domingo, 2 de maio de 2010

Um pouco de história, por favor!

Semana passada concluí alguns ciclos importantes, tenho muita dificuldade em deixar as coisas e seguir em frente. Quando eu fui trabalhar na UEPB, não existia a educação a distância no ensino superior e minha tarefa na instituição era criar os cursos e a estrutura para o funcionamento de uma nova modalidade. Eu tinha uma boa formação e vinha trabalhando com EAD em empresas no Rio de Janeiro. Junto com a professora Iolanda Barbosa trabalhei muito para que a Universidade desse os primeiros passos nesta direção. Participamos de inúmeras reuniões, formamos parcerias, escrevemos projetos, elaboramos orçamentos e concorremos aos editais do MEC. Iniciamos as atividades de EAD como polo dos cursos da UFRN e UPE, mas rapidamente já tínhamos conseguido implementar os nossos próprios cursos. A UEPB foi a primeira universidade a oferecer cursos a distância na Paraíba, saindo na frente das federais que só iniciaram as suas atividades quase dois anos depois. É claro que não posso afirmar com certeza, mas dificilmente ela teria conseguido fazer isso sem a minha presença, pelo menos naquele momento. Tudo isso pode parecer grande coisa, mas pouco mais de um ano depois eu já tinha sido colocada para escanteio, substituída por uma pessoa a qual eu jamais daria boas referências. Apesar de todas as mágoas que costumam acompanhar os movimentos do sobe e desce nas instituições, eu fui procurar outras opções, já que meu objetivo era me tornar professora efetiva em alguma instituição pública. A única possibilidade era estudar, praticamente todas as universidades federais estavam exigindo o doutorado nos concursos. Saí da disputa (a vibe era muito negativa e eu não estava disposta a lidar com esse tipo de energia), e fui me dedicar ao cargo de professora substituta e ao doutorado. Aguentei desaforos e engoli muitos sapos e muitas pessoas me questionavam porque eu suportava determinadas coisas, mas a resposta é muito simples: eu não ia desistir de tudo o que havia contruído, eu só sairia quando eu quisesse, no momento certo. O resto vocês já sabem, conclui o doutorado em um ano e meio, fiz o concurso para a UFPE e estou muito bem no meu novo trabalho. Fui muito bem recebida, aprovei um projeto de pesquisa, fui aceita como professora do mestrado, ajudo de verdade no meu departamento e estou me envolvendo em vários projetos importantes. Na minha reunião de despedida foi lembrado que eu devia muito à UEPB, embora a UEPB também deva muito à mim. Claro que é verdade, mas existe uma diferença tênue entre o que podemos fazer com o apoio de uma instituição e a nossa capacidade individual, muitas pessoas tem a mesma oportunidade e não conseguem sair do canto. A convergência de elementos positivos depende de como nós o administramos, um exemplo é que eu não fui beneficiada por trabalhar com o meu objeto de pesquisa, eu escolhi o meu objeto de pesquisa no meu trabalho porque eu não poderia parar de trabalhar para me dedicar exclusivamente ao doutorado. O fato é que eu passei dois anos sem ter um final de semana livre, trabalhando na pesquisa nas madrugadas e feriados (todos sabemos que isso tem um preço alto). Sempre soube onde e como eu queria chegar, não estava disposta a passar por cima de ninguém no caminho. Acreditei na lealdade, no trabalho árduo, na generosidade e fui muito bem recompensada por isso. Felizmente, disso ninguém pode duvidar...

4 comentários:

Ronaldo Costa disse...

oi Ana, pessoas destemidas e inteligentes, incomoda muito as pessoas, voce sempre demonstrou ser competente, isto faz com que as pessoas tentem coloca-la a margem das decisoes, foi isto que aconteceu com voce, as pessoas so querem se aproveitar dos nossos esforços, quando consequem deixa-nos de lado, mas voce provou que 'e competente. Te admiro por tua bravura e inteligencia. Sucesso

Ana disse...

Pois é, Ronaldo, é preciso acreditar nos sonhos e lutar muito, mas sempre com o coração. Acredito somos seres de energia e precisamos afastar todas as coisas negativas de perto de nós. Algumas lutas não valem a pena, uma perda momentânea pode se tornar uma grande vitória mais tarde. Comigo foi assim, obrigada pela força!

Abraços,

Uires disse...

Nossa professora! Fiquei emocionada com seu relato, porque tive a felicidade de viver um pouco dessa história ao seu lado e sei que você é um exemplo de mulher GUERREIRA de grande profissionalismo!
Parabéns por tudo, sabemos e reconhecemos que você MERECE TUDO e ainda mais! FELIZ DIA DAS MÃES!

Ana disse...

Uires,

Muito obrigada, é muito importante saber que as pessoas que estavam lá desde o início não esqueceram o nosso papel. Nós somos parte importante dessa história, alicerçamos o passado para que fosse possível construir o futuro. Tenho boas lembranças de nosso trabalho.

Beijos

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