sexta-feira, 10 de abril de 2009

Responsabilidade Jurídica

Eu já tinha decidido esquecer o assunto, mas como esse blog funciona como um espaço de cartase dos meus estranhamentos cotidianos, vou contar uma historinha aqui. Como a responsabilidade jurídica me obriga a omitir os nomes das pessoas e Instituições, vou recorrer ao artifício de minha querida autora Jane Austen para garantir a privacidade dos envolvidos. A Universidade Federal ... abriu recentemente um concurso que exigia experiência em pesquisa e em Educação a Distância, assim mesmo como está escrito aqui. O edital não especificava qual o tipo de comprovação documental ou exigência que seria feita para a homologação da inscrição. Depois de encerradas as inscrições e com vários indeferimentos, descobrimos que o critério era ter pesquisa aprovada no CNPq, em programas como PROINCI E PIBIC. Não foram aceitas as pesquisas em Mestrado e Doutorado, participação em Grupo de Pesquisa (mesmo os cadastrados no CNPq e certificados pelas Instituições), assim como as orientações e trabalhos publicados. Por outro lado, uma candidata com experiência como aluna de graduação bolsista, foi considerada apta como pesquisadora, embora nunca tenha entrado em uma sala de aula, seja da Educação Básica ou do Ensino Superior. Em conversa com a Chefe de Departamento, ouvi a seguinte pérola: -"A declaração da chefe de departamento de sua Instituição não serviu, porque conheço muita gente da sua Universidade que tem o papel, mas nunca fez uma pesquisa na vida". Ótimo professora, no próximo concurso, vocês poderiam colocar uma ressalva de que qualquer prova documental estará sujeita à análise e compreensão subjetiva, preconceituosa e aleatória dos professores designados por este departamento. Ou melhor ainda, coloquem logo as características físicas e o CPF dos possíveis candidatos. Assim, eu e outras pessoas não perderíamos nosso tempo e nosso dinheiro referendando processos como este. Sinceramente, eu desisti de entrar com qualquer tipo de recurso, porque um departamento que é capaz de tamanha ilegalidade debaixo do nariz de todo mundo, é bem capaz de mandar quebrar as pernas dos candidatos que eles não querem que sejam selecionados. Por via das dúvidas, é melhor ficar de fora!

8 comentários:

Suzana Gutierrez disse...

Oi Ana

Volta e meia fica BEM claro este tipo de jogo de cartas marcadas. Por que quase sempre ele não é claro.

Já ouvi falas do tipo: -Esta vaga é para a 'fulana'.
São ditas com todas as letras inibindo, por antecipação, quem quer que pensasse em se candidatar.

Uma pena isso.
abraço!

Ana disse...

Você adivinhou, nos corredores as pessoas falam abertamente "o concurso de fulana, o concurso de beltrano"! O pior é que eles conseguem colocar pessoas que vão reproduzir a mesma prática, ou seja, o dano não é imediato, ele se estende ao longo dos anos. O lado perverso é que quanto mais medíocre for o "beneficiado", maior é o poder dos orquestrantes, porque fica evidente que eles são muito poderosos para conseguir emplacar os piores. Mas, vamos em frente, como diz a mãe de uma amiga, esse pessoal não vai viver para sempre..

Mayam Andrade disse...

Fico tão preocupada com esse tipo de atitude, principalmente vinda de uma Universidade.
Mas quero deixar aqui meu apoio e carinho. E só sei de uma coisa Ana, eles perderam tanto, tanto, pois não terão uma professora e pesquisadora competente e dedicada no departamento deles.
E tenho fé em Deus que seu ESPAÇO está reservado, numa Universidade a sua altura.

Beijos

Ana disse...

Obrigada, vamos seguindo em frente e aguardando melhores oportunidades...

Beijos,

Morena de Angola disse...

"E lembrem-se: quando estiver concentrado o poder em poucas mãos, com muita freqüência quem há de mandar serão homens com mentalidade de bandidos. A história bem o provou"
(Charles de Montesquieu)

Nada mais a dizer, a não ser que bola pra frente, como a pessoa aí de cime disse: teu ESPAÇO e tua HORA vai chegar, porque certamente você terá o que merece, provavelmente algo muito melhor do que a Universidade Federal...
Beijos

Ana disse...

Afe, eu não me lembrava desta frase de Montesquieu, mas não é que cai como uma luva?kkkkkkkkkkkkkk

Beijos,

Anônimo disse...

Já sei de 2 casos semelhantes: um na prova prática para o curso de Música, e outro na odontologia. Em ambos, contavam todos os critérios, menos o técnico... Coragem, teacher, os tempos mudarão.
Flavio Medina

Ana disse...

Flávio,

Eu também acredito em mudanças, não é possível que as coisas continuem do jeito que estão. Obrigada pela força!

Beijos

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