciência vai enviar um projeto com duzentos-e-noventa-e-cinco documentos e vai desistir depois? Claro, sempre tem os loucos e os que sofreram algum golpe do destino, mas esses deveriam ser a exceção e não a regra!). Bom, como manda quem pode e obedece quem tem juízo, fui escrever a tal carta, mas... onde está o modelo? Tem modelo? Quais informações devo colocar? Procura daqui, cata de lá, descubro que não tem modelo e você tem que escrever o que quiser. Que desespero! Vontade de escrever "venho por meio desta missiva reafirmar o meu desejo de expandir os meus horizontes educacionais no convidativo inverno europeu que se anuncia na aurora de uma manhã iluminada"... Não, eu não escrevi isso (mas bem que vocês gostariam, não é mesmo?). Fiz uma carta mais insossa do que sopa de doente, reafirmei tudo o que já havia dito antes e enviei. Preocupada com a burocracia da minha Universidade, dei entrada imediatamente no pedido de afastamento, mesmo sem ter recebido os documentos da Capes. Como eu não recebi nem um e-mail, fiz um print da tela que informava o deferimento do processo e entreguei tudo no protocolo, no dia 30 de outubro, ou seja: quatro meses antes da viagem. Deveria ser suficiente, não é mesmo? Pois acreditem, quase não deu tempo!

sábado, 1 de março de 2014

Defesas em 2014: entre mortos e feridos, salvaram-se todos!

O ano começou com muitas novidades, correria, suspense, angústia e como não poderia deixar de ser, as defesas dos meus dois orientandos concluintes em 2014: Eber Gustavo Gomes e Thaís Oliveira. Os dois trabalharam bastante e apresentaram resultados excelentes com suas pesquisas. Eber abriu a temporada de defesas do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica - Edumatec da UFPE, com a dissertação intitulada "Diz-me o que escreves que te direi quem és: percursos adotados pelos professores autores/conteudistas ao produzirem materiais didáticos para o programa E-TEC Brasil". Eber entrevistou os professores autores de vários cursos no âmbito do E-Tec em Pernambuco, acompanhou a formação de todos eles e analisou os materiais elaborados e sua aplicação. Os resultados encontrados indicam que os professores são bastante tradicionais na elaboração dos materiais, reproduzem o modelo do ensino presencial em suas estratégias didáticas e utilizam muito pouco os recursos digitais disponíveis. Para compor a banca examinadora, estiveram presentes o Professor João Mattar como examinador externo e a Professora Thelma Panerai como examinadora interna.

No mês de fevereiro, tivemos a segunda defesa do Programa com a dissertação de Thaís Oliveira Lima, intitulada "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado: a atuação docente a distância em sites de redes sociais na perspectiva da colaboração em rede". Ela analisou a atuação nos sites de redes sociais de cinco professores, todos acadêmicos renomados no campo da Educação e Tecnologia e fez um cuidadoso registro diário das observações para analisar as estratégias de atuação na perspectiva da colaboração em rede.Thaís usou o referencial teórico de Raquel Recuero para analisar a atuação dos professores considerando a visibilidade, reputação, popularidade e autoridade. Os resultados indicam que os sujeitos pesquisados não efetivam ações de colaboração em rede e não conseguem reproduzir nos espaços virtuais a mesma condição que possuem no meio acadêmico. A utilização do Node XL como ferramentas para compor as redes dos sujeitos pesquisados foi bem interessante porque foi feita depois das análises das observações e confirmaram os resultados encontrados anteriormente. Na banca examinadora, estiveram presentes a Professora Patricia Smith como examinadora interna e Ivanda Martins (UFRPE) como examinadora externa. Eu fiquei muito feliz com os resultados dos trabalhos, os dois correram muito para defender antes do prazo por causa da minha viagem para o pós-doutorado. Tenho que agradecer muito o empenho dos dois, eles foram fantásticos e posso afirmar com segurança que nós realmente formamos um time! Parabéns aos dois!

#Não posso deixar de registrar o papel da torcida dos colegas que estiveram presentes, vibraram, aplaudiram e até trouxeram cartazes! A lapada acadêmica é inevitável, como diz o meu querido Walter Matias (que esteve presente na minha banca de doutorado): - "Ninguém é doutor (ou mestre) impunemente". É essencial estar preparado e aguentar a lapada!

Ads Banner

Google Analytics