(Este post faz parte da iniciativa de Blogagem Inédita para um novo olhar sobre os conteúdos dos blog e seu papel na divulgação de textos.)
Ano passado, ao apresentar meu artigo em um Seminário sobre Jogos, um colega que estava na mesa de apresentações junto comigo, questionou o uso do termo Web 2.0. Para ele, esta terminologia não significada nada já que não existia nada de revolucionário do ponto de vista tecnológico nestas ferramentas. Acredito que a incompreensão do meu colega esteja relacionada ao olhar técnico que algumas pessoas tem sobre a Web e seus propósitos. Eu já tinha lido alguns artigos sobre o assunto e, apesar de intuitivamente acreditar que a Web 2.0 definia um conceito inovador no uso da web, não encontrava nada de consistente neste sentido. O livro Planeta Web, licenciado em Creative Commons e gratuito para download, responde algumas questões muito pertinentes sobre o assunto e lança um olhar diferenciado sobre a questão. O primeiro aspecto é que, sim, a Web 2.0 é um marco diferenciador na publicação de conteúdos na web (basta olhar o exemplo da blogagem inédita). A construção coletiva com a divulgação instantânea é um divisor de águas no acesso à informação, principalmente se considerarmos as implicações econômicas e políticas de nossa sociedade de informação e dos aspectos da inclusão digital. Outra questão interessante é que existe um processo de obsolescência planificada dos termos, que dificulta separar o joio do trigo. Penso que nossa maior dificuldade é compreender os aspectos da subjetividade relacionados com a revolução tecnológica, principalmente quando o indivíduo deixa de apresentar um comportamento passivo e passa a ser autor/organizador e direcionador dos seus próprios pensamentos. Sem ferramentas para medir os impactos destas mudanças, alguns estudiosos preferem invalidar as ações, menosprezando sua importância e seu poder de transformação. De qualquer forma, ainda é uma discussão bastante complexa, e neste momento, como todo o resto é efêmero e fluído, vale a pena ler o texto e consolidar sua própria opinião sobre o assunto. Afinal, está disponível na rede para qualquer um que tenha um ponto de conectividade, acessar, ler, digerir, comentar e divulgar. É ou não é um processo transformador?
2 comentários:
Olá Ana. Que surpresa agradável encontrar uma professora na Paraíba lidando bem com a "WEB 2.0". Viva a iniciativa "blogagem inédita".
Quanto ao termo "Web 2.0", o Juliano Spyer no livro Conectado -http://www.naozero.com.br - justifica de forma coerente a preferência por não utiliza-lo. No lugar, ele utiliza especificações como comunidade virtual ou ambiente colaborativo, para se referir à plataforma de interação; como sofware ou ferramenta social, referindo-se aos programas que fazem funcionar as comunidades e; mídia social, para o típo de veículo que possibilita a interlocução grupal.
Gostei da dica, vou ler o livro do Juliano. Na minha compreensão estes conceitos são confusos mesmo porque estamos vivendo o momento de transição. Há quinze anos atrás o debate acalorado era se existia ou não a tal de globalização. A medida que as estruturas vão se definindo de forma mais clara, alguns conceitos serão consolidados e outros descartados. Faz parte do processo.Valeu a visita!
Abraços,
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