sábado, 14 de agosto de 2010

A Universidade Pública no Próximo Decênio

A matéria publicada no site UOL (seção educação), sobre o 1º Ciclo de Debates A universidade pública brasileira no decorrer do próximo decênio, realizado no campus da Unesp na Barra Funda, conclui que a Universidade do futuro será interdisciplinar, a distância e com financiamento público. O crescimento no número de Universidades e a ampliação de vagas, vem propiciando a implementação de modelos alternativos de educação superior pública, com novos formatos de ingresso, currículos flexíveis e estruturas diferenciadas. As instituições que foram criadas agora, já apresentam uma concepção diferenciada em sua estrutura, como é o caso da UFABC, as mais antigas buscam novos modelos para se adequar (um bom exemplo é a organização em consórcios de sete Universidades mineiras para desenvolver atividades acadêmicas em conjunto). Todos estão de acordo com a urgência em se encontrar um novo modelo para o ensino superior que otimize os recursos, contenha a evasão e melhore o ensino e a pesquisa. Segundo os participantes do evento, é preciso ampliar os recursos destinados ao ensino superior, considerado inferior aos países desenvolvidos e que precisa ser ampliado (Gerhard Malnic, da USP) e estruturar cursos interdisciplinares com áreas comuns e disciplinas específicas em caráter optativo (Naomar Monteiro, UFBA). Surpreendentemente, vários participantes concordaram que a educação a distância terá um importante papel na formação e que o uso das tecnologias de informação e comunicação é essencial nas aulas presenciais e na gestão da universidade. Agora, eu gostei mesmo foi do discurso da professora Olgária Matos, que reproduzo a seguir:


Em contraponto ao otimismo de alguns colegas, Olgária Matos, professora de filosofia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), falou sobre a transformação do ensino em mercadoria e o esvaziamento do discurso científico no futuro da universidade. "Na universidade dita moderna, anterior à atual [pós-moderna], não se fazia a pergunta ‘para que serve a cultura?’, tão comum nos dias de hoje. A questão era: ‘de que a cultura pode nos liberar?’." Para a professora, o excesso de pragmatismo da “universidade pós-moderna” a impede de se aprofundar. Sua natureza seria pautada sempre pela mudança incessante de métodos de estudo e pela dificuldade de diferenciar pesquisa e produção. Ela acredita que a aplicação dos mesmos critérios de avaliação de produtividade das áreas de Exatas e Biológicas à de Ciências Humanas é um reflexo desse comportamento. "Exigir que um teórico da minha área, por exemplo, publique dois artigos inéditos todo ano é ridículo. Será que alguém acredita que um pensador pode ter duas ou três idéias brilhantes ao ano?"


Como eu me pergunto a mesma coisa todos os anos, tenho que concordar: abalou, fofa!

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