Hoje foi publicado o resultado da avaliação quadrienal dos programas de pós-graduação realizada pela Capes. A Universidade Federal de Pernambuco melhorou o seu desempenho em relação ao último resultado e o site da UFPE publicou um texto com algumas informações interessantes que eu quero compartilhar aqui.
Em primeiro lugar, é importante situar a importância da universidade no contexto nacional e internacional: a UFPE ficou em 14º lugar entre as universidades brasileiras avaliadas no Times Higher Education 2018. Segundo o Ranking Universitário da Folha, a UFPE está na 11º posição. Na avaliação dos programas de pós-graduação, três programas da UFPE alcançaram a nota máxima (sete), mas o que me fez escrever esse post não foi o bom resultado da UFPE, mas sim três informações publicadas que considero muito relevantes:
1. Mais de 60% do corpo docente ingressou na UFPE nos últimos dez anos.
2. Atualmente, a UFPE tem mais alunos matriculados nos cursos de doutorado do que nos cursos de mestrado.
3. Existem 4.175 programas em todo o país e a nota 7 foi atribuída a 179 programas, sendo nove da Região Nordeste. A Região Norte não teve nota 7. Na Região Centro-Oeste, houve cinco notas 7; na Região Sul, foram 30 notas 7; e a Região Sudeste concentra 135 notas 7.
A primeira informação mostra o resultado da política pública de valorização das universidades com a realização de concursos para a contratação de professores nos últimos anos. A segunda informação indica que a demanda da pós-graduação está mudando e que deve aumentar ainda mais a necessidade de formar mais doutores. A última informação é para refletirmos sobre a desigualdade no país nos mais diversos cenários, incluindo a produção científica nas universidades. É brutal a diferença entre as regiões e, mesmo considerando a concentração populacional brasileira no sudeste, o resultado ainda é impactante. Afinal, são 135 cursos com nota 7 concentrados na região sudeste! Precisamos refletir mais sobre essa desigualdade e suas implicações no futuro do desenvolvimento científico no país. Isso significa modificar as políticas de incentivo ao desenvolvimento da pesquisa para promover a desconcentração do investimento financeiro, estrutural e em recursos humanos. E por falar no futuro incerto que temos hoje para a ciência no país, finalizo com um gráfico comparativo do quantitativo de cursos da pós-graduação brasileira entre 2013 e 2017, extraído do site da Capes. É um daqueles casos em que uma imagem diz mais do que muitas palavras...
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