Depois de um longo, frio e tenebroso inverno europeu, consegui ter tempo para escrever sobre as minhas aventuras no pós-doutorado e prometo colocar o assunto em dia. Já faz um mês que estou em Portugal, mais precisamente na bela cidade do Porto e não escrevi antes porque estava atolada até o pescoço com as questões práticas para resolver, além das questões burocráticas que quase me provocaram uma úlcera, um AVC e um ataque cardíaco. A minha vida é sempre pautada pela imprevisibilidade, tenho períodos de total inércia alternados com momentos de ebulição. Atualmente, tenho vivido um período de ebulição, em menos de um ano resolvi casar, mudar de casa, estudar no exterior, escalar o Everest...(Opa! Isso ainda não!). Ano passado, encontrei com o querido Walter Matias em uma banca de doutorado e conversamos sobre a estada dele na França para concluir o pós-doc. Ele falou sobre um professor da Universidade Aberta bem interessante que trabalhava com Antropologia Visual e me passou as diretrizes para que eu entrasse em contato com o possível orientador. Conversei com o professor José Ribeiro, reuni toda a documentação e enviei o projeto para os editais de financiamento da Capes e do CNPq sem grande esperança, mas com a sensação de dever cumprido. Quando eu estava no hospital com o meu marido ano passado, no meio de um turbilhão de incertezas, saiu o resultado da Capes com a aprovação do projeto. Algumas pessoas se sentem vitoriosas e comemoram, eu fico histérica e só penso: E agora? Como vai ser? Como eu vou? E se der errado? Arf, arf, arf... Passado o momento de ansiedade, comecei a organizar a parte burocrática and trust me: é um verdadeiro inferrrrrrno! Tudo é muito simples e ao mesmo tempo muito complicado porque as informações não são claras e, muitas vezes, contraditórias. A parte simples é que todos os documentos são digitalizado e enviados através da plataforma, a parte complicada é que nem sempre fica claro quais são os documentos necessários e isso vale tanto para as instituições no Brasil, quanto para o visto. A minha primeira providência foi enviar uma carta para a Capes reafirmando o meu interesse no financiamento (praquê, minha gente? Quem em sã consciência vai enviar um projeto com duzentos-e-noventa-e-cinco documentos e vai desistir depois? Claro, sempre tem os loucos e os que sofreram algum golpe do destino, mas esses deveriam ser a exceção e não a regra!). Bom, como manda quem pode e obedece quem tem juízo, fui escrever a tal carta, mas... onde está o modelo? Tem modelo? Quais informações devo colocar? Procura daqui, cata de lá, descubro que não tem modelo e você tem que escrever o que quiser. Que desespero! Vontade de escrever "venho por meio desta missiva reafirmar o meu desejo de expandir os meus horizontes educacionais no convidativo inverno europeu que se anuncia na aurora de uma manhã iluminada"... Não, eu não escrevi isso (mas bem que vocês gostariam, não é mesmo?). Fiz uma carta mais insossa do que sopa de doente, reafirmei tudo o que já havia dito antes e enviei. Preocupada com a burocracia da minha Universidade, dei entrada imediatamente no pedido de afastamento, mesmo sem ter recebido os documentos da Capes. Como eu não recebi nem um e-mail, fiz um print da tela que informava o deferimento do processo e entreguei tudo no protocolo, no dia 30 de outubro, ou seja: quatro meses antes da viagem. Deveria ser suficiente, não é mesmo? Pois acreditem, quase não deu tempo!
Um comentário:
Parabéns pelas matérias do seu blog. Peço que me ajude a divulgar meu blog sobre o Transtorno Desafiador Opositivo, tenho um filho com esse problema e quero auxiliar pais que passam pelo mesmo problema.
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O Transtorno Desafiador Opositivo em Minha Vida: Como tudo começou.
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