Os dezessete leitores deste blog já estão cansados de saber que eu moro no nordeste há poucos anos. Todos os anos eu me surpreendo com a forma de festejar o São João, talvez por trabalhar em Campina Grande que busca realizar "o maior São João do Mundo". Este ano, com o distanciamento da minha realidade anterior e com a possibilidade de observar a festa como moradora, percebi como o tempo realmente para durante os festejos e como todas as ações do cotidiano estão voltadas para o evento. A cidade de João Pessoa está vazia, a maioria das pessoas foi visitar seus parentes no interior, os vendedores das lojas estão vestidos como matutos e a decoração é tomada por bandeirinhas, balões, etc. Todos os compromissos são agendados para antes ou depois da festa e ao se despedir as pessoas dizem "bom São João". Eu não tenho aula no doutorado esta semana, nem trabalho. Pela primeira vez desde que moro aqui, consegui ajustar meu relógio interno para aproveitar este feriado,participando um pouco dos rituais locais de comemoração. Este ano, pretendo observar uma fogueira na véspera do dia do santo, comendo milho assado e outras comidinhas. Ainda não consigo desejar "bom São João", me parece muito estranho, mas já consigo aproveitar a festa não apenas com a curiosidade de turista, e sim introjetando os elementos simbólicos do festejo. Já não chamo mais o mungunzá de canjica, ou a canjica de curau e cuscuz de canjiquinha. Fico pensando no movimento inverso, caso eu precise passar o mês de junho no Rio de Janeiro com minha filhinha nordestina. As mais velhas não sentiriam nada além de um retorno ao festejo junino comum com o qual elas cresceram, mas Mariazinha iria estranhar muito nosso arremedo carioca desta grande festa nordestina... Aos que estão por aqui, aproveitem o feriado e as festas de São João e São Pedro.Os que estão distantes, vale a pena programar uma viagem ao nordeste nesta época do ano. A grandiosidade da festa é mesmo de encantar qualquer turista!
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