Este blog não é sobre política, mas é impossível não comentar a cassação do Governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, até porque esta decisão afeta diretamente a nossa Universidade. Com olhar de estrangeira, e longe da disputa emocional histórica, posso dizer que estou indignada com essa história toda porque apenas uma parte perde: o povo paraibano. Pelo visto o Estado se tornou a palmatória política do país, semana retrasada cassaram um deputado por mudança de partido, agora não se pronunciaram sobre a cassação em Santa Catarina, mas aplicaram a justiça com rigor aqui. Não me agrada nem um pouco esta história de decidir quem ocupará a vaga, se o pleito foi contaminado de alguma forma, que se faça uma nova eleição. Os cenários são muito fluidos e ninguém pode prever com certeza quem vai ganhar em caso de mudança de candidato. Para vocês terem uma idéia sobre o papel dos dois governadores (o substituto, Maranhão já foi governador da Paraíba duas vezes) no que diz respeito à Universidade, Cássio deu autonomia financeira para a Universidade, abriu mais três novos campus e tomou muitas decisões que fizeram a Universidade caminhar bastante nos últimos anos. Mérito de nossa Reitora e dele também, já que em uma Universidade Estadual a dependência do Governo do Estado é muito grande. Já com Maranhão, a Reitora (que na época estava à frente do sindicato) entrou em greve de fome para ser recebida (e ouvida) pelo então governador. E pior, pouco adiantou. O mais interessante é observar que o governador indicado pela justiça (não parece coisa da ditadura?), teve suas contas de campanha rejeitadas pelo tribunal eleitoral e o seu substituto no Senado responde a tantos processos na justiça que o foro privilegiado que ele vai ter a partir de agora, caiu do céu. Ou seja, ainda corremos um sério risco de ficar sem nenhum governador, e mesmo que se confirme Maranhão no cargo, será um governo medíocre e fraco com uma grave crise de legitimidade, já que ganhou no tapetão e não respeitou a vontade das urnas.Não vou nem entrar no mérito dos defeitos dos dois, porque não vejo diferenças ideológicas entre eles (foram, inclusive, aliados no mesmo partido). De qualquer forma, parece coisa do velho prefeito Odorico em "O Bem Amado".
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