quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Adeus, 2019!

Finalmente, chegamos ao fim de um ano pesado e que pareceu durar muito mais do que apenas doze meses. Foi um ano com muitas inquietações, resistências e lutas, mas também com algumas conquistas e momentos de felicidade. Foi também um ano em que as pessoas se revelaram (para o bem e para o mal) e isso é algo que eu não lamento, mesmo que signifique algumas rupturas e distanciamentos necessários. Foi um ano de separar o joio do trigo e a cada avanço do preconceito e da injustiça, mais eu consolidava a certeza de estar lutando ao lado de uma causa justa. Nunca, nem em meus piores pesadelos, eu pensei que viveria meio século para ter que defender coisas tão óbvias como o direito das mulheres, a importância das vacinas, o absurdo do racismo e da homofobia, o formato da Terra, entre outros temas exaustivos. Definitivamente, os anos de ouro da minha adolescência (a cafona década de 1980 com ombreiras, polainas e glitter) foram muito mais liberais e tranquilos.
Fiz tantas coisas neste ano que ele deveria valer dobrado na pontuação da vida pessoal e acadêmica: comecei o ano visitando uma amiga querida que eu não via há anos, depois tirei a minha licença capacitação para trabalhar com o pessoal do CEA/UFPB e conheci muitos professores e alunos bacanas, ajudei quando fui chamada e também meti o bedelho quando não fui. Aprendi tanto que cada minuto valeu a pena: muito obrigada, Professor Euler!
Fiz uma viagem linda e adiada por tantos anos, uma viagem mágica que me trouxe de volta o prazer de viajar pelo mundo e me fez repensar o significado de férias como momento de pausa e descanso. Coordenei a organização de um evento incrível sobre tecnologia e educação, o CTRL+e 2019, com pessoas queridas que se juntaram para encantar as pessoas e multiplicar otimismo e conhecimento. Publicamos um número temático incrível sobre narrativas digitais na revista Em Teia, resultado da minha parceria e amizade com a querida Thelma Panerai.
Fortaleci amizades antigas e consolidei novas, mas também descartei o convívio com pessoas que definitivamente não valem a pena. Acompanhei o término da jornada acadêmica dos meus orientandos com um orgulho do tamanho do mundo e testemunhei a cerimônia de posse do novo reitor da UFPE, um professor do Centro de Educação que tem todo o meu apoio e admiração.
Aprofundei os meus estudos no Yoga e segui firme na minha prática, consolidando essa jornada que mudou o meu corpo e a minha vida. Senti a violência no meu espaço de trabalho e resolvi montar um projeto de extensão com aulas de Yoga para alunos, professores e funcionários. Nunca pensei que essas aulas me trariam tanta felicidade e amor!
Terminei o ano assumindo a coordenação do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática e Tecnológica da UFPE, uma responsabilidade enorme em tempos tão difíceis e justamente no período de avaliação dos programas de pós-graduação. Foi um ano que exigiu muito de mim, mas que também permitiu que eu doasse o melhor para as pessoas que precisaram.
Finalmente, eu entendi o significado da generosidade de quem aceita o nosso apoio. Vou chegando em 2020 com um sentimento de gratidão enorme por tudo que tenho vivido e com a certeza de que é preciso ser melhor sempre. É preciso ser muito mais porque se tivéssemos feito o suficiente, não estaríamos testemunhando tanta intolerância, ódio e preconceito. Sim, falhamos e precisamos (e vamos) fazer muito mais! Se 2019 foi o ano da resistência, 2020 é o ano da esperança. Feliz ano novo para todos e todas!



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