Semana passada a nossa coordenadora da pós-graduação estava en-lou-que-ci-da com as mudanças que a Capes está propondo para a avaliação dos programas de pós-graduação. Uma das questões centrais da avaliação está relacionada, entre outras coisas, com a produção (leia-se publicações). O problema é que a produção do nordeste é sempre inferior ao centro-sul, desequilibrando a relação de forças. Nas avaliações anteriores, a inserção social dos programas de pós-graduação eram consideradas como pontuação na avaliação final. Parece que agora este item não será pontuado, o que nos remete ao questionamento sobre o real propósito dos cursos de pós-graduação. Os trabalhos publicados que nunca chegarão ao bolsão mais pobre do país são mais relevantes do que programas de pós-graduação que estão inseridos socialmente? De qualquer forma, a preocupação com a publicação científica não é um problema nacional. No blog de Cristobal Cobo está relatada a diferença gritante entre os países. "A América Latina apresenta menos representação na ciência e tecnologia no contexto internacional e mais marginalizada... Os Estados Unidos sozinho representa 30% dos trabalhos publicados, enquanto 90% das revistas na América Latina não são incluídas em nenhum indexador, tornando-as anônimas. Embora a pesquisa no terceiro mundo represente 24% dos cientistas no mundo, é praticamente ignorada pela comunidade científica internacional".Se construirmos um mapa da produção acadêmica por região no Brasil, encontraremos uma distorção semelhante.Mas isso já é trabalho para outro post.
3 comentários:
Gostei da discussão e escrevi algo pra gente discutir no meu blog. Vai lá.
Colocar esta discussão na rede é um ponto de partida interessante para provocar uma reflexão sobre estes "indicadores".
Eu também já disse da "minha dor". Este pode ser um dos caminhos a trilhar no rumo de uma tomada de posição.
Vamos para a briga!
Um abraço em vcs dois!
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